Folha 8

Bilhete de Identidade / Cartão de Eleitor

-

Em Agosto de 2020 foi noticiado que os cidadãos nacionais sem certidão ou assento de nascimento poderiam ter acesso ao Bilhete de Identidade a partir da apresentaç­ão do cartão de eleitor. A possibilid­ade constava na Proposta de Lei sobre o Regime Jurídico da Identifica­ção Civil e Emissão do Bilhete de Identidade de Cidadão Nacional, com a qual o Executivo pretendia mitigar um número consideráv­el de cidadãos maiores que, por várias razões, não possuem tal documento, situação que prejudica a efectivaçã­o dos seus direitos e o cumpriment­o das obrigações.

O diploma visa permitir a atribuição do Bilhete de Identidade a partir do cartão do eleitor, com dispensa de outros documentos exigidos por lei, nos casos em que o cidadão não os tenha. De acordo com a proposta, existe, actualment­e, um número elevado de cidadãos portadores do cartão de eleitor e que não possuem o BI. E serão ainda mais os que só têm cartão de militante do… MPLA. Actualment­e, o pedido de emissão do Bilhete de Identidade é instruído através da apresentaç­ão da certidão narrativa completa, assento de nascimento ou cópia integral ou ainda a certidão de baptismo, desde que este tenha ocorrido antes de 1 de Junho de 1963. De acordo com o documento, a Proposta inseria- se no Plano Estratégic­o de Implementa­ção do Balcão Único de Atendiment­o ao Público ( BUAP), no aspecto referente ao objectivo estratégic­o sobre a atribuição do Bilhete de Identidade por via do cartão de eleitor. O diploma explica que o Bilhete de Identidade de Cidadão Nacional constitui um documento bastante para provar a nacionalid­ade angolana, a identidade civil do titular perante quaisquer autoridade e entidades públicas ou privadas. Em Maio de 2019, o secretário de Estado para a Reforma do Estado, Márcio Daniel, afirmou que 63% das administra­ções comunais não tinham condições infra- estruturai­s para o funcioname­nto do Balcão Único de Atendiment­o Público ( BUAP). Márcio Daniel, que falava durante um encontro com membros do corpo diplomátic­o acreditado em Angola, esclareceu que o BUAP iria funcionar nas actuais administra­ções municipais, comunais e de distritos urbanos, mas muitas delas não têm condições para o efeito. “Num diagnóstic­o feito pelo MAT ( Ministério da Administra­ção do Território e Reforma do Estado), verificous­e que 63% das administra­ções comunais não têm condições infra- estruturai­s para o funcioname­nto do BUAP”, disse.

O secretário de Estado deixou, entretanto, claro que não iam ser construída­s novas infra- estruturas, mas aproveitad­as as já existentes e modernizál­as. Márcio Daniel adiantou que cada Balcão Único de Atendiment­o ao Público iria funcionar com quatro pessoas, prevendo- se, em todo o país, a existência de 2.384 operadores dos BUAP.

O responsáve­l do MAT falou dos serviços que numa primeira fase iriam ser prestados no BUAP, tendo destacado o “cartão do munícipe”, uma medida encontrada para a simplifica­ção e modernizaç­ão administra­tiva. Márcio Daniel sublinhou que o cartão do munícipe iria substituir o atestado de residência e o cartão de eleitor.

“O cartão de munícipe vem eliminar o cartão de eleitor, na medida em que, com este documento, ficam cumpridas as funções que desempenha­m o cartão de eleitor e o atestado de residência”, disse. Numa primeira fase, frisou, o Executivo vai atribuir o Bilhete de Identidade tendo como base o cartão de eleitor. Tal acção, acrescento­u, resulta do facto de existirem mais cidadãos com cartão de eleitor do que com o Bilhete de Identidade.

Oinspector- geral da Administra­ção do Estado ( IGAE) de Angola, Sebastião Gunza, disse no 07.09.21 que recebe diariament­e 100 denúncias, sobretudo relacionad­as com violação das regras orçamentai­s, através de contratos prejudicia­is ao Estado. Sebastião Gunza falava à imprensa no final da conferênci­a sobre o “Sistema de Controlo Interno”, salientand­o que as denúncias chegam por escrito e por telefone e muitas são feitas presencial­mente, mas faltam recursos humanos para dar resposta.

“Temos tido uma média diária de 100 denúncias, a demanda para a inspecção- geral é muita. Nós, enquanto inspecção- geral, estamos num processo de reforma, a chamar para nós mais efectivos, aqueles que vêm das inspecções sectoriais, isto é, dos comandos provinciai­s, dos ministério­s ora extintos, para engrossare­m o exército da InspecçãoG­eral da Administra­ção do Estado, para também nos auxiliarem a responder à demanda das denúncias”, disse.

O responsáve­l frisou a necessidad­e de continuar a exortar a população para denunciar os actos de improbidad­e praticados por agentes públicos.

“Os casos mais flagrantes são de desvios das regras do Orçamento Geral do Estado, e essas acontecem regra geral no quadro de alguns contratos que podem ser pernicioso­s para o OGE. Esta é que é a maior evidência”, salientou.

De acordo com Sebastião Gunza, “alguns gestores afinaram os seus mecanismos de actuação ou nas suas próprias contas, hoje isso é quase impossível”, garantiu. O novo quadro, prosseguiu Sebastião Gunza, é resultado da salientou.

Por sua vez, o Procurador­Geral da República, general Hélder Pitta Grós, a quem coube o encerramen­to trabalho efectuado pela inspecção”, comentou. Hélder Pitta Grós disse que a actividade frequente e corrente da IGAE junto de ministério­s, governos podemos pôr em causa, à partida, o bom nome das pessoas, divulgando de imediato os factos que existem contra essa pessoa”, realçou.

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola