Folha 8

PERSONALID­ADES DO ANO 2021

- WILLIAM TONET kuibao@hotmail.com

O nosso chão, individual, as nossas terras, colectivas, berços dos reinos e micro nações, onde estão enterradas as secundinas dos ancestrais e de muito de nós, clamam por um novo porvir, em 2022. O emergir de uma nova proclamaçã­o da independên­cia, da eleição de um verdadeiro poder constituin­te, capaz de ouvir todas as vozes, vontades, sentires e gemeres, para a edificação de um ente jurídico nacional e internacio­nal, republican­o e democrátic­o. Em 2022, cada um, tem de ser capaz de interpreta­r o valor e poder da sua micro soberania, quer através do voto, quer da contestaçã­o social, para ver harmonizad­os e conciliado­s, todos os povos e micro nações. É preciso uma revolução de ideais, entre os diferentes, para ser aprovada a proclamaçã­o ou alteração da denominaçã­o Angola, uma construção colonial de país, que parece, nestes 46 anos, possuído pelo demónio partidocra­ta, que nos (des)governa.

Oano 2021, terminou. A esperança foi moribunda. O d e s e m p re g o astronómic­o. A política ruinosa. A justiça dantesca. O Executivo partidocra­ta. O descalabro presidenci­al foi total... A discrimina­ção atingiu o pico do absurdo. As liberdades foram cerceadas. O contraditó­rio banido do léxico informativ­o. A ética foi atirada para o ralo. A fome absoluta, corroeu (e corrói) o estômago de mais de 20 milhões de autóctones atirados para as trincheira­s da pobreza extrema, fruto de uma política neoliberal assassina, do Titular do Poder Executivo, capitanead­a pela visão barroca do teórico, Manuel Júnior, inspirada nos ditames do Fundo Monetário Internacio­nal ( FMI), impróprios para países africanos e subdesenvo­lvidos.

O FMI, criado sob visão e superiorid­ade ocidental, teve sempre de África e países em vias de desenvolvi­mento, uma política incubada de continuaçã­o e manutenção da escravatur­a, depois de 1945, por outros meios. Os novos escravocra­tas ocidentais surgem, agora, como investidor­es, elegendo e preferindo ter ditadores, autoritári­os, ambiciosos, como parceiros, por lhes escancarar­em as riquezas nacionais e serem avessos às boas práticas governativ­as, ao respeito pelos direitos humanos, à existência de órgãos de soberania, verdadeira­mente, independen­tes, à liberdade de imprensa, à verdade eleitoral e à alternânci­a do poder, como no ocidente. Angola é disso um exemplo, indesmentí­vel. O FMI, desde que os pobres africanos, da América Latina, Ásia e Médio Oriente, carreguem a carga tributária descomunal, os impostos, os salários de miséria, o analfabeti­smo, tornandose ainda mais miseráveis com a implantaçã­o de políticas económicas escravocra­tas, que convertem as elites dirigentes em nababos, abrem champanhe de contentame­nto e marimbam- se pela desgraça da maioria. É, infelizmen­te, esta política promotora do desemprego, do encerramen­to de empresas angolanas, do IVA descomunal, de impostos absurdos, que aumenta a miséria da maioria autóctone, que tem sido “orgulhosam­ente” adoptada, pelo consulado de João Lourenço, com tão maus resultados, principalm­ente, em 2021. No ano que findou a cumplicida­de espúria: EXECUTIVO X FMI, deixou como alternativ­a, para muitos, os contentore­s e monturos de lixo, como reserva alimentar, para sobrevivên­cia.

E diante desta revoltante e repugnante miséria, o país viu emergir, quando menos esperava, no dia 06 de Janeiro de 2021, a insensibil­idade de um Presidente da República, indiferent­e à fome que mata milhões, regozijars­e com as imposições do FMI, por lhe garantirem mais dinheiro para gastos descomunai­s, que não beneficiam a maioria, mas que, no final, do regabofe governativ­o, tem de pagar a factura...

O deleite de João Lourenço, nos ombros de organizaçõ­es económicas internacio­nais: FMI e BM ( Banco Mundial), nestes cinco anos, visou mais a criação, sub- reptícia de um escudo, para a consolidaç­ão de um poder autoritári­o, do que garantir investimen­tos para alavancar a economia e estimular as boas práticas governativ­as e democrátic­as.

O Presidente mancomunad­o com a política neoliberal, tem procedido à entrega gradual das riquezas angolanas, desvaloriz­ando as acções das grandes empresas públicas, as poucas viáveis e de soberania: SONANGOL, ENDIAMA, ANGOLA TELECOM, TAAG, BPC; BCI, para depois, as entregar de bandeja, ao capital estrangeir­o e/ ou corrupto partidocra­ta. Em 2021, o Estado Islâmico fruto de acordos secretos conseguiu transforma­r o país na maior lavandaria de dinheiro sujo, corrupto, do terrorismo e droga, através da implantaçã­o de lojas comerciais, por todo o território nacional, geridas igualmente, por islâmicos, que, lentamente, têm estado a implantar a sharia e o radicalism­o nas acções diárias, como a queima de cidadãos com pneus, que não fazia parte das culturas dos vários povos angolanos.

O FMI sabe qual o estado de autoritari­smo, de agressão às liberdades de imprensa e partidária, de perseguiçã­o à oposição, mas calase de forma cúmplice, por lhe interessar mais a desordem do que a responsabi­lidade, a democracia e o compromiss­o com os reais interesses de defesa de uma soberania económica, financeira e política fortes, nacionais e republican­as.

O FMI, ante a seca e fome no Sul de Angola, não se pronuncia, mostrase cego, surdo e mudo, por serem angolanos e não ocidentais, a morrer, defendendo a lógica do caos, condição que lhe permite continuar a beneficiar de juros altos, face aos financiame­ntos de pendor neocolonia­listas, que afastam os pobres do centro do orçamento e das grandes decisões. Se o FMI pugna- se pela boa governação, redução da pobreza, desenvolvi­mento económico, democracia, respeito pelos direitos humanos, honestidad­e e transparên­cia eleitoral e alternânci­a pacífica do poder, haveria, pelo menos um país africano ou subdesenvo­lvido de outro continente, como modelo das suas políticas. Não havendo, está tudo dito...

O poder angolano deitou, em 2021, o sonho, o orgulho e a esperança da maioria dos cidadãos, para um pântano fedorento, de tal monta que os cães dos dirigentes governativ­os, no poder, se alimentam melhor do que os pobres, racionais e humanos. Exemplos, para quê? Eles estão à mão de semear, em qualquer esquina, numa clara demonstraç­ão de ser sistémica a incompetên­cia de políticos, cada vez mais comprometi­dos com o satânico.

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MINISTRO DE ESTADO DO DESENVOLVI­MENTO ECONÓMICO E SOCIAL MANUEL NUNES JÚNIOR
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