Folha 8

JOVENS DO HUAMBO NÃO PRECISAM DO IMPULSO DA UNITA PARA DENUNCIAR MÁ GOVERNAÇÃO

- LUÍS DE CASTRO

Porquê tanto alarido e vitimizaçã­o, afinal, “quem não deve não teme”. Desde o anúncio nas redes sociais da vigília “Lotti Nolika ausculta a juventude do Huambo”, marcada para o próximo dia 04.09.21, pelas 17 horas, um evento organizado pelo “Jango Cultural” e conta com respaldo de várias organizaçõ­es juvenis, que a Titular do “Poder Local” e seus sequazes não conseguem dormir. Em gesto de desespero circulam em várias plataforma­s digitais textos encomendad­os pela primeira Secretária e Segundo secretário do MPLA no Huambo, que até é marido da sobrinha ( filha de criação da própria primeira secretária), no sentido de descredebi­lizar os promotores da vigília, e para não variar, estão a ser conotados com o partidodo Galo Negro. A juventude do Huambo não precisa do impulso da UNITA para apontar o dedo a má governação, que pode ser vista a “olhos desarmados”.

A juventude não está a pedir outra coisa que não esteja ao alcance da governador­a do Huambo, ou seja, a juventude está a pedir simplesmen­te diálogo com a governante da província. Dito de outro modo, a juventude está a pedir, simplesmen­te, que Lotti Nolika ( LN) cumpra com os discursos orientador­es do Presidente da República: dialogar com a juventude.

O MPLA enquanto partido no poder deveria ser o primeiro a fomentar “pontes de diálogo” para melhor servir o governo. Aliás, “corrigir o que está mal”, significa isso mesmo.

Se LN tem medo da juventude, então não imaginemos dos seus próprios opositores políticos. Nesta altura paira um clima de desconfian­ça no edifício do governo provincial e no partido, arranjando bodes expiatório­s para eventuais descalabro­s.

Não tenhamos memória curta, a actual primeira secretária do MPLA e governador­a do Huambo quando foi hostilizad­a pelo seu próprio partido quem a defendeu foram esses jovens que hoje ela está a fugir ao diálogo. Se LN tivesse memória de elefante não teria esquecido que, muitas vezes, enquanto segunda secretária, orientava os jovens que apresentas­sem as suas inquietaçõ­es a antiga governador­a e, hoje, o mesmo procedimen­to já não colhe?

Que fique claro, vamos continuar a reivindica­r os nossos direitos abraçando a ética republican­a. Jamais iremos entrar nesse joguinho de insultos, até porque punge o coração partir pela via da contestaçã­o muito pela ligação que temos com a actual governador­a e muitos de nós tem os seus progenitor­es no actual governo, porém o bem comum deve sempre falar mais alto.

Acredito piamente que nenhum dos “encomendal­istas” que hoje estão a fazer textos insultuoso­s contra nós conhece a actual governador­a como eu. Quando quis desistir da vida política por ser atacada pelos que hoje dizem defender, eu estava com ela a chorar e a dar um abraço de filho. Aliás, hoje, devo aqui dizer, que quando a governador­a tomou posse, ligou a convidar- me para ser um assessor “sombra”, declinei o convite depois de ter denunciado negociatas, à própria, LN, que simplesmen­te limitouse a assistir impávida e serena, fazendo ouvidos de mercador.

Não tenho receio de dizer que conversei e aconselhei, vezes sem conta, a governador­a provincial, e por via disso, fui convidado para ser recebido em sua casa. Contudo, declinei, também, tais convites por entender que neste momento a nossa relação é de “governante e governado”, e neste sentido, devo ser recebido no governo e com os jovens que lidero.

Ocombate aos crimes de corrupção, num país civilizado conta com o imparcial desempenho de uma magistratu­ra do Ministério Público, com higiene intelectua­l e jurídica, cujos actos não possam aproximar-se, subreptici­amente, com os métodos das quadrilhas dos crime organizado. A obsessão em 10% do património móvel, imóvel e financeiro arrestado passar para a esfera das magistratu­ras é um hino a corrupção gourmet na magistratu­ra, com procurador­es e juízes, na calada da noite combinarem com delinquent­es e mafiosos assaltos, para, depois, partilhare­m o produto do roubo. Uma autentica heresia jurídica. Transforma­r, sob a capa da lei, a corrupção de juízes e procurador­es é estender um tapete vermelho aos grupos mafiosos.

Mas em Angola, dirigida pelo Executivo do MPLA, ouve-se com a maior desfaçatez um Procurador Geral da República, Helder Pitta Groz admitir ter dificuldad­es financeira­s para prosseguir com o combate à corrupção e repatriame­nto de capitais, razão pela qual pretender obter, mediante legislação própria, 10% dos valores recuperado­s. Quiça, antes mesmo de trânsito em julgado, já se querem lambuzar com o bagulho alheio... desavergon­hados.

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