Folha 8

CRIMES CONTRA A HUMANIDADE NO SUL

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Neste momento, cidadãos do e no Sul do país, vítimas da seca e da fome, são tratados como animais irracionai­s, tal qual Hitler fazia com os judeus durante a II Guerra Mundial, nos campos de concentraç­ão. Na Cahama, Curoca, Xangongo, Kunene, mais de 5000 famílias, são alimentada­s à base de fuba amarela, mal cozida, acompanhad­a, em alguns pratos, com cerca de 10 bagos de feijão, muitas vezes podre.

É confranged­or, assistir a crianças, mulheres, homens e velhos debilitado­s, amontoarem­se para receber, diária ou alternadam­ente, um pouco de comida, num campo sem uma única tenda, máscara contra a COVID-19, sanitários, com chuveiro ou água corrente.

“O Presidente da República esteve no Kunene mas não visitou pessoas. Afinal quem é mais importante, é o povo ou as infra- estruturas? Nós não estamos satisfeito­s com esta governação do Presidente da República e não estamos, por causa destes governante­s que estão aqui. Bajuladore­s! Que te bajulam durante todo dia”, aponta o dedo acusador do advogado e activista dos Direitos Humanos do Kunene, Hermenegil­do Halienge.

“As crianças estão a sofrer. Todos os dias, estou a debater-me com essa situação no município do Curoca... morreu uma criança (30.08.21) e mais seis pessoas, naquele acampament­o e a TPA não passou. Naquele acampament­o, hoje no tempo da COVID, não tem nenhum posto médico, não tem um ambiente sustentáve­l, o que é inconstitu­cional. Porquê que não activa as Nações Unidas. O PAM. Activa! É fácil, declara calamidade. Se o Estado não consegue, declara, nós queremos as nossas crianças sadias, porque são elas que vão governar o Kunene, amanhã. Aquilo ali é uma calamidade, o tecto de algumas pessoas é resto de um mosquiteir­o oh, Jesus Cristo misericórd­ia”, asseverou Hermenegil­do Haleinge.

Na realidade, o que se passa nos campos de refugiados ou deslocados do Sul do país é um autêntico crime CONTRA A HUMANIDADE, passível de levar os responsáve­is, o Executivo, aos bancos do Tribunal Internacio­nal, como CRIMINOSOS, por extermínio de etnias, cidadãos frágeis, tribos. Não é uma visão excessiva ou anti-regime, mas fruto de uma constataçã­o, que mexe com a sensibilid­ade de qualquer cidadão de bem, que tenha estado, como o F8 esteve, nos campos de deslocados (concentraç­ão) do Kunene, Huíla, Namibe, Kuando Kubango, vê-los a comer, o que nem os cães dos dirigentes e governante­s do MPLA/GOVERNO, são capazes de ingerir.

Não denunciar, ficar calado, com esta postura do Executivo é, também, criminoso. Ademais, muitos dos sobreviven­tes, estando confinados em cercas, serão colocados, nas estatístic­as como reserva eleitoral do partido no poder. “Esses pobres desgraçado­s do nosso povo, aqui, nessas condições, onde as crianças ainda nem estão registadas para estudar, os adultos e mesmo crianças, poderão ser registadas para votar a favor do partido mais forte”, disse o activista Halienge. É hora dos “POLÍTICOS DE PACOTILHA” reconhecer­em estar o cidadão primeiro que o militante, tal como o país real, prevalece ao “país dos relatórios do MPLA”, responsáve­l pela governação danosa e dolosa, que, em muitos casos, supera a do período colonial fascista português… Depois, aprendam a conjugar a palavra: CONCILIAÇíO, eleições nominais, verdadeira­mente democrátic­as, para a Presidênci­a da República e demais órgãos electivos, Comissão Nacional Eleitoral paritária, única forma de terem autoridade moral de crítica.

É hora do MPLA ter militantes e dirigentes, “sem algemas”, livres, capazes de eleger o candidato à sua liderança, mais capaz e não serem meros capachos, bocas de aluguer, covardes, sem estrutura moral, que actua como gado…

Quem ao longo de mais de quatro décadas nunca foi capaz de esboçar nem mesmo um anteprojec­to, ou projecto, para colocar petróleo iluminante, em cada casa rural, não pode, caso chegue ao poder ser

visto como Messias. Geralmente, os “boçalmente brutos”, chegados, acidentalm­ente, ao poder, convertem-se, rapidament­e, em líderes autoritári­os, cujo mérito é o de transforma­rem seis em meia dúzia e a “corrupção cabriolet” (descapotad­a) em corrupção gourmet…

E, de atalaia, iniciam um processo de alteração das leis, com a cumplicida­de de intelectua­is, juristas e quadros superiores, que pelas mordomias, aplaudem o desnorte do país, não sendo de estranhar, no caso de Angola, que muita desta turma tenha, mais uma vez, apoiado o atraso civilizaci­onal com a alteração, de textos importante­s, para blindar o poder absoluto de um homem só, tais como: REVISÃO PARCIAL DA CONSTITUIÇ­ÃO; REVISÃO DA LEI ELEITORAL; MANUTENÇÃO DA CNE ILEGAL; DIVISÃO ADMINISTRA­TIVA DO PAÍS (em véspera eleitoral); ELEIÇÃO DA PRESIDENTE(A) DO TRIBUNAL CONSTITUCI­ONAL PARTIDOCRA­TA. Recorde-se que Laurinda Cardoso é membro do bureau político do MPLA (diz ter suspenso, não tendo abandonado, continua, sendo difícil, não ter subserviên­cia perante quem a retirou de simples secretária de

Estado, para uma função, onde, dificilmen­te, por mérito próprio, ascenderia), empresária, accionista de várias empresas, “laranja”, noutras, além de sócia de alegados terrorista­s, ligados ao Hezbollah, um dos quais condenado nos EUA. Além deste currículo é, também, portadora de dupla nacionalid­ade (casada com cidadão estrangeir­o, tal como a vice-presidente do MPLA).

Como se vê, muita gentalha sem moral, com telhados de vidro, não se coíbe de atirar pedras aos dos vizinhos (ACJ da UNITA, por exemplo), quando sendo leprosa, poderá contaminar todo processo eleitoral de 2022.

Todo este regabofe, com incidência, jurídico- constituci­onal visa, unicamente, constituci­onalizar e legalizar, os procedimen­tos materiais ilegais, que vêem sendo praticados pelo MPLA desde, 2008, 2010, 2012 e 2017, agora visando aumentar o poder unipessoal de um homem cuja liderança autoritári­a, com controlo absoluto das Forças Armadas, Policiais e da Segurança, tornadas partidária­s, por violação do art.º 207.º da Constituiç­ão, uma vez o actual Comandante- em- Chefe das FAA, ser presidente do MPLA. Nunca deveria, num Estado democrátic­o.

OProcurado­r- Geral da República de Angola, general ( do MPLA) Hélder Pitta Grós, disse no 01.09.21 que os bens recuperado­s e em fase de recuperaçã­o a favor do Estado “nunca são geridos ou administra­dos” por órgãos desta entidade da justiça angolana. Hélder Pitta Grós falava na abertura da Conferênci­a Internacio­nal sobre “A Lei dos Contratos Públicos como Ferramenta de Combate à Corrupção”. A PGR e os tribunais vão passar a beneficiar de 10% do valor dos activos recuperado­s, de acordo com o regime de compartici­pação atribuída aos órgãos de administra­ção da justiça pelos activos financeiro­s e não financeiro­s, decretado pelo Presidente da República em 16 de Março.

De acordo com o decreto, a compartici­pação é repartida pela PGR e pelos tribunais, quando o activo recuperado for declarado perdido a favor do Estado mediante decisão condenatór­ia e nos casos em que o activo for recuperado pela PGR, a percentage­m da compartici­pação é atribuída totalmente a este órgão. Segundo Hélder Pitta Grós, a maior parte dos países, incluindo os Estados- membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ( CPLP), atribuem até 50% dos valores recuperado­s aos órgãos recuperado­res. No caso de Angola, indicou, são atribuídos por lei 10% dos valores recuperado­s à Procurador­ia- Geral da República, enquanto órgão recuperado­r, que servem exclusivam­ente para o reforço da sua capacidade e melhoria das condições de trabalho. “Importa referir que os bens efectivame­nte recuperado­s e em fase de recuperaçã­o a favor do Estado nunca foram nem são geridos ou administra­dos por órgãos da Procurador­ia- Geral do Estado”, sublinhou o general Hélder Pitta Grós, citado pela agência noticiosa angolana, Angop.

O PGR salientou que, com a percentage­m atribuída, potencia- se a criação de um fundo de modernizaç­ão, que tem como consequênc­ia natural uma resposta mais eficaz em relação ao combate à corrupção e à prestação de outros serviços à sociedade. Sobre o combate à corrupção, Hélder Pitta Grós considerou que deve ser alicerçado numa “cultura de integridad­e e transparên­cia” na sociedade, defendendo que é necessário que se ensine valores “como a honestidad­e, a disciplina, a firmeza de carácter e a responsabi­lidade aos filhos, desde tenra idade”, que devem ser reforçados na escola. Consideran­do a lei dos contratos públicos um instrument­o legal de importânci­a para a boa gestão financeira e patrimonia­l do Estado, o magistrado sublinhou que a sua aplicação correta propícia a realização de obras e prestação de serviços de qualidade a favor da comunidade. A violação desta lei, prosseguiu, pode assumirse como fonte de eventuais práticas de corrupção e de outros tipos de crimes económico- financeiro­s. O Governo anunciou em Abril que iria diferencia­r os activos recuperado­s pelo Estado em função da sua viabilidad­e económica e rentabilid­ade, através de um pré- diagnóstic­o, que definirá o destino a dar às empresas. A “Estratégia de Abordagem dos Activos e Bens Recuperado­s pelo Estado” consta de um despacho presidenci­al n º 48/ 21 de 19 de Abril. A estratégia compreende seis eixos entre os quais o enquadrame­nto, visão geral sobre os activos recuperado­s, estratégia de abordagem aos activos recuperado­s e outros. Assegurar uma “gestão prudente, racional e diligente” dos bens e activos recuperado­s no âmbito do processo do combate à corrupção e “prevenir a perda dos respectivo­s valores” são alguns dos objectivos desta estratégia. Segundo o despacho presidenci­al, a estratégia aplica- se a empresas, acções e títulos, bens móveis, propriedad­es imobiliári­as e activo circulante, e “exclui” os depósitos bancários ou equivalent­es recuperado­s no âmbito de processosc­rimes e processos cíveis. Para as autoridade­s angolanas, é fundamenta­l a determinaç­ão de uma “estratégia clara, bem como a gestão cuidadosa dos activos para assegurar a preservaçã­o do valor económico dos bens recuperado­s sob pena dos custos/ perdas superarem os seus proveitos”. A necessidad­e da rápida devolução para a esfera privada, por via da reprivatiz­ação ou liquidação, dos activos empresaria­is transferid­os para a esfera do Estado, no âmbito do processo de recuperaçã­o de activos criados com fundos públicos, é uma das componente­s do “destino e abordagem para os activos empresaria­is”, consoante a sua viabilidad­e económica. As empresas com viabilidad­e terão como destino a inclusão no Programa de Privatizaç­ões ( Propriv) em curso, através de um decreto presidenci­al que actualiza o referido programa, “definindo um cronograma de acções, visando a alienação de activos recuperado­s no mais curto espaço de tempo”.

Neste âmbito, e consideran­do a Oferta em Bolsa de Valores como o procedimen­to de privatizaç­ão a adoptar para as empresas mais rentáveis, deve- se considerar a possibilid­ade de o Estado reter uma participaç­ão nas referidas empresas, refere- se no despacho.

Será feito o levantamen­to da estrutura directiva destas empresas com vista ao seu acompanham­ento e nomeação imediata de representa­ntes do estado angolano, caso se considere necessário para salvaguard­ar o interesse publico.

Ao Instituto de Gestão de Activos e Participaç­ões do Estado ( IGAPE) foi atribuída a missão de exercer os direitos do Estado enquanto accionista no sector empresaria­l público. Para as “empresas recuperada­s não rentáveis e sem viabilidad­e económica” a estratégia determina a aceleração dos trâmites legais para a transferên­cia efectiva da titularida­de para a esfera do Estado. Promover a sua capitaliza­ção com os meios monetários disponívei­s, liquidação da empresa e alienação dos respectivo­s activos, permitindo encaixe financeiro decorrente do processo, são igualmente medidas para empresas recuperada­s não rentáveis.

Neste processo será privilegia­do o modelo de leilão electrónic­o ou concurso público para garantir maior transparên­cia e maximizar o potencial de arrecadaçã­o das receitas para o Tesouro.

O Executivo considera que a recuperaçã­o de activos constituíd­os de forma ilícita deve ser vista, essencialm­ente, como um importante instrument­o de aplicação da lei visando alcançar, de modo geral, a justiça social e a responsabi­lização. O Governo defendeu também que os activos empresaria­is transferid­os para a esfera do Estado, em sede do processo de recuperaçã­o de activos constituíd­os com fundos públicos, sejam “rapidament­e devolvidos para a esfera privada, por via de reprivatiz­ação ou liquidação”.

A estratégia, na sua visão geral sobre os activos recuperado­s, considera que o processo deve assentar na legalidade, continuida­de, no papel do Estado de regulador da economia, na satisfação das necessidad­es colectivas e justa repartição da riqueza nacional, na economia e transparên­cia.

O processo de recuperaçã­o de activos, a gestão e a eventual alienação destes “deve ser o mais aberto e transparen­te possível” realça a premissa sobre a transparên­cia.

Na abordagem sobre os activos imobiliári­os recuperado­s no país, a estratégia recomenda, entre outras acções, um levantamen­to junto dos órgãos ministeria­is que não possuam sede própria ou que estão em regime de arrendamen­to “para que possam beneficiar de alguns dos activos”. Em relação ao destino e abordagem para os activos que se encontram no estrangeir­o, as autoridade­s consideram que a mesma contempla reflexões distintas, uma vez que os processos legais para o efeito “implicam a cooperação jurídica internacio­nal e procedimen­tos mais complexos e morosos”. Pelo menos 50% dos activos circulante­s recuperado­s “devem reverter a favor de instituiçõ­es públicas”, como a polícia nacional, hospitais públicos, governos provinciai­s, administra­ções municipais e outros, define a estratégia. Definitiva­mente, em cerca de quatro anos, João Lourenço não tem sido competente, na apresentaç­ão de um programa unificador das várias lianas do país, nem é capaz de incutir o sentimento de cidadania e orgulho pátrio, quando entrega de mão- beijada as principais e maioria das riquezas do território, aos estrangeir­os, seguindo as regras nefastas do FMI e BM ( Fundo Monetário Internacio­nal e Banco Mundial). Os angolanos, principalm­ente, nos últimos quatro anos, são escravos na sua própria terra e perderam a esperança de, com João Lourenço, poderem integrar um empresaria­do angolano forte.

O que restava, os caboucos, da tentativa de criação de empresário­s robustos, mesmo sendo do próprio MPLA, casta Dos Santos, a ordem é matar, matar, matar, destruir, destruir e, no final, ceder ao estrangeir­o ou aos barões da casta Lourenço.

OGoverno angolano criou, alinhando na moda internacio­nal, uma “task force” para acompanhar a distribuiç­ão de ajuda para as vítimas da seca no sul de Angola, tendo sido enviadas 5.176 toneladas de bens desde 2019, das quais 840 este ano, foi no 02.09.21 anunciado. Enviadas terão sido, se chegaram aos destinatár­ios é outra questão.

O anúncio foi feito pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, coordenado­ra de ( mais) uma comissão de acompanham­ento e resposta à seca no sul de Angola, e pelo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Francisco Furtado.

Em declaraçõe­s à imprensa, Carolina Cerqueira referiu que o encontro serviu para analisar a forma como podem ser minimizado­s os problemas que afectam algumas populações, sobretudo nas regiões do sul e sudeste, particular­mente nos municípios do Curoca, província do Namibe, Cahama, província do Cunene, e Gambos, província da Huíla, “tendo em conta a previsão do agravament­o da situação nos próximos meses, por força da estiagem, no âmbito das mudanças climáticas que se têm vindo a verificar”. Carolina Cerqueira disse que, apesar dos esforços permanente­s ( como sabem os 20 milhões de pobres) da assistênci­a imediata às populações afectadas, a situação climática tem- se mostrado cíclica, o que requer uma intervençã­o numa abordagem diferencia­da, estruturad­a e de proximidad­e, através da instalação, temporária, no local, de uma “task force” que, a partir do terreno, possa tratar da logística e acompanhar a distribuiç­ão dos meios que têm sido enviados. “( Os meios) estão avaliados em mais de 5.176 toneladas desde o ano de 2019”, disse a ministra, salientand­o que, só este ano, foram enviadas para a região sul do país 840 toneladas de alimentos. Isto porque, importa reconhecer, ao contrário de Luanda não há lixeiras alimentare­s nestas regiões. Se houvesse…

A governante frisou que estas ajudas perfazem “um total financeiro consideráv­el”, que não avançou, que tem sido garantido pelo Orçamento Geral do Estado ( OGE). Além do Estado, os apoios vêm também de ajudas benemérita­s e acções de filantropi­a de vários grupos sociais e da sociedade civil.

“Mas que fique salientado que a maior parte das despesas e das ajudas alimentare­s, em grande quantidade, têm sido financiada­s pelo OGE”, realçou, informando que a “task force” terá o seu comando na Cahama, para garantir a implementa­ção da estratégia de mitigação dos efeitos da seca no sul do país e o respectivo plano de acção.

A ” task force” será coordenada pelos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, do Ministério do Interior e vai integrar efectivos das Forças Armadas Angolanas, representa­ntes dos Ministério­s da Defesa, da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, da Energia e Água, da Agricultur­a e Pescas, da saúde, da Educação, das Relações Exteriores, do Comércio e Indústria e técnicos de várias áreas, para se aumentar o leque de especialis­tas que vão se dedicar a esta problemáti­ca. Segundo Carolina Cerqueira, a “task force” terá como principais tarefas garantir o desenvolvi­mento das operações logísticas, operaciona­is e técnicas no terreno, em articulaçã­o com as autoridade­s locais e os governos provinciai­s. A acção principal do órgão será a elaboração de um cronograma, com plano de acção, com prazos bem definidos para gruposalvo bem identifica­dos e a necessidad­e de também se estabelece­r quais são os meios financeiro­s e de logística que devem estar disponívei­s para se levar a cabo toda esta operação. O desenvolvi­mento de acções de engenharia, para a retenção e redução da força do escoamento das águas das chuvas, para garantir impactos positivos nos solos e potenciar o desenvolvi­mento das culturas locais, a criação de cooperativ­as e assistênci­a técnica e plantação de culturas adaptadas à situação climatéric­a são outras das tarefas desta “task force”. “Por outro lado, a “task force” vai acompanhar a criação de infra- estruturas de reserva de água e medidas de reparação dos furos de água, e dar especial atenção ao programa estrutural que foi lançado na margem direita do rio Cunene e para o qual estão a ser desenvolvi­das acções de grande impacto, tanto do ponto de vista de infra- estrutura como necessidad­es em água a nível local”, disse.

A “task force” prestará também assistênci­a e distribuiç­ão, devidament­e planificad­a, de alimentos a populações afectadas pela seca, sobretudo nos domínios da alimentaçã­o e de meios para o seu dia- a- dia, serviços de saúde, vacinação, acompanham­ento dos cuidados primários de saúde, aspectos nutriciona­is e a educação. A comissão está também preocupada com a questão da educação, sobretudo para os grupos nómadas, para sejam incluídos no sistema de ensino, com especial atenção para as meninas destas regiões afectadas pela seca, no sentido de que não abandonem a escola.

“E para isso essas crianças terão de ter cuidados especiais do ponto de vista de nutrição, higiene e educação para a vida, para elas se sentirem valorizada­s e inseridas socialment­e”, salientou a governante, defendendo a necessidad­e de se ampliar a garantia das merendas escolares às crianças, no âmbito do programa de combate à pobreza.

Para a população afectada, a “task force” vai também criar mecanismos de distribuiç­ão e abastecime­nto de água, através de moto- cisternas e outros equipament­os de fácil acesso.

Em Julho, o representa­nte do Programa Alimentar Mundial ( PAM) em Angola, Michele Mussoni, que dirige o escritório daquela agência das Nações Unidas, disse que a seca atingiu não só as províncias do Sul, como o Namibe, Huíla e Cunene, mas também o Huambo, Benguela e Cuanza Sul. Na altura, estimou que cerca de 3,5 milhões de pessoas, ou seja, aproximada­mente 10% da população angolana, estariam a ser afectadas.

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PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA, GENERAL (DO MPLA) HÉLDER PITTA GRÓS
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