UM EXECUTIVO NÃO DEVE ADORAR A BOÇALAGEM
Oh meu pai, hoje, levantei-me e pensei em ti, porque o teu chão, a tua terra, já não dá mangas e frutos livres, como na outrora colonial, “Lundamente” falando... Os teus húmus geram fome, desemprego, miséria, pese a força e o brilho dos diamantes, lá paridos, mas, infelizmente, levados para outras pradarias, pelos que se apresentaram como libertadores, revolucionários e nacionalistas, em 1975, mas em 2021, sem pejo, muitos acreditam terem-se convertido em capatazes do Ocidente, ladrões e corruptos, que, “camaradamente”, assassinam o sonho legítimo dos cidadãos, quando reivindicando uma lasca do valor do diamante, petróleo, madeira, terras aráveis, com balas e canhões, empunhados (neo)colonialmente, de forma, arrogante, ignóbil e genocida.
Hoje, o sentimento de alguns dos povos da nossa geograf ia territorial, amarfanha a bitola escravocrata de “um só povo e uma só nação” do MPLA, exigindo a “repristinação” imaterial de documentos assinados, nos idos de 1800, com as autoridades coloniais portuguesas: Tratado de Simulambuco e Protectorado da Lunda, deve- se mais pelo avançar inqualificável da fome, miséria e discriminação, em terras onde brota riqueza: Lundas; Cabinda; Zaire, responsável por cerca de 90% do Produto Interno Bruto nacional, mas que apenas alimenta uma incompetente e maldosa clique dirigente, principescamente alojada e vivendo, como nababos, em Luanda.
A podridão política, a má gestão administrativa do território e a falta de higiene intelectual democrática da maioria dos governantes do regime, colocaram a cidadania, da maioria dos autóctones, no futuro do indefinido, pois excluídos expressamente da Constituição, ante uma governação abjecta e inqualificável, que só conhece a lei da batota e da bala.
Por isso, a situação está bwé mal, no tempo do “Rei Marimbondo”, pois em cada esquina das avenidas e ruelas, homens, mulheres e crianças, qual lei do mais forte e astuto, amontoamse, “famintamente” diante de contentores e sacos de lixo, numa deplorável procissão diária, em busca de sobejos de outros, para se alimentar.
É o cartão de visita de Luanda e Angola/ MPLA, que, no 16.07.21, Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal, conhecedor das estatísticas económicas, coloniais de 1973, quis, ao caminhar, a pé, pelas ruas de Luanda, confirmar..., apenas para dar lustro a uma moribunda CPLP, cada vez mais uma organização ineficaz, despesistas e de compadres, que se encontram para beber champanhe.
A maioria dos pobres dos países integrantes ( CPLP), legitimamente, nela não se revê, tendo ciência de não haver o princípio da equidade e igualdade, enquanto cidadãos do mundo, porquanto essa organização de Estados, alojando, cinicamente, ditadores, democratas, corruptos, ladrões, assassinos, violadores dos direitos humanos e das eleições, no mesmo saco, não inspira credibilidade, principalmente, os que ingloriamente, vivem nos reinos de partido único: Angola, Moçambique, Guiné Equatorial, Guiné Bissau, “coisificados”, sem água potável, luz eléctrica, educação, saúde, voz eleitoral activa, logo sem orgulho da democracia, existente, apenas no texto constitucional, para o ocidente ver.
Esses líderes, nos seus programas, nunca incluíram o pobre, no centro das estatísticas, do orçamento, da distribuição da renda. Ele, apenas desfila, como número, muitas vezes, já morto, em projectos para pedir ajuda internacional, quando a maioria já foi enterrada, sem caixão, em valas comuns, numa descomunal maldade institucionalizada, mas tudo para receber fundos, que vão alimentar e consolidar o poder da cleptocracia, em Bangui, Maputo, Luanda, Bissau. Como aceitar sem indignação que um democrata ocidental, como Marcelo Rebelo de Sousa, mesmo no mais alto pedestal da diplomacia, conviva, sorridente, com ditadores, que assassinam cidadãos inocentes, com o único propósito de se manterem no poder? Mais, a recente Cimeira da CPLP ocorrida em Luanda ( 16, 17.07), foi não só esvaziada pelas ausências dos presidentes do Brasil, Moçambique e Guiné
Equatorial, mas também, pela demonstração da sua quilométrica fragilidade, a tal ponto que os cidadãos de forma apática e indiferente, fizeram de Marcelo Rebelo de Sousa portador da contundente mensagem: “QUEREMOS ZEDÚ, QUEREMOS ZEDÚ”, a João Lourenço, numa clara demonstração de reprovação as péssimas políticas entreguista, ao capital estrangeiro e ao FMI.
A Angola real diferente da “outra Angola” de Matias Damásio fartou, mostra descomprometimento com o medo e cumplicidade com vontade de “MUDANÇA JÁ”! É quase uma situação similar a ocorrida nos anos 60, quando um grupo de revolucionários, ao ter conhecimento da chegada em Luanda do Navio Santa Maria e a presença de muitos jornalistas fez um acto, para despertar a atenção da comunidade internac iona l . Conseguiram e, a partir daquela altura, nada mais foi igual, agora, as semelhanças aproximam- se e, pode ser o anúncio popular do princípio do fim do regime lourencista. Definitivamente a CPLP é um nado morto, sem qualquer relevância para os países e povos, salvo a satisfação dos presidentes, primeirosministros, ao reuniremse para disputar o melhor champanhe, muitas vezes adquirido com o sangue de inocentes cidadãos.