Na E TAMBÉM TU, ALEX?
On. º 4 do artigo 17. º da Constituição da República dispõe que “os partidos têm o direito à igualdade de tratamento por parte das entidades que exercem o poder público, o direito a um tratamento imparcial da imprensa pública e o direito de oposição democrática, nos termos da Constituição e da Lei.” Espantosamente, alguns políticos, ou os seus simulacros, vêm “encorajando” os cidadãos a abrir mão de prerrogativas constitucionalmente protegidas.
Há pouco mais de uma semana, um político, agora conhecido pela sua total disponibilidade de alinhar com quem quer que seja, não importando o figurino ideológico e menos ainda os fins perseguidos, disse àquela televisão, que toma como “sua”, que era de todo justificada a discriminação praticada pela Zimbo em relação a partidos na oposição. À pergunta sobre se eram justificadas as reclamações dos partidos na oposição contra o tratamento discriminatório que recebem da comunicação social pública, aquela estranha mistura de Messi com Ronaldo respondeu totalmente serem infundadas as queixas. Segundo aquela iluminada mente, os partidos na oposição e outras forças que se querem fazer ouvir deveriam criar os seus próprios meios de comunicação, nomeadamente rádios, canais televisivos e jornais.
Na Grande Entrevista à Televisão Pública de Angola, Alexandre Sebastião André, chefe da bancada parlamentar da CASA- CE, repetiu a receita: as forças da oposição devem ter televisões, rádios e jornais próprios! A “prescrição” dos dois senhores não apenas encoraja os cidadãos a abrir mão dos seus direitos como revela total desconhecimento da matéria sobre a qual peroraram.
A manta de retalhos em que se constituiu a CASA - CE tem dinheiro para sustentar uma rádio, televisão ou um jornal? É estranho que tanto Sebastião André quanto aquele outro aí não tenham dito uma palavra sobre o sequestro da comunicação social pública pelo MPLA. Não é criando veículos de comunicação próprios – que não vão criar porque não têm dinheiro! – que os partidos na oposição se farão ouvir. A solução, e essa está na Constituição, é resgatar a comunicação social pública das amarras do MPLA e pôla ao serviço de todos os angolanos.
Não há alternativa a isso. Num entre vista em que, de modo geral, conduziuse bem, Alexandre Sebastião André ( Alex) borrou a escrita ao revelar conformismo com o sequestro da imprensa pública.