OBIANG PODERÁ FINANCIAR ESTADIA DE DOS SANTOS
O Presidente da República da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo tem uma granada desencavilhada, pronta a ser lançada contra a Cidade Alta, tudo por se ter apercebido de José Eduardo dos Santos, alegadamente, estar a passar dificuldades financeiras, derivadas de restrições impostas pelo Titular do Poder Executivo, além das contas bloqueadas, incluindo as dos filhos e alguns próximos...
Dentro deste quadro, para aferir da realidade, Nguema, segundo uma fonte do Folha 8, no palácio presidencial da Guiné Equatorial, chamou, na primeira quinzena, o embaixador angolano, Luvualu de Carvalho, para, olho nos olhos, dizer, mais ou menos isso: “Tomei conhecimento do Presidente Eduardo dos Santos estar a passar dificuldades, inclusive as de ter ordens para mudar de moradia, em Barcelona, por ordens do governo angolano”, explicou, adiantando: “Sr. embaixador comunique ao Presidente João Lourenço termos, numa primeira fase, 3 milhões de dólares, para ajudar José Eduardo dos Santos, por não podermos aceitar que ele seja humilhado, com a nossa cumplicidade, quando ajudou o nosso governo a não ser derrubado por mercenários, pelo que temos para com ele, uma eterna gratidão”.
E, no final da audiência Luvualu embarcou para Luanda a fim de informar João Lourenço, sobre um provável conflito diplomático, seguida de humilhação do regime, “por abandonar o seu antecessor”, o que se estava a passar. O Presidente em posse do relatório ter- se- á alterado, negando o feito e estranhado o vazamento de informação classificada, dizendo: “Quem disse que vou cortar ou que mandei cortar, alguma coisa? Eu não orientei nunca neste sentido”, teria dito João Lourenço, para final de papo, com o seu representante na Guiné Equatorial. Recorde- se que em Março de 2004, Obiang declarou terem as autoridades da Guiné Equatorial descoberto uma tentativa de golpe de Estado militar liderado por opositores internos e uma companhia de mercenários, liderados por Simon Mann, com a cumplicidade dos serviços secretos dos Estados Unidos, GrãBretanha e Espanha, que só não consumaram o acto pelo envolvimento de Fernando Miala e a secreta militar angolana, que ao descobrirem o plano, comunicaram a José Eduardo que imediatamente avisou as autoridades de Malabo e contribuiu, também, para a detenção, no aeroporto de Harare de 67 mercenários, que seriam enviados para a Guiné Equatorial onde seriam julgados, com o líder a receber uma pena de 36 anos da qual apenas cumpriria quatro.
O golpe ficou conhecido como Wonga ( que significa dinheiro), e pretenderia substituir Obiang pelo opositor no exílio Severo Moto, sendo recompensado com direitos preferenciais sobre o petróleo do país para as corporações ligadas aos mercenários, que contaram, segundo Simon Mann, com apoio dentre outras figuras de Mark Thatcher, filho de Margaret Thatcher e Ely Calil, um conhecido e poderoso empresário libanês de nacionalidade britânica.