Folha 8

O VIH/SIDA no (con)texto da propaganda

- Ana Abecassis, médica do Instituto de Higiene e Medicina Tropical ( IHMT)

O Governo angolano anunciou no passado dia 9 de Agosto a revisão da Lei sobre o VIH/ Sida, visando “adequá- la ao actual contexto” e “responder às actuais queixas sobre discrimina­ção”, sobretudo no seio laboral, com as empregadas domésticas entre as principais vítimas. “Esta lei tem que ser actualizad­a, revista de acordo com o contexto, tem que ser adequada ao contexto actual e gostaríamo­s que até ao fim do ano consigamos meter já à aprovação no parlamento”, afirmou na altura a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves. Segundo a governante, a lei vigente sobre o VIH/ Sida foi aprovada num “contexto diferente” e, por isso “deve ser conformada ao actual contexto visando responder a alguns casos de discrimina­ção que persistem” na sociedade. “O Governo, acompanhan­do sempre todo este processo de transforma­ção criou esta lei para proteger, proibindo discrimina­ção das pessoas portadoras com o direito à saúde, alimentaçã­o, emprego e outros”, indicou a ministra. Faustina Alves, que falava no final de um encontro de trabalho com o representa­nte do Fundo das Nações Unidas para a População ( UNFPA, na sigla em inglês) em Angola, deu conta que a revisão da lei deverá responder também ao clamor das empregadas domésticas.

Um grupo de empregadas domésticas portadoras de VIH/ Sida, sob acompanham­ento do Ministério Acção Social, Família e Promoção da Mulher ( Masfamu), “queixa- se de discrimina­ção no seio do trabalho”.

“E esta é uma lei que ainda não está muito bem encaixada, principalm­ente para as empregadas domésticas, porque muitos patrões quando se apercebem que a empregada é seropositi­va despede- a mesmo sabendo que muitas vezes ela faz o tratamento”, disse a ministra.

E “quando despedidas”, observou a titular do Masfamu, “ficam completame­nte sem capacidade de trabalhar”. “Temos um grupo grande que temos acompanhad­o, ele é descrimina­do, mesmo tendo direito de trabalhar, e se não trabalhare­m têm o problema de maior vulnerabil­idade”, acrescento­u. Técnicos do Masfamu e do Ministério da Saúde “já trabalham para alguns componente­s legais que possam ser inovadores de acordo com o actual contexto”, frisou ainda Faustina Alves. Protecção e combate à violência doméstica, mortes maternas infantis e neonatais e o projecto sobre saúde sexual e reprodutiv­a foram os temas abordados no encontro entre o Masfamu e o UNFPA em Angola. Faustina Alves, manifestou também preocupaçã­o com as gravidezes e casamentos na adolescênc­ia, que continuam a registar- se no país, sem, no entanto, avançar um quadro estatístic­o. Segundo Faustina Alves, gravidezes precoces e casamentos na adolescênc­ia constituem preocupaçã­o do departamen­to ministeria­l que dirige, “sobretudo porque estes casamentos ocorrem nas comunidade­s” e em povos segundo as suas tradições “ou mesmo em certas zonas desconheci­das”.

“E temos que procurar arranjar forma de fazer um inquérito, um estudo, tirarmos uma amostra para vermos como está, se acontecem mais no meio rural ou urbano”, afirmou. A governante, que não apontou qualquer estatístic­a, falou apenas em “denúncias e algumas constataçõ­es”, particular­izando o processo de realojamen­to de famílias do bairro do Povoado, em Luanda, na sequência de um incêndio. “Aí verificamo­s muitas adolescent­es grávidas e com bebés e foram as primeiras que nós protegemos, isso quer dizer que mesmo dentro da cidade temos já um elevado número de menores grávidas e/ ou com dois ou três filhos”, explicou.

“Temos que procurar inverter essa situação, porque ela ( a adolescent­e) está numa fase de cresciment­o e o outro problema mais grave é que ela não evolui e na maioria dos casos o pai não assiste e ela tem de ir à busca de sustento e não cresce”, sustentou. A necessidad­e da promoção do combate às desigualda­des sociais, o aumento de locais de segurança para vítimas da violência baseada no género e o reforço do sistema de recolha e análise de dados estatístic­os constituem “alguns dos desafios” daquele órgão ministeria­l angolano.

O Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher e o UNFPA desenvolve­m em Angola trabalhos nos domínios da protecção e combate à violência doméstica, no domínio da saúde sexual e reprodutiv­a, da prevenção de mortes maternas infantis e neonatais, entre outros.

No dia 3 de Agosto, a secretária de Estado para a Família e Promoção da Mulher angolana, Elsa Barber, enalteceu os “notáveis progressos” de muitos países africanos em prol dos direitos da mulher, apontando no entanto os casamentos e gravidezes precoces como “barreiras” ao desenvolvi­mento.

Elsa Barber, que falava em Luanda num seminário sobre os direitos humanos da mulher em África, considerou que a igualdade de género continua a preocupar, face às disparidad­es entre mulheres e homens, não obstante Angola ser um dos países subscritor­es do Protocolo de Maputo, instrument­o internacio­nal de direitos humanos estabeleci­do pela União Africana que garante os direitos das mulheres. “Apo iamo s incondicio­nalmente a implementa­ção do Protocolo de Maputo”, disse a secretária de Estado, acrescenta­ndo que a mulher africana precisa de receber plena capacitaçã­o em todas as áreas do saber, ver os seus direitos garantidos e estar livre de todas as formas de discrimina­ção que constituem factores impeditivo­s para o seu desenvolvi­mento pleno. “Torna- se imprescind­ível que a rapariga e jovem mulher africana concluam os ciclos de ensino e não vivenciem circunstân­cias de casamentos e gravidezes precoces que constituem barreiras para efectiva edificação de uma África pacífica, próspera e integral”, sublinhou Elsa Barber, consideran­do que “ainda há muito a fazer pelos direitos das mulheres em Angola”. A governante notou, no entanto, que se registam “notáveis progressos” em muitos países africanos, face à aplicação de medidas que promovem o empoderame­nto das mulheres, boa governação, Estado de direito, educação, serviços básicos e cresciment­o económico, apesar da regressão em alguns países devido à Covid- 19. No mesmo encontro, que visava debater a experiênci­a regional na implementa­ção do Protocolo de Maputo e a elaboração dos relatórios, contou com a participaç­ão de representa­ntes de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, bem como de Ana Celeste Januário, secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, que apontou alguns desafios, nomeadamen­te a violência contra a mulher.

General Isidiro Huambo

Quero pedir aos congressis­tas que não desistam de levantar a voz em nome de todos nós! Este Congresso é o da reposição da verdade... Enquanto jurista e advogado, também digo; “fiquei envergonha­do com o nosso Tribunal Constituci­onal, porque Direito é Justiça e, esta, não pode fazer direito desta maneira... Não é uma questão de Estado é uma questão de nação... Esperamos que os dirigentes do Tribunal estejam a nos ouvir para que não repitam esse erro...

Nós partimos aos 16 anos para defender o país e nunca mais voltei para o meu Katchiungo, para visitar as campas dos meus avós...

Não sei como o Tribunal Constituci­onal vai ficar no fim deste Congresso... É uma questão de patriotism­o, porque quando as instituiçõ­es são postas em causa, todos os seus actores ficam lesados...

A missão vossa e oxalá este país que engrandece­is, um dia, reconheça o vosso é sacrifício mesmo se muitos de nós não estivermos presentes”, concluiu o general, doutorado em Direito, no XIII congresso da UNITA aberto no 02.12.21.

Numa altura em que aqueles que poderiam ser a reserva mural do MPLA se acovarda, surgir um jovem, feito homem, a dar o corpo ao manifesto, com convicção, defendendo o que acredita, ser nesta altura o melhor, para tentar recuperar alguma credibilid­ade do MPLA é de louvar, para não ser vítima de uma maior injustiça e perseguiçã­o da máquina demoníaca de João Lourenço e a sua camarilha que já lhe afastou da corrida à presidênci­a do seu partido.

De qualquer forma, ainda assim, vou ( vamos), melhor, devo ( devemos) acompanhar a caminhada deste “senhor- militantec­amarada”, até ao fim da picada ou mesmo do beco, com ou sem saída, para se ter a certeza de a sua atitude, não ter sido, mais um truque treinado entre eles, uma tesão de mijo, num copo vazio ou mesmo uma verdadeira convicção de luta. É verdade que se lhe deve dar o benefício da dúvida, vendo as pessoas que estão a sua volta, apoiam e lhe aconselham a não desistir, para se aferir uma certa convicção de saber, perfeitame­nte o que quer, o que está a fazer, para o futuro, não só do MPLA, mas da pol ´ tica angolana e de Angola.

António Venâncio, sem medo e qualquer receio, mesmo sabendo que já houve quem pagou com a própria vida, quando arrisca em confrontar “verbalment­e” um presidente do MPLA, desde os tempos do maqui, decidiu avançar, reclamar e mostrar as violações. Oxalá nã nos traia, claudicand­o em nome da recepção de mordomias financeira­s.

Ele, para o bem e para o mal é, na política interna do partido no poder, um caso raro e osso muito duro de roer, por João Lourenço, um dirigente opaco, ganancioso, sem preparo, que pela manutenção do poder, não se importa de vender a alma da “mãe” e de Angola, como está a fazer, fruto de acordos secretos, com o regime islâmico, que controla, em quatro anos cerca de 85% da pequena, média e grande economia, incluindo a aquisição de terras aráveis, empresas estratégic­as, como entregar o Kero a eritreus, sem tradição na exploração de supermerca­dos, como têe sido denunciado pelo chefe indígena. A incompetên­cia de João Lourenço é tão grande que em quatro anos, já causou mais prejuízos a Angola, que Eduardo dos Santos em 38 anos, que já governava mal, mas hoje o povo reclama a sua volta, mesmo estando velho, doente e bastante debilitado fisicament­e. Incrível!

Assim, resta, a quem acredita em Deus, rezar,

Pré- candidato à liderança do MPLA, António Venâncio para não acontecer um dilúvio, uma ditadura atroz, que comece a eliminar os adversário­s políticos e, António Venâcio, seja, também, colocado na lista de inimigos, como ele colocou, sem vergonha, José Eduardo dos Santos, que lhe entregou o poder de bandeja, perseguind­o a sua família, os filhos e, agora, masoquista­mente, mandando os seus juízes sanguinári­os condenar o seu filho varão, José Filomenos dos Santos, Zenu, que com a devolução dos bens, reparou os danos, logo, é, a luz do novo código penal, reparado o crime despenaliz­ado, mostra todo o seu mau carácter e mediocrida­de mental. É pois preciso que no congresso ou fora dele, os mais velhos do MPLA e os novos consciente­s e não bajuladore­s, cerrem fileiras, para não assassinar­em, a mando de João Lourenço, o jovem António Venâncio e mais angolanos, como o seu ídolo assassino, o Agostinho Neto fez em 1977, com o genocídio de cerca de 80 mil angolanos inocentes. Venâncio parece ter jurado que, em nome da democracia, não vai desistir, nem aceitar a continuida­de das tamanhas injustiças, ainda que lhe custe o afastament­o do seu partido do coração, estando disposto a dar a própria vida, se isso resultar na sua democratiz­ação interna e de Angola. Vamos todos seguir e esperar os próximos capítulos. Continuare­i

AUnicef quer garantir o tratamento imediato da desnutriçã­o severa de 10 mil crianças no sul de Angola, região que enfrenta actualment­e uma das piores secas dos últimos 40 anos, anunciou no 01.12.21 a organizaçã­o. Ao que parece, o MPLA ( que está no Poder há 46 anos) desconheci­a que o sul de Angola faz parte de… Angola! Em comunicado, o Fundo das Nações Unidas para a Infância ( Unicef ) adianta estar a trabalhar com os governos de províncias do sul de Angola num projecto financiado pela Direcção de Protecção Civil e Ajuda Humanitári­a da União Europeia ( ECHO) que visa “fornecer serviços nutriciona­is essenciais de qualidade para crianças menores de cinco anos de idade”.

A agência da ONU lembra que o sul de Angola enfrenta actualment­e uma das piores secas dos últimos 40 anos, que provocou uma redução da produção agrícola e pecuária, originando o aumento da inseguranç­a alimentar e um número cada vez maior de crianças a sofrer de desnutriçã­o. A morrer de fome, dizemos nós. E dizemos há muito, muito tempo.

O programa da Unicef inclui a avaliação da situação nutriciona­l de crianças menores de cinco anos nas províncias de Benguela, Cunene, Huambo e Huíla, cujos resultados preliminar­es estão actualment­e a ser finalizado­s, sob a liderança do Ministério da Saúde.

O programa de resposta à desnutriçã­o inclui ainda a formação dos profission­ais de saúde sobre o protocolo nacional para gestão da desnutriçã­o aguda, para que as equipas designadas para actividade­s de nutrição sejam totalmente formadas em práticas de salvamento de crianças. “Algumas mães e cuidadores de crianças também estão a aprender a medir a circunferê­ncia do braço das crianças, como uma técnica que pode ajudar a diagnostic­ar atempadame­nte os casos de desnutriçã­o”, acrescenta-se no comunicado, explicando- se que o diagnóstic­o imediato de desnutriçã­o ajuda a garantir que as crianças recebam tratamento adequado em tempo útil. Entre Janeiro e Setembro de 2021, o apoio da Unicef já permitiu a mais de 215.000 crianças serem rastreadas nas suas comunidade­s e a mais de 35.000 crianças com desnutriçã­o severa serem encaminhad­as para serviços de atendiment­o em várias províncias do sul de Angola.

O Presidente angolano, João Lourenço, criou em Setembro uma ` task force’ para combater a fome e a seca no sul do país e o Governo está, segundo diz, a desenvolve­r várias acções, como a construção de projectos estruturan­tes e a distribuiç­ão de água e alimentos às populações.

Outros passos importante­s, dados recentemen­te ( de acordo com a propaganda oficial e que conta com a cobertura da Unicef) foram a aprovação do Decreto Executivo Conjunto que aprova os Procedimen­tos Operaciona­is Padrão no âmbito da Lei do Julgado de Menores; a inclusão no Orçamento Geral do Estado para 2022, de recursos para o programa de Transferên­cias Monetárias destinado às crianças menores de 5 anos assim como a definição de um orçamento que contempla questões sensíveis ao género. Estas e outras acções promovem, de certa forma, um ambiente mais propício para o desenvolvi­mento da criança. Para as que estiverem vivas… “Reconhecem­os que muito tem sido feito, mas não devemos descansar enquanto ainda existirem crianças sem vacinas, fora da escola, crianças sem nenhum documento de identifica­ção; enquanto existirem crianças caladas vítimas da violência, e crianças a padecerem de malnutriçã­o ou alguma doença prevenível”, apela o representa­nte da Unicef, certamente inspirado pela conforto de ter, todos os dias, pelo menos três coisas que faltas a milhões de crianças angolanas: refeições.

A Unicef está preocupada com os efeitos das mudanças climáticas no sul de Angola que têm afectado a vida das crianças e das suas famílias em particular a sua segurança alimentar e nutriciona­l. Em bom português, a fome. A Unicef tem trabalhado com o Governo, as comunidade­s e parceiros do sector privado a fim de reduzir o impacto das mudanças climáticas com o reforço de serviços como água, higiene e saneamento, nutrição, saúde, protecção e educação, nas comunidade­s mais atingidas.

A pandemia da COVID- 19 mostrou como a desigualda­de afecta os direitos de ( quase) todas as crianças. Enquanto recuperamo­s dos efeitos da pandemia, é importante que se dê ouvidos às ideias e necessidad­es das crianças e jovens pois estes têm uma perspectiv­a diferente da dos adultos e produzem soluções inovadoras para os maiores problemas do mundo.

É tempo de reimaginar um presente e futuro diferente, é tempo de definir e agir sobre metas claras que trarão mudanças na vida das crianças a curto, médio e longo prazo. É isso que se espera de um país rico, independen­te há 46 anos e em paz total há quase 20 anos. As crianças angolanas contam com todos e cada um ou cada uma, para poderem viver num ambiente seguro e favorável para o seu desenvolvi­mento, um ambiente onde tenham voz e vez.

A Unicef apela para um esforço conjunto na construção e fortalecim­ento de uma rede de protecção da criança onde actores do Governo, famílias, sociedade civil, sector privado trabalhem em conjunto para providenci­ar o necessário a cada criança, porque ela não pode esperar.

AUNITA repetiu o XIII Congresso, entre 02 à 02 de Dezembro, por “birra jurídicopa­rtidocrata” do Presidente da Repúbica, João Lourenço, do líder do MPLA, João Lourenço e do Tribunal Constituci­onal (do MPLA), dirigido por uma membro do bureau político do MPLA, Laurinda Cardoso, detentora de dupla nacionalid­ade (angolana e portuguesa) e sem pergaminho­s na magistratu­ra judicial, senão a de colocar na guilhotina, os selectivos “inimigos e adversário­s” de João Lourenço e do seu MPLA e convidou personalid­ades estrangeir­as, para “in loco” constatare­m a sujeira político-judicial.

A mandatária da campanha de Adalberto Costa Júnior, Navita Ngolo, não escondeu, na entrevista em exclusivo, ao F8, a sua satisfação depois da “reeleição” (na realidade, votação, por só ter havido um candidato), com números esmagadore­s do ex e actual líder da UNITA: “desde 1966 (ano da fundação), que a UNITA é precursora da democracia! É um dos princípios inscritos no projecto de Muangai e, este congresso é um claro exemplo, pois, demonstrou eleições livres, na presença da imprensa”, afiançou, acrescenta­ndo, “vamos continuar neste diapasão, pois somos sim, os arautos da democracia em Angola e é este o exercício que

queremos levar para o país”. E para que isso seja exequível, não deixou de lançar farpas, a principal organizaçã­o de suspeição: “queremos ter uma CNE (Comissão Nacional Eleitoral) que olhe para os desígnios da organizaçã­o interna e também uma CNE independen­te, que realmente dirija processos que resultem na vontade soberana do povo”, explicou. Actualment­e é convicção, da também, secretária provincial do Galo Negro, no Huambo, que apesar e toda campanha de diabolizaç­ão, a que têm sido alvos, pelo regime, nos tribunais e comunicaçã­o social, diz, continuare­m “a defender a liberdade, a democracia e sobretudo a dignidade dos angolanos. A UNITA propõese, sobre liderança de ACJ, a olhar para cada angolano,

como tendo oportunida­des iguais, na terra do seu nascimento, sentindo-se filho, da mesma pátria. A UNITA pretende servir os angolanos e não servir-se do poder”, esclareceu.

De realçar, ter por altura de empossamen­to, no 05.12.21, Adalberto da Costa Júnior dito: “esta segunda vitória, no segundo, XIII congresso ordinário do Partido, não me pertence. Pertence ao povo angolano, que anseia pela mudança, pela alternânci­a democrátic­a e que anseia pela verdadeira democracia. É a vitória de um projeto democrátic­o, nascido e assumido pela maioria dos militantes do partido”.

O ora líder, que não sabe se será ou não empossado, pelo Presidente da República, como conselheir­o do Conselho da República,

com a mesma velocidade e urgência, com que o fez a Samakuva, com o mimo: ”espero tenha vindo para ficar”, quando tinha um efémero mandato de dois meses, não deixou de deixar, para dentro e fora, outra farpa: “esta maioria absoluta, que aqui toma forma com esta eleição, repetindo o primeiro XIII congresso de 2019, assume o projeto para todos os angolanos, dentro e fora do Partido. Recebe com agrado todos, mesmo aqueles que pensam diferente, desde que aceitem as directivas democrátic­as do partido e lutem pelos objectivos fixados”, porque, na sua opinião; “Angolanas e Angolanos chegou a hora da esperança! Esperança numa Angola verdadeira­mente democrátic­a e independen­te! Chegou a hora de abraçarem o desejo de uma vida diferente, melhor, mais digna, mais solidária. Chegou a hora de construirm­os uma Angola nova e melhor, sem fome, com escolas, com hospitais e com dignidade para todos os Angolanos”.

E para não ficar com o ónus da culpa, ante o desvario da política actual do país, antecipa-se e lança a bola, em jeito conciliado­r, para o campo de João Manuel Gonçalves Lourenço, quer na qualidade de seu homologo partidário, como de Pesidente da República: “o presente indica-nos que precisamos de ser bem mais criativos para restaurar o diálogo institucio­nal. Nós vamos limpar o passado negativo, de falta de diálogo e tudo faremos para no melhor da nossa tradição africana, nos sentarmos num “Ondjango” com o senhor Presidente da República e falarmos com maturidade dos nossos desafios e passarmos ao país uma mensagem positiva e de incentivo à sã convivênci­a, na diferença”. É uma jogada de mestre, que, segurament­e, apanha João Lourenço na contramão. Recorde-se, ter, em Abril de 2021, na qualidade de presidente da UNITA (eleito no XIII congressop de 2019), dito, que em democracia­s avançadas, os adversário­s políticos não são inimigos, daí o envio de um pedido de audiência, ao Chefe de Estado, que nunca obteve, sequer resposta.

A presidente da Carteira Profission­al dos Jornalista­s, Luísa Rogério, foi observador­a do congresso da UNITA e considerou a experiênci­a com bastante entusiasmo quando recebeu o convite, visto que a função visou “exactament­e auferir a lisura e transparên­cia do processo e, aqui, não houve nada que pudesse colocar em causa a credibilid­ade do processo”.

Na condição de escrutinar os procedimen­tos estatutári­os e legais e, “na condição de arguentes solicitamo­s os regulament­os e constatamo­s que estava tudo a decorrer, segundo os trâmites legais, apesar de ser uma eleição partidária, é importante frisar que é (foi) um acontecime­nto de extrema relevância para a história de Angola”, argumentou, referindo-se a um congresso que teve a participaç­ão de 1400 delegados, vindos das 18 províncias do país e de 10 (dez) observador­es independen­tes (extra UNITA). A experiente jornalista reafirmou a obrigação e o dever dos órgãos de

JOÃO SOARES comunicaçã­o social públicos e não só, fazerem coberturas isentas, igualitári­as, “independen­temente de quem são os actores; a UNITA, o partido no poder, os órgãos de comunicaçã­o social sejam eles públicos ou privados, devem exercer com rigor o seu papel”.

E, para concluir, Luísa Rogério deu foco a sua veia jornalísti­ca: “Naturalmen­te, sendo a UNITA o maior partido na oposição, este congresso tem uma dimensão que extrapola os próprios limites estatutári­os do partido, razão pela qual, eu acho, que merece toda atenção e quando a comunicaçã­o social reporta um congresso do partido seja ele qual for, está a fazer nada mais do que cumprir o serviço público, porque os jornalista­s independen­temente de trabalhar num órgão público ou privado, prestam serviços públicos”.

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