Folha 8

Com governos que semearam a incompetên­cia

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No dia 29 de Novembro de 2017 o Governo de João Lourenço passou um atestado de criminosa incompetên­cia ao Governo de Eduardo dos Santos ( do qual fez, aliás, parte como ministro) ao desafiar as autoridade­s e empresário­s japoneses a assumirem as unidades de produção de arroz que estavam paralisada­s em Angola, de forma a aumentar o actual volume produtivo, inferior a 30.000 toneladas anuais. O repto foi lançado, em Luanda, pelo secretário de Estado da Agricultur­a e Pecuária, Carlos Alberto Jaime Pinto, durante a quarta reunião do comité de coordenaçã­o conjunta do projecto de desenvolvi­mento de cultivo de Arroz em Angola, que conta com o financiame­nto da Agência de Cooperação

Internacio­nal do Japão. Segundo o governante angolano, o arroz era o quarto produto da cesta básica mais procurado no país, depois do milho, da mandioca e do feijão, com necessidad­es anuais de 400.000 toneladas, em contrapont­o – repitase – com a “incipiente” produção interna, que foi de 24.576 toneladas na campanha agrícola de 2015/ 2016, entre empresas agrícolas familiares ( 12.191 toneladas) e agricultur­a empresaria­l ( 12.385 toneladas).

O resultado é um consumo dependente das importaçõe­s, que Angola sistematic­amente diz que quer inverter, introduzin­do, com o apoio em curso do Japão, as “melhores variedades” de arroz em cultivo.

“Se conseguirm­os atingir sementes de alta qualidade, significa que teremos de produzir cerca de 300.000 hectares de arroz, para cobrir as necessidad­es internas do país”, apontou Carlos Alberto Jaime Pinto, que esperava a colaboraçã­o japonesa na expansão deste cultivo.

Nesse sentido, o Governo angolano comunicou nesse dia a autorizaçã­o da extensão por mais um ano dos ensaios com diferentes variedades de sementes de arroz que decorrem, ao abrigo da colaboraçã­o com o Japão, nas províncias do Huambo e do Bié.

“Que consigamos passar da experiment­ação a uma acção mais expandida, de produção de arroz em Angola”, enfatizou o governante.

Os governos de Angola e do Japão acordaram

em 2013 um programa de assistênci­a técnica japonesa à produção de arroz em território angolano, sendo conhecidas as condições naturais favoráveis para esse cultivo, nomeadamen­te, nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Malanje, Bié e Uíge. Contudo, o abandono ou reduzidos níveis de produção em várias áreas do país dificultam um volume de cultivo que seja “rentável e significat­ivo”, com o secretário de Estado da Agricultur­a e Pecuária a apontar como exemplo a Fazenda Longa, na província do Cuando Cubango, no sul do país, com 2.000 hectares, mas então paralisada. Resultou de um projecto conjunto com empresas chinesas, que chegou a produzir, na campanha agrícola de 2013/ 2014, mais de 4.000 toneladas de arroz, mas a crise

financeira e cambial dificultou a aquisição de insumos e travou a produção, que passaria na era João Lourenço a ser apoiada pelo Fundo Soberano de Angola.

“Mas gostaríamo­s de lançar um repto que, todas aquelas unidades de produção que neste momento não se encontram em grande produção poderíamos pedir a cooperação do Japão, para que pudéssemos ocupar algumas dessas unidades com o objectivo de começar a fazer um programa de maior intensidad­e da produção de arroz”, apelou Carlos Alberto Jaime Pinto. Juntamente com o financiame­nto e apoio técnico japonês, o projecto de desenvolvi­mento de cultivo de arroz em Angola envolve o Ministério da Agricultur­a e o Instituto de Desenvolvi­mento Agrário angolano.

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