JOVENS DO HUAMBO NÃO PRECISAM DO IMPULSO DA UNITA PARA DENUNCIAR MÁ GOVERNAÇÃO
Porquê tanto alarido e vitimização, afinal, “quem não deve não teme”. Desde o anúncio nas redes sociais da vigília “Lotti Nolika ausculta a juventude do Huambo”, marcada para o próximo dia 04.09.21, pelas 17 horas, um evento organizado pelo “Jango Cultural” e conta com respaldo de várias organizações juvenis, que a Titular do “Poder Local” e seus sequazes não conseguem dormir. Em gesto de desespero circulam em várias plataformas digitais textos encomendados pela primeira Secretária e Segundo secretário do MPLA no Huambo, que até é marido da sobrinha ( filha de criação da própria primeira secretária), no sentido de descredebilizar os promotores da vigília, e para não variar, estão a ser conotados com o partidodo Galo Negro. A juventude do Huambo não precisa do impulso da UNITA para apontar o dedo a má governação, que pode ser vista a “olhos desarmados”.
A juventude não está a pedir outra coisa que não esteja ao alcance da governadora do Huambo, ou seja, a juventude está a pedir simplesmente diálogo com a governante da província. Dito de outro modo, a juventude está a pedir, simplesmente, que Lotti Nolika ( LN) cumpra com os discursos orientadores do Presidente da República: dialogar com a juventude.
O MPLA enquanto partido no poder deveria ser o primeiro a fomentar “pontes de diálogo” para melhor servir o governo. Aliás, “corrigir o que está mal”, significa isso mesmo.
Se LN tem medo da juventude, então não imaginemos dos seus próprios opositores políticos. Nesta altura paira um clima de desconfiança no edifício do governo provincial e no partido, arranjando bodes expiatórios para eventuais descalabros.
Não tenhamos memória curta, a actual primeira secretária do MPLA e governadora do Huambo quando foi hostilizada pelo seu próprio partido quem a defendeu foram esses jovens que hoje ela está a fugir ao diálogo. Se LN tivesse memória de elefante não teria esquecido que, muitas vezes, enquanto segunda secretária, orientava os jovens que apresentassem as suas inquietações a antiga governadora e, hoje, o mesmo procedimento já não colhe?
Que fique claro, vamos continuar a reivindicar os nossos direitos abraçando a ética republicana. Jamais iremos entrar nesse joguinho de insultos, até porque punge o coração partir pela via da contestação muito pela ligação que temos com a actual governadora e muitos de nós tem os seus progenitores no actual governo, porém o bem comum deve sempre falar mais alto.
Acredito piamente que nenhum dos “encomendalistas” que hoje estão a fazer textos insultuosos contra nós conhece a actual governadora como eu. Quando quis desistir da vida política por ser atacada pelos que hoje dizem defender, eu estava com ela a chorar e a dar um abraço de filho. Aliás, hoje, devo aqui dizer, que quando a governadora tomou posse, ligou a convidar- me para ser um assessor “sombra”, declinei o convite depois de ter denunciado negociatas, à própria, LN, que simplesmente limitouse a assistir impávida e serena, fazendo ouvidos de mercador.
Não tenho receio de dizer que conversei e aconselhei, vezes sem conta, a governadora provincial, e por via disso, fui convidado para ser recebido em sua casa. Contudo, declinei, também, tais convites por entender que neste momento a nossa relação é de “governante e governado”, e neste sentido, devo ser recebido no governo e com os jovens que lidero.
Ocombate aos crimes de corrupção, num país civilizado conta com o imparcial desempenho de uma magistratura do Ministério Público, com higiene intelectual e jurídica, cujos actos não possam aproximar-se, subrepticiamente, com os métodos das quadrilhas dos crime organizado. A obsessão em 10% do património móvel, imóvel e financeiro arrestado passar para a esfera das magistraturas é um hino a corrupção gourmet na magistratura, com procuradores e juízes, na calada da noite combinarem com delinquentes e mafiosos assaltos, para, depois, partilharem o produto do roubo. Uma autentica heresia jurídica. Transformar, sob a capa da lei, a corrupção de juízes e procuradores é estender um tapete vermelho aos grupos mafiosos.
Mas em Angola, dirigida pelo Executivo do MPLA, ouve-se com a maior desfaçatez um Procurador Geral da República, Helder Pitta Groz admitir ter dificuldades financeiras para prosseguir com o combate à corrupção e repatriamento de capitais, razão pela qual pretender obter, mediante legislação própria, 10% dos valores recuperados. Quiça, antes mesmo de trânsito em julgado, já se querem lambuzar com o bagulho alheio... desavergonhados.