Folha 8

DEFENDER A SOBERANIA

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Segundo João Lourenço, por essas razões é que Angola defendeu a sua soberania, que não é feita apenas “de armas na mão, com os canhões, a nível da fronteira para evitar a invasão de outros países”. A exigência foi uma “forma de defesa da soberania”.

“Não permitir que um exPresiden­te da República ou um ex- vice- Presidente da República seja julgado e condenado lá fora, sobretudo nos casos em que há acordos de cooperação judiciário, é também um exercício de defesa da soberania”, frisou, referindo que, com este gesto, não está “a dizer de forma nenhuma que não há crime”.

“Quem somos nós para dizer isso? Mas também não estamos a dizer que, com a recepção do processo a partir de Portugal, que o processo está arquivado. Pelo menos nunca ouvi da parte da Procurador­iaGeral da República afirmação neste sentido”, disse.

João Lourenço argumentou ainda que o antigo vice- presidente de Angola beneficia do estatuto de imunidade, referente à função que exerceu.

“O que vai acontecer daqui para frente, quando perder essa condição, essa protecção que a lei lhe confere, que este estatuto é uma lei, a justiça sabe o que fazer, não vou ser eu a dizer que caminhos seguir. Devo dizer que não tenho conhecimen­to que o caso dele tenha sido arquivado, se não foi arquivado, não vejo a razão de tanta preocupaçã­o”, destacou. Em 2018, João Lourenço chegou a pôr em causa a continuida­de das relações entre Portugal e Angola devido a um processo denominado Operação Fizz, que levou ao esfriament­o das relações entre os dois países, depois de a justiça portuguesa ter acusado o ex- vicePresid­ente angolano ( do MPLA, obviamente), Manuel Vicente, dos crimes e corrupção activa, falsificaç­ão de documentos e branqueame­nto de capitais.

Na altura, João Lourenço classifico­u a atitude da Justiça portuguesa até então como “uma ofensa” para Angola. “Lamentavel­mente [ Portugal] não satisfez o nosso pedido, alegando que não confia na Justiça angolana. Nós consideram­os isso uma ofensa, não aceitamos esse tipo de tratamento e por essa razão mantemos a nossa posição”, salientou então João Lourenço.

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