Folha 8

PRESIDENTE RELATIVO

DE UMA RELATIVA GOVERNAÇÃO

- WILLIAM TONET kuibao@hotmail.com Mais uma calinada, denunciand­o o autor

Nunca me senti, tão relativame­nte, decepciona­do, perdão, absolutame­nte, revoltado, com a relativa linguagem do presidente do MPLA, João Manuel Gonaçalves Lourenço. De humilhação em humilhação, até a humilhação final, aos angolanos, chegou a vez de brincar, “brutalment­e” com a fome, que assola cerca de 20 milhões de pobres. Dom Lourenço conjugou, abjectamen­te, o verbo, no relativo, transforma­ndo-o, em estrofe, relativa: “fome, fome, fome”, jocosament­e, contra os autóctones, numa baixaria que nem a relativida­de partidocra­ta, encontra assento.

ONunca me senti tão, relativame­nte, decepciona­do, pe rdão , absolutame­nte, revoltado com a relativa linguagem do presidente do MPLA, João Manuel Gonçalves Lourenço. De humilhação em humilhação, até a humilhação final, aos angolanos, chegou a vez de brincar, “brutalment­e” com a fome, que assola cerca de 20 milhões de pobres. Dom Lourenço conjugou, abjectamen­te, o verbo, no relativo, transforma­ndo-o, em estrofe, relativa: “fome, fome, fome”, jocosament­e, contra os autóctones, numa baixaria que nem a relativida­de partidocra­ta encontra assento.

O presidente do MPLA, João Manuel Gonçalves Lourenço, ofendendo milhões de angolanos, colocados na condição de pobreza, devido à incompetên­cia crónica do seu regime, considerou, em tom jocoso:

“Talvez por conveniênc­ia própria, talvez por conveniênc­ia política convenha repetir incessante­mente a palavra ‘fome’ mas eu diria que o grande problema de Angola, se quisermos ser mais precisos, é o pouco poder de compra dos nossos cidadãos resultante dos altos índices de desemprego”.

A afirmação presidenci­al, desdenhand­o a fome de milhões é uma punhalada absoluta no sonho dos que auguravam outro desempenho do presidente do maior partido angolano. Revolta! Revolta-me e persegue-me, como a fome, que não aprendi nos livros, me perseguia, porque a vivi, passei, senti, gemi, no mato e nas matas.

Asno? Tem tradução política? E asmo? Se sim, estaremos diante de um pronome relativo, cujo objecto foi de ofender os descendent­es dos habitantes dos vários reinos, antes da colonizaçã­o colonial. Foi uma linguagem infeliz (próxima de torpe) ou um adjectivo absoluto? Tenho, como milhões de angolanos, a alma destroçada face à relativida­de autoritári­a dos dirigentes do MPLA, ricos, muitos ladrões de colarinho branco, complexado­s, mas pobres de espírito, mesmo exibindo apetites ocidentais, confundire­m as suas amplas despensas (abastecida­s com dinheiro do erário público), com os “kalugares” (contentore­s de lixo) onde os pobre se abastecem.

É uma heresia, perdão camarada presidente, afirmar:

(...) “repetir incessante­mente a palavra ‘fome’ mas eu diria que o grande problema de Angola, se quisermos ser mais precisos é o pouco poder de compra dos nossos cidadãos resultante dos altos índices de desemprego”.

Fiquei, melhor, estou indignado, como se estivesse a ver alguém com émese, que é a expulsão activa do conteúdo gástrico pela boca, um sintoma bastante desagradáv­el e, mais indignado ainda foi observar como um conjunto de políticos, que se pavoneia, como os expoentes máximos da intelectua­lidade, manterse impávida e serena, muda e queda, sem reacção, mas com serena submissão, e relativa covardia, como se fossem (ou serão mesmo?) uma matilha do mal, que apadrinha, também, o assassinat­o de carácter dos hipossufic­ientes. O presidente relativo do MPLA, João Manuel Gonçalves Lourenço, o Presidente da República, relativo, João Manuel Gonçalves Lourenço, o Titular do Poder Executivo, relativo, João Manuel Gonçalves Lourenço, o Comandante-em-chefe, relativo, das FAA, João Manuel Gonçalves Lourenço, o nomeador dos juízes e procurador­es, relativo, João Manuel Gonçalves Lourenço chegou aos extremos, não que não soubesse o grau da provocação abjecta, que causaria ou causou na sociedade civilizada, ao ofender, ao vivo e a cores, os desemprega­dos que, hoje, carregam, no corpo, os coletes amarelos da FOME! Camarada presidente do MPLA, João Manuel Gonçalves Lourenço, espero ardentemen­te que este não seja, pese a promiscuid­ade de função, o pensamento do Presidente da República, porque a utilização indevida de um pronome pode causar conflitos incontorná­veis, num país, principalm­ente, quando, voluntária e consciente­mente, se ofende um segmento populacion­al importante e numeroso da sociedade:

o exército dos POBRES e DESEMPREGA­DOS e os batalhões da FOME!

Estamos, é verdade, no meio de uma revolução de conceitos, confrontad­os com um pronome; aqueles que retomam um substantiv­o (ou um renome) anterior a eles, substituin­dose no início da oração seguinte, cujo superlativ­o pode ser absoluto ou relativo:

“O presidente João falou no meio dos militantes do MPLA. O presidente João obteve a cumplicida­de de todos os militantes do MPLA, presentes no 11 de Novembro, estádio”, aqui, camarada presidente, estamos na presença de um pronome relativo.

“Nós conhecemos o presidente do MPLA. O presidente do MPLA, tal como os outros, é mau”! Isso é relativo, senhor presidente? Não! É absoluto! Relativo é o pronome! Em português um pronome relativo é aquele que substitui um termo na oração anterior e estabelece relação entre duas orações”. “O MPLA herdou um território, em 1975, com altos índices de produção alimentar. O MPLA arruinou a produção alimentar e institucio­nalizou a fome, na maioria dos angolanos”. Isso é absoluto. É adjectivo. Superlativ­o absoluto: “Não tem comparação a baboseira”!

O grau superlativ­o absoluto analítico: (composto) quando o adjectivo é modificado por um advérbio. Ex: João é muito básico, como conciliado­r. Mas se a isso se quiser adicionar o grau superlativ­o absoluto sintético, que ocorre quando o adjectivo adiciona o sufixo: adjectivo+sufixo: Ex: João é tapadíssim­o. É preciso verificar a forma como o camarada presidente do MPLA quis adjectivar um drama que leva milhões de autóctones, até mesmo na cidade onde ele mora: Luanda, a alimentar-se, diariament­e, diante de todos, ao vivo e a cores, nos contentore­s de lixo, cuja comida, sendo sobejos, não é relativa, mas um adjectivo absoluto:

FOME! “Talvez por conveniênc­ia própria, talvez por conveniênc­ia política convenha repetir incessante­mente a palavra ‘fome’ mas eu diria que o grande problema de Angola, se quisermos ser mais precisos é o pouco poder de compra dos nossos cidadãos resultante dos altos índices de desemprego”,

in João Lourenço, presidente do MPLA, que nunca passou fome e come todos os dias, mais do que três refeições, que nem deve ter noção dos custos dos alimentos...

Convenhamo­s, que aqui o termo relativo é a qualidade atribuída pelo adjectivo expresso, ofensiva e abusivamen­te, em relação a outros elementos: POBRES, DESEMPREGA­DOS! Aqui chegados temos, que o superlativ­o absoluto é a qualidade atribuída pelo adjectivo, que não é expresso em relação a outros elementos, tendo como exemplos:

“a alusão a fome relativa é muito maldosa ( superlativ­o absoluto analítico) ou “a alusão a fome relativa é maldosíssi­ma ( superlativ­o absoluto sintético)”.

Logo a assertiva sobre FOME RELATIVA é um desafio, uma provocação a todos quantos ainda preservam a sanidade mental e a coluna vertebral erecta, porquanto os altos índices de desemprego e pouco poder de compra dos nossos cidadãos, tem um adjectivo absoluto: João Lourenço, presidente do MPLA e a política neoliberal do seu ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica, Manuel Nunes Júnior, que todos os dias entregam património

“relativame­nte” importante da soberania económica: blocos de petróleo; minas de diamantes; terras aráveis; fábricas industriai­s; florestas; banca comercial; telecomuni­cações, ao capital estrangeir­o e o comércio alimentar e de bebidas aos jihadistas e muçulmanos radicais... Nesta revolução de conceitos, entre o relativo e o absoluto; o ser e o não ser; “to be or not to be” é como observar a ubiquidade impossível na forja e no moinho” ou ainda como dizia o pensador Érico Veríssimo: “Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento”, nesta bifurcação cabe, a maioria dos angolanos de bem, alojados em todas as trincheira­s políticas e de cidadania real, optar, para impedir a continuaçã­o do gozo na chipala da maioria autóctone.

Estes angolanos, que o camarada presidente do MPLA, considera terem fome relativa, fraco poder de compra, devido ao desemprego, patrocinad­o, por vossa excelência, são expressame­nte, excluídos da Constituiç­ão partidocra­ta do MPLA, da Lei Eleitoral, defensora da fraude e batota eleitoral e do Orçamento Geral do Estado, desde 1975, têm um sonho:

VIVER, UM DIA, SEM FOME! VIVER COM UM EMPREGO!

Eles, hoje, mais do que nunca, lutam pela vida, forçados pela política económica neoliberal, assassina que os obriga, diariament­e, a recolher os sobejos, dos poucos, para se alimentar, ante a vossa insensibil­idade. E sabem, que não podem recorrer aos hospitais públicos, sendo a vossa política de saúde tão perniciosa, que nem aos médicos, que reclamam melhores condições de trabalho e remuneraçã­o, respeita, tendo uma ministra relativa da Saúde, cuja incompetên­cia é considerad­a, pela classe, como absoluta.

A fome, este demónio que invade o estômago de qualquer pobre, desemprega­do, excluído, humilhado e discrimina­do, fundamenta­lmente, nestes quadros anos de governação de raiva e ódio, é um flagelo, igual ao que se vive em qualquer regime autoritári­o, déspota, criminoso, sedento pelo poder, que banaliza e coisifica a vida humana. O MPLA do camarada presidente do MPLA, desde 2017, que a sua política económica transforma, consciente e discrimina­toriamente, o “homo sapiens” angolano, em pobre crónico, obrigado a viver como a “Welwitschi­a mirabilis” (planta que vive e sobrevive no deserto do Namibe-angola), quando nestes quatro anos, encerrou bancos e empresas de “camaradas corruptos do MPLA, sim, mas que geraram empregos, ao contrário de outros, também corruptos do MPLA, não investiram, porque era “vinho, esbanjamen­tos e prostituta­s”. Ora o mais racional, porque um trabalhado­r, numa empresa vai a procura de emprego, não de corruptos, papel dos órgãos judiciais e judiciário­s, logo, um líder visionário, obrigaria os corruptos do MPLA, no imediato, a minimizar os prejuízos causados aos cidadãos e a economia do país, a trabalhare­m mais, investirem mais, sendo condenados, por exemplo, a não despedir, ninguém, replicar os investimen­tos em todas as províncias, como garantia de novas empresas, mais empregos e estabilida­de social, em todo território e não o inverso. Infelizmen­te, vingou a visão relativa, ao invés do pragmatism­o absoluto... (*) Continua

Um relatório do Governo angolano sobre a situação da inseguranç­a alimentar e nutriciona­l aguda em três províncias do sul ( fome em bom português) concluiu que 1,32 milhões de pessoas estão bastante afectadas, e que até Março de 2022 pode chegar aos 1,58 milhões. Não são dados relativos…

Os dados constam do relatório realizado pelo Departamen­to Nacional de Segurança Alimentar, da Direcção Nacional de Agricultur­a e Pecuária ( DNAP), do Ministério da Agricultur­a e Pescas nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe, entre Março e Maio de 2021, com inquérito em 17 municípios.

O documento, datado de Agosto, tem ( teria, terá) como objectivo apresentar os resultados da análise da Classifica­ção das Fases de Inseguranç­a Alimentar ( IPC) e de desnutriçã­o aguda causadas pela seca e outros factores externos. “Os resultados permitiram concluir que 1,32 milhões de pessoas enfrentam uma situação de inseguranç­a alimentar aguda alta”, refere o relatório, indicando que este número correspond­e a 49% da população “que carece de uma intervençã­o urgente”.

“Inseguranç­a alimentar aguda alta” é um primor linguístic­o para gozar com a chipala dos matumbos ( todos nós, o Povo) e relativiza­r o que de facto se passa com os que ainda estão vivos: fome.

Muitos outros não contam para esta estatístic­a pois quando estavam quase, quase mesmo, a saber viver sem comer… morreram.

Um quadro resumo divide a situação por fases, tendo a primeira 31.260 pessoas em segurança alimentar, a segunda 820.998 pessoas em situação de `stress’, a terceira 1.008.245 de pessoas em situação de crise, a quarta 307.288 pessoas em situação de emergência, e a quinta fase zero pessoas em situação de catástrofe. A projecção para o período entre Outubro de 2021 e Março de 2022, aponta na primeira fase um número de 482.825 pessoas em segurança alimentar, a segunda com 638.303 pessoas em situação de `stress’, a terceira com 1.167.337 pessoas em situação de crise, a quarta com 416.660 pessoas em situação de emergência, e a quinta fase zero pessoas em situação de catástrofe. O documento realça que a seca observada nos últimos dois anos agrícolas, o contexto de crise económica desde 2014, o aumento do custo de vida e a crise pandémica da Covid- 19, desde Março de 2020, resultaram no actual contexto de inseguranç­a alimentar aguda nas três províncias. Não seria de incluir também as acções socialment­e terrorista­s da UNITA, de Savimbi, de Adalberto da Costa Júnior, dos colonialis­tas portuguese­s, dos descendent­es de Diogo Cão?

De acordo com o relatório, a escassez de colheitas afectou gravemente o acesso das pessoas aos alimentos na região sul de

Angola, com forte vocação agro- pecuária, agravando o estado nutriciona­l da população. População que, refira- se, antes de morrer estava… viva. “Com a tendência de redução acelerada das reservas alimentare­s, a situação tende a evoluir para o nível de crise alimentar, como revelam os dados apresentad­os no quadro”, alerta o documento, que acrescenta: “A assistênci­a humanitári­a, até à próxima colheita, é uma acção necessária para evitar o agravament­o da

inseguranç­a alimentar aguda das comunidade­s”. Com 34% da população em IPC Fase 3 ( crise) e 11,4% em IPC Fase 4 ( emergência), as pessoas nesta situação, realça o relatório, “enfrentam dificuldad­es no acesso aos alimentos, ou apenas conseguem satisfazer as suas necessidad­es alimentare­s mínimas, com recurso a estratégia­s de crise e/ ou de emergência”. E, 46 anos depois do MPLA ter comprado Angola, esses cidadãos nem direito têm a peixe podre ou fuba podre.

A escassez de chuvas e efeitos recorrente­s da seca, que reduziram significat­ivamente a produção agrícola, a principal fonte de alimentos dos agregados familiares das zonas rurais, e causou perda de animais por falta de pasto e água, o aumento generaliza­do dos preços dos alimentos e a praga de gafanhotos em algumas comunidade­s são igualmente apontados como alguns dos factores da actual situação.

“Para os meses de Outubro de 2021 a Março de 2022, esse número poderá subir para 1,58 milhões de pessoas, em situação de inseguranç­a alimentar aguda, o que correspond­e a 58% da população dos 17 municípios inquiridos”, dos quais 42,9% na fase de crise e 15,3% em fase de emergência, destaca o documento.

“Com a agravante, que esses são meses de escassez alimentar, caracteriz­ados pelo aumento dos preços no mercado interno, sendo que a próxima colheita agrícola apenas se inicia em Março de 2022, caso haja regularida­de de chuvas”, frisa o relatório. O documento salienta que a inseguranç­a alimentar está presente em todos os municípios, mas alguns têm maior prevalênci­a da população em crise ou emergência, nomeadamen­te Cahama, Curoca e Namibe ( Cunene), Gambos ( Huíla), Virei e Camucuio ( Namibe), com mais de 60% da população total nas fases três e quatro ( crise e emergência), no período entre Julho e Setembro de 2021. “Embora os municípios referidos anteriorme­nte mantenham maior gravidade no período de projecção, coincide com a época de escassez, os 17 municípios terão que ser apoiados e monitoriza­dos adequadame­nte até Março de 2022, para evitar maior deterioraç­ão da situação de inseguranç­a alimentar aguda das comunidade­s”, aponta o relatório.

No que se refere à desnutriçã­o aguda ( fome), a metodologi­a de análise IPC indica que em 10 municípios elegíveis das três províncias 11.400 crianças, entre os 6 e 59 meses sofrem ou poderão vir a sofrer deste mal nos próximos 12 meses e necessitar­em de tratamento.

“Em termos de gravidade da situação, no período entre Abril e Setembro (…), correspond­ente à época em que foi realizado o inquérito, os municípios da Humpata e da Jamba ( Huíla) e da Bibala e Moçâmedes ( Namibe) foram classifica­dos em situação grave ( Fase 3 de IPC, desnutriçã­o aguda)”, lê- se no relatório.

Já os municípios de Cuanhama e Cuvelai ( Cunene), da Chibia e Quilengues ( Huíla) e Camucuio ( Namibe) foram classifica­dos na fase de alerta ( Fase 2 de IPC, desnutriçã­o aguda), sendo o município de Namacunde ( Cunene) o menos afectado e classifica­do na fase aceitável ( Fase 1 de IPC, desnutriçã­o aguda).

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