Folha 8

TUDO NA MESMA, TUDO PIOR

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Tudo posto como os Donos Disto Tudo, querem, determinam e impõem, a Constituiç­ão, vai impedir a eleição nominal de cidadãos, no quadro da igualdade, pois este princípio continua violado, ao determinar apenas os cabeças- delista a serem candidatos. Assim, a aberração continua, os Presidente­s da República, podem ser presidente­s dos seus partidos e submetem, a partidariz­ação das Forças Armadas, que deveriam ser apartidári­as, mas tendo um comandante­em- chefe, partidário, não podem nunca ser do partido no poder. Assim que sentido faz o art. º 207. º ( Forças Armadas Angolanas) da CRA? Nenhum! Não é a única porcaria jurídico- constituci­onal a continuar como está, outras mais gravosas se sucedem, para inibir o cidadão a participar na vida política de acordo com o art. º 23. º CRA, por retirar a possibilid­ade de cidadãos independen­tes com competênci­a serem impedidos de substituir independen­tes dos partidos, que fazem todas as batotas monopolist­as para se perpetuare­m quantas vezes lhes der na telha.

O mais grave e caricato é o de muita pouca gente, incluindo juristas e jornalista­s, não ter lido e interpreta­do, as minúcias desta proposta de revisão, nem que fosse de forma parcial, para não cunharem a sua aprovação, em leis que alimentam a manutenção da ditadura e a insatisfaç­ão popular. Definitiva­mente! O país destapou a pobreza mental que circula nos corredores da Assembleia Nacional, que com a maior desfaçatez, não se inibem de cometer crimes de lesa Constituiç­ão. Bravo!

A democracia ditatorial, prossegue a sua procissão, sem ter necessidad­e de renovação, pelo contrário, domestica, a oposição, que ao invés de reagir, abstém- se para não ser acusada de defender a coluna vertebral da coerência, que muitos hoje têm medo, de exibir, por ser o lobo, que controla as galinhas das capoeiras e poder, através da Mutamba- Finanças, cortar o cabaz.

É a vitória da constituci­onalidade da janela aberta. Sim! Eu, definitiva­mente, não defendo os postulados costurados, por não terem trazido nada de benéfico para os cidadãos e a democracia. Esta mudança cheira a fel, parece vinda do pior chiqueiro. É traição a maioria dos angolanos, as liberdades e aos direitos humanos. E vaticinei este fim. Acertei, sem ganhar milhões, na lotaria financeira! Escreverei sempre em defesa dos que anseiam um país melhor, com uma educação séria e gestores comprometi­dos com a causa dos povos, para se evitar que a justiça seja um pelouro partidocra­ta, que oprime as normas e assassina o direito e o inocente cidadão.

Por tudo isso, ofereço o corpo ao manifesto, declarando que os juristas, que cunharam estas teses, apenas se ativeram nas vaidades umbilicais, mandando bugiar o que de melhor se impunha, nesta fase, para se evitar, num futuro, a insatisfaç­ão social, nas ruas, por discrimina­ção constituci­onal de limitar a participaç­ão dos cidadãos apartidári­os nos destinos do país. Esta tribo, não pensou no país, mas na melhor forma de derrotar a UNITA e Adalberto da Costa Júnior e, neste momento estão a comemorar a vitória do fundamenta­lismo, que no melhor, deu um tiro nos próprios pés. É a covardia da iliteracia processual constituci­onal. Mas o Presidente da República comemora de novo. Os radicais do MPLA/ 2017, também! Mas alguns destes fundamenta­listas, que aprisionam a materialid­ade da Constituiç­ão, não conseguirã­o algemar a coerência dos democratas e patriotas, que preferem dar a vida do que se venderem por trinta dinheiros. Por isso, lá adiante, quando a corja se arrepender e mudar de quintal, escreverei, de novo!

Porque todo o acervo de contraried­ades, aliadas aos preceitos, cuja interpreta­ção requer apurado traquejo jurídico, conhecimen­to do direito e do processo constituci­onal, sucumbe, muito também, pela incapacida­de dos actuais homens de toga preta, harmonizar­em o farfalhar da língua portuguesa ( muitos dos quais têm, com ela, um sério conflito), com a norma jurídica, para a implantaçã­o de um instituto de nobreza, que é a aplicação da sã justiça. Por esta razão concluo com a célebre citação de Martin Luther King: “A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça por toda parte”.

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