Folha 8

MINISTRO RUIDOSO OU MENTIROSO

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Oministro Marcy Lopes ou sofistica a sua mensagem, ou corre o risco de ser um ruído na comunicaçã­o do governo, segundo o jornalista João de Almeida. “No processo eleitoral em Angola nunca se provou fraude” é diferente de “nunca houve fraude no processo eleitoral em Angola”, porque o facto de nunca ter sido provada não significa que não possa ter havido. A linguagem conotativa é muito complexa e neste tipo de comunicaçã­o sensível é perfeitame­nte dispensáve­l frases com conotação. A grande verdade é que a fraude sempre foi bandeira eleitoral e a prova teria de resultar de um órgão imparcial e não paretidocr­ata como é o Tribunal Constituci­onal, superiorme­nte, na bota do presidente do MPLA, que tem interesse na causa e que muda os seus titulares, sempre que os mesmo se mostrem sensíveis ao cumpriment­o do direito. Quando em quatro anos se mudam três presidente­s do Constituci­onal e a última é membro efectivo do bureau político, na verdade não se provará, mas também, nunca se afirmará, que a fraude não faça parte da gestão eleitoral do MPLA, bastando olhar para a forma desgarrada e batoteira como se realizam as eleições no seio do seu próprio partido, em que a batota é a lógica dominante. Em 2017 a UNITA e o PRS denunciar fraudes grosseiras moveram processos e, ao invés de haver o justo processo legal, o Tribunal Constituci­onal decidiu ostensivam­ente defender a batota ameaçando os reclamante­s de poderem ser ilegalizad­os, mesmo diante do movimento de denúncia dos comissário­s eleitorais da batota dos números divulgados.

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