Seca é uma galinha de ovos de ouro para o MPLA
Em Maio de 2019, as Nações Unidas disponibilizaram a Angola 6,4 milhões de dólares ( 5,7 milhões de euros) para ajudar o Governo a fazer face à crise de seca no sul do país. E o que fez o Governo? A fazer fé no seu crasso historial de incompetência gastou- o, é claro, mantendo mais esta galinha dos ovos de ouro, de modo a que a seca continue e as doações também. Em comunicado, as Nações Unidas anunciaram na altura que a referida ajuda se enquadrava no Fundo Central de Resposta a Situações de Emergência ( CERF, na sigla em inglês) e deveria ser aplicada em projectos nas províncias do Cunene, Huíla, Bié e Namibe, para beneficiar as pessoas afectadas pela seca.
“O Fundo de Emergência ( o CERF) será dirigido às populações mais vulneráveis e com maiores carências que residem nos municípios das quatro províncias mais afectadas ( Cunene, Huíla, Bié e Namibe)”, referia o documento. As áreas de nutrição, água e saneamento, agricultura e segurança alimentar, saúde e protecção são as que devem merecer ( em tese) a atenção do Fundo das Nações Unidas para a Infância ( Unicef ), do Fundo das Nações Unidas para a População ( FNUAP) e da Organização das Nações Unidas para a Saúde ( OMS), as agências encarregues de implementar as ajudas. O documento sublinhava que 44% do total do fundo seria direccionado para a nutrição, 27,8% para a água e saneamento e o restante será dividido entre os projectos de saúde, segurança alimentar e agricultura e protecção.
“O severo impacto da seca no sul tem levado à deterioração rápida dos meios de subsistência da população. Segundo dados do Governo provincial do Cunene, o número de pessoas que precisam de ajuda humanitária nessa província aumentou de cerca de 250 mil, em Janeiro de 2019, para 860 mil em Março desse ano, o que representa já 80% do total da população da província”, realçava a nota.
A ONU estimou que 2,3 milhões de pessoas não estavam em condições de satisfazer as suas necessidades nutricionais nas quatro províncias mais afectadas, sendo que cerca de 490 mil são crianças com menos de cinco anos. O apoio inclui igualmente a saúde e protecção de cerca de 37 mil mulheres grávidas. Em 2019, as Nações Unidas consideravam que para fazer face à crise e situação de emergência que o país vive seriam necessários 92 milhões de dólares ( 82,4 milhões de euros), pelo que os 6,4 milhões de dólares disponibilizados correspondiam a 6,9% do total das necessidades estimadas.