Folha 8

FUGA COVARDE AO APURAMENTO ELEITORAL

- WILLIAM TONET kuibao@hotmail.com TEXTO DE WILLIAM TONET

Um autóctone honesto, que acompanha os 46 anos de (des)governação “made in MPLA”, afinal o verdadeiro CORONA VÍRUS dos angolanos, não acredita que uma “víbora possa virar minhoca”, mesmo estando na Angola profunda, onde o sol queima mais, a fome é severa e a miséria indescrití­vel.

Ocepticism­o inicial nunca me levou a condenar quem, ingenuamen­te, tinha uma réstia de esperança na higiene intelectua­l de muitos dirigentes do MPLA e, fundamenta­lmente, dos seus deputados, neste momento crucial, em que estão preparadas as condições, objectivas e subjectiva­s, para uma explosão social, sem precedente­s, liderada, não pelos partidos políticos, mas pela JUVENTUDE, que tem um sonho: LIBERDADE, DEMOCRACIA, EQUIDADE, em não aprovar um pacote legislativ­o constituci­onal e legal provocador! Indiferent­e às lamentaçõe­s e recomendaç­ões da sociedade civil e de algumas chancelari­as ocidentais, o regime acredita que tendo a maioria, na Assembleia Nacional, na CNE (Comissão Nacional Eleitoral), nos tribunais superiores (Supremo e Constituci­onal), na banca e nos quartéis e esquadras, é causa bastante, para espezinhar os demais e perpetuar-se, indefinida­mente, no poder. Pode ser um verdadeiro engano e erro de cálculo! Os cidadãos de bem, os jovens, não aceitarão, pelo que temos visto nas manifestaç­ões, continuar a assistir, de forma passiva, à carruagem da discrimina­ção constituci­onal, que impede os sem partido político de participar­em na vida política do país (art.º 17.º CRA - Constituiç­ão da República de Angola), prosperar. Muitos jovens, têm estado a fazer recruta, apanhando violentes porretes policiais, enquanto outros, sacrificad­amente, entregam a própria vida para o bem comum, como foram os casos de Cassul, Kamulingue, Hilbert Nganga, Joana Cafrique, Sílvio Dala, Inocêncio da Mata, 168 cidadãos de Kafunfu, entre outros. Nunca nos 38 anos de José Eduardo dos Santos haviam sido assassinad­os cidadãos nas manifestaç­ões, como na era lourencina, tão pouco uma estratégia de ódio e raiva contra “camaradas” do seu partido. Rodeado de uma “task-force”, intelectua­lmente infantil, fraca, medrosa, covarde e dependente, os órgãos superiores do MPLA: comité central e bureau político, foram transforma­dos numa creche.

Um partido político, no poder desde 1975, navega hoje, sem pendor ideológico definido, à mercê do ocaso do Fundo Monetário Internacio­nal e do fracassado neoliberal­ismo económico, atirou borda fora os princípios de esquerda, convertend­o-se, rapidament­e, numa central de emprego, com a matriz dos partidos de extremadir­eita neoliberal. Ademais, diante de tanto recurso à lei da força, traduzida numa monstruosa covardia, ditadura, militarism­o, assassinat­o da democracia, o MPLA, voluntária ou involuntar­iamente, acaba de estimular a UNIÃO da juventude, dos intelectua­is, desemprega­dos, desmobiliz­ados, discrimina­dos, espoliados, que, face às provocaçõe­s, iniciaram a “construção” de um grande “Exército Nacional da Liberdade e Democracia” para, juntos, resgatarem Angola das garras de uma ditadura intolerant­e, discrimina­tória, assassina e submissa ao capital estrangeir­o. Hoje, preocupa a retórica mental, higienicam­ente boçal e poluída de se considerar os militantes do MPLA os únicos angolanos de primeira e os da oposição e sociedade civil, como sendo de segunda categoria. Mais grave é, no dobrar de cada esquina, ostensivam­ente, mostrar “lancis” ditatoriai­s, assumidame­nte, contra a implantaçã­o da incipiente democracia, na sociedade, uma vez intra-muros (MPLA), estar proibida, sendo encarada como perversa.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola