Casa Museu Nanguanza precisa de reabilitação
A província da Lunda-sul possui um enorme acervo histórico, cultural e étnico. A Casa Museu Nanguanza acolhe mais de mil peças de arte, onde se destacam as flechas, as bengalas, os cestos, os palhaços, as cadeiras coloniais, os artefactos entre outros. Localizada a vinte e cinco quilómetros da cidade de Saurimo, a Casa Museu enfrenta uma maré de dificuldades, que incluem a estruturação do próprio acervo cultural, a sinalização, a formação de agentes culturais e a manutenção do sitio. O soba Francisco Miguel Muatxiandi, responsável pelo espaço lamenta a falta de apoio da direcção provincial da cultura e apela à uma maior intervenção das autoridades, divulgação e acompanhamento das acções da Casa Museu.
Aestrada que liga a cidade de Saurimo a localidade de Nanguanza tem uma paisagem deslumbrante. Corrida com árvores, lagoas, matagais, trilhos sinuosos e imensas zonas verdes que podem ser exploradas para o turismo rural. Não existem autocarros públicos para a localidade. O turista tem poucas alternativas: deslocar- se em carro próprio ou de motociclo, denominados pela população por “está maluca” devido ao modo peculiar como os motociclistas conduzemnas. Ao chegar a Nanguanza encontramos um jango comunitário, um posto médico, a casa do regedor, uma escola e diversas casas com revestimento de adobe. Não existe mercado. A população percorre largos quilómetros para adquirir bens de primeira necessidade e utensílios para a lida diária.
No ano de 2010, durante as celebrações do Dia do Herói Nacional, 17 de Setembro, a então governadora provincial Cândida Narciso, visitou a localidade de Nanguanza, que dista a vinte e cinco quilómetros de Saurimo e deu o primeiro passo para a restauração e transformação da Casa Museu. A obra ficou concluída em 2012 e incluiu uma residência para a Regedora. O actual regedor da localidade é Luís Alfredo. No entanto, de lá para cá, segundo os populares pouco se fez para a manutenção, divulgação e conservaçãodoespaço. As peças estão espalhadas pelo chão dos compartimentos da Casa. Não existem legendas sobre as peças. Não existe catalogação das mesmas. As visitas são feitas de modo improvisado. Apesar da aprovação das taxas museológicas, a Casa Museu não arrecada quase nada. Primeiro porque não tem nenhum agente cultural ou guia turístico. Os próprios populares trabalham de modo autónomo, sem nenhum tipo de formação museológica nem supervisão da direcção provincial da Cultura. Não existem funcionários como tal. Nem sequer um letreiro existe.