Fabiana Ecclestone é a vice-presidente para a América Latina (FIA)
Coincidência ou não, Bernie Ecclestone foi um discreto cabo eleitoral na campanha Ben Sulayem e está representado junto ao novo todo- poderoso da FIA através de sua esposa. Não é segredo para ninguém que Ecclestone foi afastado da F- 1 depois de vender o comando da categoria ao conglomerado estadunidense Liberty Media, que alterou profundamente os valores e métodos praticados na categoria. Até o momento as mudanças deram resultado positivo: a audiência nos Estados Unidos e entre o público jovem cresceu significativamente graças à exploração da mídia virtual e de um seriado da Netflix que em 2022 terá a sua quarta edição. Outra alteração significativa foi a renovação dos contratos com redes de TV em vários países, Brasil incluído. Sulayem afirma que a presença de Fabiana não significa que Ecclestone esteja a voltar ao comando da categoria: “Conheço Bernie Ecclestone há anos e reconheço o seu valor. Apesar disso, a indicação de sua esposa para representar a América Latina é um facto isolado e que reflete a competência que ela demonstrou à frente do GP do Brasil de F- 1.”
A consagração de Sulayem no comando da FIA terá implicações mais extensas que a F- 1: países com indústria automobilística consolidada como a Alemanha, França e Japão não estão representados na alta cúpula da FIA. Tal quadro reflete a plataforma de companha do novo presidente: “Ao conversar com os representantes dos clubes com poder de voto notei que uma mudança profunda no comando da FIA era algo desejado pela grande maioria.” *Jornalista especializado em automobilismo de competição, acompanhou mais de 350 grandes prêmios de F-1 em quase duas décadas vivendo na Europa.