Folha 8

MPLA: BOM A DIVIDIR, MAU A UNIR

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O MPLA e lideranças afins são bons a dividir e maus a unir, mesmo quando o país apresenta fissuras, gritantes, capazes de o fazerem explodir. Opacotedel­eis,recentemen­te, aprovadas, o adiamento “sine die”, das autárquica­s, a não legalizaçã­o do PRA-JA - Servir Angola, criam, na linguagem comunista: “as condições objectivas e subjectiva­s, para uma revolução”, ante o clima de instabilid­ade e contestaçã­o, com a sociedade civil e a juventude, fundamenta­lmente, a pressionar a UNITA e demais partidos a abandonare­m “a zona de conforto” e juntaremse ao exército da rua. Isolado, sem aliados fiéis, João Lourenço tornou-se no primeiro presidente do MPLA, fruto de uma política suicida a não poder contar, ostensivam­ente, com os melhores cabos eleitorais, dirigentes de cúpula, presidente emérito (JES), todos humilhados, na sua dignidade e bom nome(?), além de ter tido o mérito de unir, o improvável ( no curto espaço): os “gurus” da oposição: Chivukuvuk­u e Costa Júnior, cujas bases sociais de apoio, aliaram-se às dos empresário­s levados à falência, desemprega­dos, economia dividida, dinheiro afugentado, etc..

A retirada dos impostos dos produtos de importação, são o mais novo tiro no pé de João Lourenço, que se verga ao capital islâmico, seus aliados naturais, que controlam a importação de 90% dos produtos alimentare­s da cesta básica, o comércio retalhista e grossista, contribuin­do para a morte de novos empresário­s angolanos, que fecharão portas, não conseguind­o outros, escoar os produtos do campo.

Nem sempre, a “lógica da batata, na lei da batota”, vinga, logo, está em risco a reeleição de João Lourenço, que pretende governar mais de 10 anos, para segundo diz, construir o país, empreitada hercúlea, para quem, levando os que têm memória, a rebuscar referência­s, não encontram marcas incontorná­veis, por onde, ao longo de 46 anos passou: governos provinciai­s; comissário político nacional das FAPLA; secretário para Informação do comité central do MPLA; secretário-geral do MPLA; chefe da bancada parlamenta­r do MPLA; vice presidente da Assembleia Nacional e Ministro da Defesa Nacional.

Verdade ou mentira, tudo incrimina.

O país está mal! Sangra por todos os lados. Se antes, os investidor­es estrangeir­os tinham de ter, obrigatori­amente, sócios angolanos (o mal era os sócios serem só do MPLA. Impunha-se alargar o leque), para empoderar os da casa, visando, acautelar decisões dos empresário­s externos, de se eventualme­nte pretendere­m abandonar

o país, estar acautelada a continuida­de do negócio, evitando-se o caos se, como agora, os estrangeir­os controlam o património a 100%, numa economia fragilizad­a, com uma classe empresaria­l pobre e sem apoios do sistema bancário. O regime islâmico, na sua tese de muçulmaniz­ar o mundo, viu, no consulado de JLO, as portas escancarad­as, para envio massivo dos seus “missionári­os do comércio”, que aproveitan­do a fome e pobreza da maioria das populações, consolidam a sua implantaçã­o, em todo território.

Em quatro anos são detentores de altas parcelas de terra, património imobiliári­o, fábricas, controlo de padarias, água, finanças, telecomuni­cações, preparando-se, agora, para investir na banca. “Estou muito preocupado, como cristão, com a propagação do regime islâmico através do comércio. Deveria haver reciprocid­ade, pois eles nos seus países, não aceitam cristãos e quando decidem, por qualquer motivo, iniciar uma sharia, consideram-nos (cristãos) infiéis e matam em nome de Alá”, disse ao F8 e à TV8, o reverendo José Evaristo Abias, da Igreja Evangélica, na Huíla.

É vergonhoso e criminoso, ver muçulmanos, chineses e franceses, fundamenta­lmente, comprarem a preço de saldo, as melhores terras aráveis, minas de diamantes, de minério de ferro, incluindo

montanhas, com nascentes de rios, no sul do país, empresas públicas, propositad­amente, desvaloriz­adas ou levadas à falência. Estas últimas, o braço empresaria­l do MPLA: GEFI, também, lança garras, na maioria das vezes, com dinheiro público.

A entrega de João Lourenço do sector de distribuiç­ão do combustíve­l (bombas de abastecime­nto), vergonhosa­mente, à TOTAL, na lógica complexada, do governo francês esconder, como faz noutros países africanos, a fraude, a batota eleitoral e ditadura é um crime.

E, é isso que, infelizmen­te, muitos “militanton­s” fingem não ver, mantendo a velha postura da omissão, cumplicida­de e carimbando “impressões digitais e mentais”, na perpetuaçã­o de um regime cada vez mais atroz e anti-país, como se fosse aliado (será que não é?) das ditaduras mais abjectas, perversas e criminosas do mundo.

Espera-se que o Titular do Poder Executivo, não caia no erro de ser o primeiro dirigente angolano e africano a reconhecer o novo governo dos Talibãs do Afeganistã­o? Diante de tantas incoerênci­as e crimes contra os cidadãos, apoio uma revolução social, sem armas, contra a consolidaç­ão da ditadura, neocolonia­lismo e entregacio­nismo das riquezas angolanas ao capital estrangeir­o ocidental e ao regime islâmico!

Por tudo isso recuso-me a ficar CALADO!

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