Folha 8

E SE O ARCEBISPO TUTU VIVESSE EM ANGOLA?

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Ainterroga­ção tem a assinatura do jornalista José Gama, a propósito das homenagens públicas de um homem cristão na África do Sul, que nos deixa, inesperada­mente: 1. Seria acusado de fazer política, por defender direitos e liberdades civícas, como faziam com o falecido Frei João Domingos. 2. Seria acusado de ser da UNITA, por exigir eleições transparen­tes. 3. Seria insultado pelas “milícias digitais” como fazem com D. Belmiro Chissengue­ti. 4. Seria convidado a largar a batina como fazem com o Padre Pio, quando clama e chora por água e alimentos para os pobres do sul de Angola. 5. Seria espancado como fizeram com Filomeno Vieira Lopes, do Bloco Democrátic­o. 6. Lhe colocariam cocaína na bagagem de viagem como fizeram com Luaty Beirão. 7. Não teria espaço na TPA, Zimbo como não tem o Reverendo Daniel Ntoni a Nzinga. 8. A sua igreja seria acusada de seita e estaria a cumprir pena de 25 anos, por rebelião, como fizeram com o Pastor Kalupeteka. 9. Não lhe dariam importânci­a a que não ao Dom Afonso Nunes, e outros que estão no Conselho da República. 10. O chefe da PN, Paulo de Almeida lhe repetiria com muito gosto o que disse há duas semanas aos Bispos da CEAST. “Se a Igreja ainda não conseguiu acabar com os pecados e os pecadores, não podemos pensar numa segurança pública ideal”. Se o Arcebispo Desmond Tutu, vivesse em Angola, o país não observaria luto de uma semana, nem o malogrado teria direito a funeral de Estado previsto para dia 1 de Janeiro, porque este é um direito reservado a políticos que serviram o governo, o parlamento, forças armadas ou a membros do Bureau Político da guerrilha do “partido”. As “milícias digitais” iriam antecipar-se dizendo que aqui não é a África do Sul.

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