Seca não pode acabar (os ladrões precisam dela)
Tal como pretende o governo do MPLA, não interessa ensinar a pescar nem mandar peixe. Interessa é mandar dinheiro para, supostamente, ensinar a pescar e comprar peixe. Assim, a União Europeia vai lançando mais umas tranches de um fundo de subvenções para financiar projectos de organizações da sociedade civil nas províncias da Huíla, Cunene e Namibe, afectadas pela seca. Em Setembro de 2019 a verba aprovada foi de 12.337.500 euros, uma parte de um total de 65 milhões de euros, financiados pela UE no âmbito do pomposo projecto de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola ( FRESAN). Do valor total, 48 milhões de dólares foram geridos pelo instituto Camões de Portugal, nos quatro anos de validade do projecto. Segundo a gestora de subvenções do projecto de segurança alimentar, Ana Teresa Forjaz, foi lançado um desafio às organizações da sociedade civil a apresentarem, até 14 de Outubro de 2019, projectos na área com enfoque na água, por ser uma prioridade e necessidade garantir- se às comunidades o acesso a esse bem.
“O segundo convite destina- se a projectos que possam trabalhar na área da segurança alimentar e nutricional e poderão ter diferentes actividades consoante o foco e a experiência das organizações da sociedade civil, por um lado, mas, obviamente, adequando ao diagnóstico e às necessidades das comunidades rurais que são o públicoalvo do projecto”, referiu a responsável em declarações à rádio pública angolana.
De acordo com a gestora, um terceiro convite foi lançado às organizações da sociedade civil para um maior apoio às cooperativas, associações de produtores, nas áreas de comercialização, transformação e processamento dos produtos agrícolas.
É claro que o Titular do Poder Executivo está atento. Prova disso foi, na altura, o contrato rubricado com o Japão e destinado ao sector dos transportes, avaliado em 600 milhões de dólares e que, ao que tudo indica, visa transportar… água para as regiões carenciadas.