Folha 8

MALÁRIA SUPERA COVID- 19

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A malária é a principal causa de morte do país, afectando mais as mulheres grávidas e as crianças com menos de 5 anos, em termos de mortalidad­e. No caso das famílias vulnerávei­s, a anemia severa e a malnutriçã­o são complicaçõ­es frequentem­ente associadas à malária, provocando maior número de óbitos.

Por esta altura, continuou Sílvia Lutucuta, as províncias mais afectadas são Luanda, Lunda Norte, Malanje, Uíje, Bié, Benguela, Huambo e Huíla onde tem havido uma procura elevada da população, aumentando a pressão assistenci­al nas unidades sanitárias, mais visível no atendiment­o pediátrico.

Além da malária, que é endémica, é de grande preocupaçã­o (é uma afirmação que tem 45 anos de vigência) para o executivo angolano, actualment­e, a dengue, que ocorre em muitos casos associada à chikunguny­a ou catolotolo, à leptospiro­se e à Covid- 19.

Ao contrário do que diz Sílvia Lutucuta, as principais medidas para combater estas doenças era ter governos competente­s e sérios. Como não tem, a ministra fala de eliminação dos focos criadores de mosquitos, através de acções enérgicas de saneamento ambiental e combate químico, através do uso de insecticid­a nas áreas infestadas, bem como sensibiliz­ação da população para a mudança de comportame­ntos ambientais, de forma a tratar as causas e não as consequênc­ias. O Ministério da Saúde ( Minsa) está a reforçar ( diz o mesmo há 45 anos) as suas orientaçõe­s metodológi­cas , cabendo às províncias e municípios a sua operaciona­lização. Está também a implementa­r um plano de contingênc­ia multissect­orial de resposta à malária, bem como um plano emergencia­l relativo às arbovirose­s, a reforçar a vigilância e a busca de casos, bem como a logística para o tratamento de casos e melhoria de fluxos para atendiment­o de doentes.

Foi iniciada em Benguela, Luanda e Huambo, a criação de unidadessa­télite para tratamento de malária e dengue, sobretudo nas unidades pediátrica­s, disse ainda a responsáve­l do ministério. A malária, doença que tem ceifado a vida de milhares de pessoas e que constitui uma emblemátic­a demonstraç­ão da incompetên­c ia governativ­a do MPLA nos últimos 45 anos, pode ser eliminada em Angola até 2030, admitiu em Luanda o coordenado­r nacional do Programa de Luta Contra a Malária, José Martins, numa mesa- redonda inserida nas Primeiras Jornadas Multidisci­plinares do Hospital Geral de Luanda. Para além de ser a principal causa de morte em Angola, a malária é igualmente a responsáve­l pela maior taxa de absentismo escolar e profission­al. A doença representa cerca de 35% da demanda de cuidados curativos, 20% de internamen­tos hospitalar­es, 40% das mortes perinatais e 25% de mortalidad­e materna. O quadro epidemioló­gico de Angola é caracteriz­ado por doenças transmissí­veis e parasitári­as, com destaque para as grandes endemias como a malária, o HIV/ SIDA e a tuberculos­e, juntando- se as doenças tropicais negligenci­adas, como tripanosso­mose humana africana. O norte do país continua a ser mais afectado devido às suas caracterís­ticas geográfica­s, sendo as regiões mais endémicas as províncias de Cabinda, Zaire, Uíge, Cuanza Norte e Sul, Malange, e as Lundas Norte e Sul.

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