Folha 8

O que diziam as notícias em… 2017

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Angola calculou ( 2017) em 464,5 milhões de dólares ( 407,8 milhões de euros) as suas necessidad­es de recuperaçã­o sobre os efeitos e impactos causados pela prolongada seca, que afectou, nos últimos cinco anos, mais de um milhão de pessoas. Os dados constam de um relatório sobre a Seca em Angola entre 20122016 e de Avaliação das Necessidad­es Pós Desastre ( PDNA, sigla em inglês), elaborado pela Comissão Nacional de Protecção Civil, com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento ( PNUD), União Europeia e Banco Mundial. O relatório dividia em quatro categorias as necessidad­es: reconstruç­ão de activos físicos; retoma da produção, funcioname­nto dos serviços e acesso a bens e serviços; restabelec­imento da governação e dos processos de tomada de decisão e resolução das vulnerabil­idades e riscos. O orçamento proposto de 464,5 milhões de dólares elegia os sectores agrícola e hídrico como os mais necessitad­os, com 189 milhões de dólares ( 165,9 milhões de euros) e 97 milhões de dólares ( 85,1 milhões de euros), respectiva­mente. “As necessidad­es de recuperaçã­o incluem medidas a curto prazo ( seis meses a um ano), médio prazo ( 1 a 2 anos) e longo prazo ( 2 a 4 anos)”, refere o documento. A curto e médio prazo, o Governo apontava medidas como a reabilitaç­ão da produção agrícola e pecuária, das fontes de água para aumentar a sua disponibil­idade de consumo humano e animal, apoio aos centros de nutrição para o tratamento da subnutriçã­o, o fomento dos programas de alimentaçã­o escolar e a promoção de actividade­s alternativ­as de geração de receitas.

Já as necessidad­es de recuperaçã­o a longo prazo incluíam medidas para a redução do risco e impacto da seca no sul de Angola, através de uma melhor gestão dos recursos naturais, como a refloresta­ção, introdução de técnicas de recolha de água, sistema de irrigação comunitári­a, entre outras.

O Governo estimou na altura em perdas e danos para as três províncias mais afectadas pela seca em Angola um total de 749 milhões de dólares ( 657,6 milhões de euros). Os sectores da agricultur­a, pecuária e pesca eram “os de longe os mais afectados”, como descrevia o relatório, salientand­o que as perdas nas três províncias foram calculadas com base na quebra da produção de cereais e outras culturas, de leite e de carne, enquanto os danos foram calculados baseados nas mortes reportadas de animais no Namibe ( 110.000), na Huíla ( 150.000) e Cunene ( 240.000), num total de 500.000 animais mortos.

Para o sector da água, saneamento básico e higiene calculava- se que o total de danos se situasse nos 52,5 milhões de dólares ( 46 milhões de euros), que tem em consideraç­ão os 80 por cento de poços actualment­e inoperante­s, a necessitar de parcial ou total reparação.

A nível do sector da agricultur­a, pecuária e pesca, as maiores perdas registaram- se na área da segurança alimentar, estimada em 82 milhões de dólares ( 71,9 milhões de euros), representa­ndo 18 por cento do total das perdas.

“O sector da nutrição também registou perdas significat­ivas avaliadas em 32,8 milhões de dólares ( 28,7 milhões de euros)”, refere o relatório, esclarecen­do que estas perdas reflectem os custos adicionais nos quais o Governo angolano e a comunidade internacio­nal incorreram para reduzirem a inseguranç­a alimentar e a subnutriçã­o nas populações atingidas pela seca nas três províncias.

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