Remessas dos angolanos em Portugal sobem 53,6%
As remessas dos t r a b a l h a d o re s angolanos a residir em Portuga l subiram 53,6%, para mais de um milhão de euros, em Abril, recuperando da queda registada durante o ano passado devido à pandemia de Covid- 19, segundo dados oficiais. Refira- se, entretanto, que o número de portugueses com um património avaliado acima de um milhão de euros cresceu em 2020, à imagem do que aconteceu no resto do mundo. Há mais 19 mil portugueses que passaram a integrar o clube dos mais ricos. De acordo com os dados do Banco de Portugal, os emigrantes angolanos em Portugal enviaram 1,09 milhões de euros para o seu país, o que representa uma subida de 53,6% face aos 690 mil euros que tinham enviado em Abril do ano passado, já num contexto de pandemia de Covid- 19.
Como tradicionalmente, os valores das remessas dos angolanos são muito significativos relativamente aos valores enviados pelos africanos dos países de língua portuguesa, que no total enviaram, em Abril, 3,58 milhões de euros, representando uma subida de 53,6% face aos 2,3 milhões enviados em Abril do ano passado. Em sentido inverso, as remessas enviadas pelos portugueses a trabalhar em Angola subiu 1,1%, passando de 9,4 milhões, em Abril de 2020, para 9,5 milhões de euros, em Abril deste ano.
No total das remessas enviadas pelos trabalhadores portugueses nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa ( PALOP), regista- se uma subida de 0,9%, com as verbas a aumentarem de 10,1 milhões para 10,2 milhões de euros.
A nível global, as remessas dos portugueses diminuíram 0,47%, descendo de 281,4 milhões de euros, em Abril de 2020, para 280,12 milhões, em Abril deste ano.
Em sentido inverso, os estrangeiros a trabalhar em Portugal enviaram 39,9 milhões de euros, o que representa uma subida de 24,3% face aos 32,1 milhões de euros enviados em Abril do ano passado. Recorde- se que as remessas enviadas para os países da África subsaariana caíram 12,5% no ano passado, para 42 mil milhões de dólares ( 34,7 mil milhões de euros), mas excluindo a Nigéria, o valor das verbas enviadas pelos emigrantes subiu 2,3%. De acordo com os números divulgados em Maio deste ano pelo Banco Mundial, no relatório sobre os fluxos de remessas, o dinheiro enviado pelos estrangeiros para os seus países de origem aumentou no ano passado para América Latina e Caraíbas ( 6,5%), para a Ásia ( 5,2%) e para o Médio Oriente e Norte de África ( 2,3%), tendo registado a maior queda na África subsaariana, que viu as verbas enviadas pelos emigrantes descerem 12,5%.
“O declínio foi quase inteiramente devido à quebra de 27,7% nas remessas para a Nigéria, que vale 40% do total da região”, lê- se no documento divulgado em Washington.
“Excluindo a Nigéria, as remessas para esta região aumentaram 2,3%”, com fortes subidas na Zâmbia ( 32%) e em Moçambique ( 16%), prevendo- se que este ano aumentem 2,6%, sustentadas pelas melhores perspectivas de crescimento nos países de elevados rendimentos”, acrescenta- se no documento. Relativamente aos custos de enviar dinheiro, a África subsaariana mantém- se a região mais cara, com os emigrantes a terem de pagar, em média, 8,2% de taxas para um envio de 200 dólares, o que compara com a média de 6,5% a nível mundial, e é quase o triplo da meta dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável ( 3%).