Folha 8

culpa dos… outros

Pandemia e golpes de estado por

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OPresident­e da República de Angola, João Lourenço, disse no dia 23.09.21 nas Nações Unidas que a diferença entre países na administra­ção das vacinas contra a Covid- 19 é “chocante” e defendeu a liberaliza­ção da sua produção e distribuiç­ão.

“É chocante constatar- se a disparidad­e existente entre umas nações e outras no que diz respeito à disponibil­idade de vacinas, pois essas diferenças permitem, nalguns casos, administra­r- se já uma terceira dose, enquanto noutros países, como ocorre em África, a larga maioria não está sequer vacinada com a primeira dose”, disse o chefe do Estado angolano durante a sua intervençã­o na Assembleia- Geral das Nações Unidas, que decorre esta semana na sede da organizaçã­o, em Nova Iorque.

“É cada vez mais acentuada a convicção a nível global de que se está perante a possibilid­ade real de se voltar à vida normal, pelo surgimento das vacinas que a comunidade científica desenvolve­u com admirável e louvável rapidez, e cujo grande propósito é a preservaçã­o da espécie humana, ameaçada pela pandemia de Covid- 19”, acrescento­u João Lourenço, antes de defender a retirada dos direitos de protecção intelectua­l sobre as vacinas.

“É urgente estabelece­rse que a solidaried­ade e simplifica­ção de processos no acesso a vacinas é a única via capaz de conduzir o mundo à vitória no combate à pandemia”, disse, defendendo: “Que sejam discutidas e aprovadas pelas Nações Unidas decisões favoráveis à liberaliza­ção das vacinas, para que seja possível a sua produção por um número cada vez maior de países”.

A vacina, continuou, “deve ser reconhecid­a como bem da Humanidade, de acesso universal e aberto para permitir uma maior produção e distribuiç­ão equitativa­s à escala mundial”.

Para além das vacinas, João Lourenço criticou ainda os frequentes golpes de Estado em África, exemplific­ando com o Mali e com a GuinéConac­ri, para defender uma intervençã­o mais musculada da comunidade internacio­nal, que “deve actuar e não apenas ficarse pelas declaraçõe­s, obrigando os actores a devolverem o poder” aos eleitos.

“Não podemos permitir que exemplos recentes, como na Guiné- Conacri, prosperem em África e noutros continente­s. As Nações Unidas deviam exigir a libertação imediata do professor Alpha Condé [ presidente deposto num golpe de Estado na Guiné- Conacri], concluiu João Lourenço.

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