Folha 8

OMATAPALO É BOA É DE COMPADRES

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Sobre a Omatapalo, considerou que se trata de “uma empresa nacional de grande dimensão” que “está à altura de realizar grandes empreitada­s de obras públicas”, e que “Angola deveria ter quatro ou cinco Omatapalos”, cujas fontes de financiame­nto, “além das obras que faz, não são ilícitas até prova em contrário”.

Por isso, prosseguiu, “o Estado não pode prescindir de uma empresa como esta, não é para ser combatida, antes pelo contrário é para ser acarinhada, como todas as outras que pelo seu trabalho demonstrar­em que merecem esse carinho”, disse, salientand­o que também a Omatapalo tem ajudado a financiar o Estado, iniciando obras “sem receber um tostão do Estado”.

Noutra frente do ” teatro de operações” o Presidente admitiu que o início do seu mandato foi marcado por um “braço de ferro” com Portugal a quem exigiu a transferên­cia para Angola da investigaç­ão judicial feita ao exvice- presidente Manuel Vicente, por questões de soberania.

Em Setembro de 2017, quando tomou posse, “houve de facto uma espécie de braço de ferro entre dois países amigos que se querem bem, Angola e Portugal, pelo facto de a justiça portuguesa, na altura, ter pretendido julgar e, eventualme­nte, condenar o ex- vice- presidente da República de Angola”, reconheceu João Lourenço.

“Angola bateu o pé, porque neste domínio de cooperação judiciária existem acordos entre os nossos dois países e os acordos são para serem cumpridos”, disse João Lourenço, consideran­do que “Portugal acabou por remeter o processo a Angola, porque teve bom senso de reconhecer que os acordos são para ser cumpridos, sobretudo quando é entre países amigos”.

O chefe de Estado disse que além da razão que citou, esteve na base da remessa do processo para Angola o facto de defender que “os Estados que se prezam não aceitam que, a este nível – o Presidente da República ou exPresiden­te da República, o vice- Presidente ou exvice- Presidente -, no caso de cometerem crimes em que têm ligação com outros países que sejam julgados e condenados fora do seu país de origem, fora de Angola, no caso”. Para João Lourenço, se “a situação fosse inversa

Portugal teria agido da mesma forma”.

“Não estou a ver Portugal aceitar que um ex- Presidente da República português, um ex- primeiromi­nistro português, que, eventualme­nte, tenha cometido um presumível crime com alguma ligação a um país africano, seja qual for, Angola ou outro, que essas entidades oficiais do Estado português fossem julgadas em África”, sublinhou.

“Se me disserem que sim, vou ter que rever a minha posição, mas eu não acredito que alguém tenha a coragem de dizer que sim”, salientou.

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