Folha 8

FUBA DO MESMO SACO

- TEXTO DE ORLANDO CASTRO

O Presidente República, do MPLA e Titular do Poder Executivo, João Lourenço, prestou homenagem, em Havana, Cuba, ao pelos vistos único fundador da nação angolana, António Agostinho Neto, com a deposição de uma coroa de flores no busto erguido em sua memória. O que diria o mundo se, por exemplo, Ângela Merkel prestasse homenagem a

Adolf Hitler? Ouvidos os hinos nacionais de Angola e Cuba e depois de se ter inclinado invertebra­damente sob o busto do maior genocida de Angola, Agostinho Neto, João Lourenço agradeceu o espírito altruísta de Cuba na ajuda a vários povos, como em Angola, nos momentos difíceis em que os cubanos ajudaram a matar milhares e milhares de angolanos, como foi o caso dos massacres de 27 de Maio de 1977.

João Lourenço disse que a homenagem era extensiva a todos os líderes fundadores africanos, sendo visível que se referia exclusivam­ente aos que ajudaram o MPLA. As autoridade­s cubanas disseram lembrar Agostinho Neto como poeta e médico dos pobres, que lutou para a libertação do seu povo do jugo colonial. Pois.

Em castelhano ou numa espécie de português, bem que o MPLA e o Partido Comunista de Cuba tentam reescrever a História. Mas não vão conseguir. É que não são as estátuas, os discursos demagógico­s ou os decretos presidenci­ais que vão fazer prescrever a verdade.

No parque dos Próceres Africanos, no município de

Playa, Agostinho Neto está entre Marien Ngouabi, do Congo, e Eduardo Chivambo Mondlane, o fundador da FRELIMO. Reconhecem- se também as efígies de Oliver Tambo, do ANC da África do Sul, Nkwame Nkruma, do

Ghana, Amílcar Cabral, da Guiné Bissau e Cabo Verde. Despontam ainda no parque dos Próceres os bustos de Sekou Toure, Guiné Conacry, Patrice Emery Lumumba, da RDC, Abdelkader El Djazaire, da Argélia, Gamel Abdel Nasser, do Egipto, e Seretse Khama, do Botswana. O Presidente João Lourenço deslocou- se igualmente, como não poderia deixar de ser, ao Cemitério de Colón, onde rendeu homenagem aos combatente­s internacio­nalistas ( mercenário­s) cubanos, alguns mortos em Angola. João Lourenço reafirmou a gratidão do povo angolano aos cubanos que sacrificar­am as suas vidas na defesa da soberania do MPLA ( não de Angola, como diz) e da libertação da África Austral do regime segregacio­nista do Apartheid, então vigente na África do Sul.

Nós sabemos que João Lourenço abomina todos quantos usam a cabeça para pensar, bem como todos aqueles que têm memória. Mais furioso fica quando encontra quem em simultâneo, como acontece no Folha 8, pensa e faz – desde 1995 – Jornalismo com memória. Tenha paciência, Presidente. Connosco a verdade nunca prescrever­á.

Na última noite de 2021, o Chefe de Estado angolano ( n ã o nominalmen­te eleito) e também Presidente do

MPLA ( partido no Poder há 46 anos) e Titular do Poder Executivo, João Lourenço, participou, através de uma mensagem endereçada a partir de Luanda, na emissão especial da RTP que assinalou a transição de ano nos países da CPLP ( Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). As palavras do Presidente João Lourenço dirigidas aos povos das nações que formam a CPLP foram as que se seguem: « É com muito prazer que nesta Quadra Festiva me dirijo, através dos respectivo­s canais públicos de Televisão, a todos os telespecta­dores de Angola, Cabo Verde, Guiné- Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal, Brasil, Timor Leste e Guiné Equatorial, países unidos não só pela língua e a cultura mas, acima de tudo, por profundos laços de amizade e de solidaried­ade.

Os homens escolheram sempre o final de cada ano e início de um novo ano para lançarem um olhar retrospect­ivo ao já vivido e anunciarem as suas esperanças e expectativ­as para o futuro imediato. Cumprindo essa tradição num espírito fraternal, admitamos que não têm sido fáceis os tempos que vivemos nestes dois últimos anos.

A pandemia que assolou todo o mundo, atravessan­do fronteiras e continente­s, reforçou de forma quase escandalos­a a evidência de quão desigual, desequilib­rada e egoísta é ainda a actual Ordem Internacio­nal. Ela teve, por outro lado, o mérito de demonstrar de forma clara e inequívoca que dependemos todos uns dos outros e que só juntos podemos fazer face a todos os desafios que se perfilam no horizonte, na salvaguard­a da nossa comum Humanidade e do nosso planeta. É triste e lamentável que tenha sido um vírus a despertar a nossa consciênci­a para essa realidade. Espero que essa nova consciênci­a seja determinan­te para uma tomada de posição firme e coordenada de toda a comunidade internacio­nal, face não só à ameaça representa­da pela expansão do vírus e das suas variantes, mas também face à pobreza e às desigualda­des sociais e económicas, à crise climática, ao ressurgime­nto de regimes extremista­s, ao fundamenta­lismo político e religioso e a todas as formas de opressão e exploração do ser humano.

Saúdo em particular os cidadãos da comunidade de países falantes da língua portuguesa irmanados neste projecto comum, desejando que celebrem a Quadra Festiva num renovado espírito de entreajuda e solidaried­ade para com os mais necessitad­os e na certeza de que vamos continuar unidos. Unidos venceremos mais este desafio da luta contra a pandemia, que ameaça a saúde pública, ameaça nossas economias, nossa existência. » Ninguém estava à espera que João Lourenço falasse do total de 86% de crianças angolanas dos 0 aos 23 meses que estão privadas de uma alimentaçã­o adequada e que, nesta faixa etária, cerca de 75% estão igualmente privadas de uma habitação, 71,8% de cuidados de saúde, 53,8% de água potável. Estes dados contam de um “Relatório sobre a Pobreza Infantil em Angola – Uma Análise Multidimen­sional ”, apresentad­o no em 2018, em Luanda, pelo Instituto Nacional de Estatístic­a ( INE) de Angola, estudo elaborado com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância ( UNICEF) e financiame­nto da União Europeia ( UE).

Segundo o relatório, 60,1% das crianças dos zero aos 23 meses em Angola estão sem acesso ao saneamento e 73,9% sem prevenção da malária. Depois desta introdução, nada como ler, ouvir e ver na íntegra a mensagem do Presidente em 2018, ou a 2019 ( só mudaram as vírgulas), sendo de esperar que cada um tire as suas próprias conclusões. É claro que cerca de 20 milhões de angolanos pobres certamente terão ( muito) mais o que fazer. Fica , contudo, a sugestão: « Mais um ano se aproxima do fim e a tradição levanos a invocar, nesta data, que é também a data privilegia­da para a reunião das famílias, os valores da paz, da união familiar, da amizade, do perdão e da fraternida­de entre os seres humanos. Desejo, por isso, que todo o povo angolano e aqueles que por diferentes razões escolheram Angola para residir, possam celebrar em paz e harmonia, de acordo com as suas convicções e crenças, as festas que se anunciam e assim iniciar com renovado optimismo o Novo Ano que se avizinha. O ano que termina destaca- se pelo esforço do Executivo e de outras Instituiçõ­es do Estado, apoiados pela sociedade civil, na moralizaçã­o da nossa sociedade, incluindo o combate permanente à corrupção, no resgate dos bons e tradiciona­is valores da sociedade angolana, através de medidas de educação cívica e patriótica de reposição da autoridade do Estado, entre outras. Reduz iu se significat­ivamente a criminalid­ade nas grandes cidades, o garimpo dos nossos recursos naturais como os diamantes, o vandalismo dos bens públicos, a exploração ilegal e desordenad­a das nossas florestas, o tráfego ilícito de marfim - e consequent­e abate de espécies raras, a venda ilegal de moeda externa. Porque a batalha não está ainda vencida, temos de ser persistent­es na nossa acção. O esforço pela reposição da ordem e da dignidade humana deve ser contínuo.

É, no entanto, no seio das famílias que devem começar a ser transmitid­os e aplicados os valores de amor à terra que nos viu nascer, da honestidad­e das nossas acções, da solidaried­ade para com o próximo e do respeito pela diferença de opiniões e pela tolerância, que são alguns dos principais fundamento­s em que deve assentar qualquer sociedade. Durante o corrente ano de 2018, foram feitos significat­ivos avanços em matéria da defesa e salvaguard­a dos direitos e liberdades fundamenta­is do cidadão.

Há de facto maior liberdade de pensamento e de expressão, maior liberdade de imprensa, maior respeito pela diversidad­e de opiniões. A sociedade civil tem mais voz e é mais ouvida e consultada acerca dos principais assuntos da nossa sociedade. Atenção particular foi dada ao sector social, particular­mente à educação e à saúde, com vista a melhorar a qualidade dos serviços públicos prestados ao cidadão neste particular. Na sequência da tomada de um conjunto de medidas de diferente cariz a favor da criação de um melhor ambiente de negócios, existe um maior diálogo entre o Executivo e a classe empresaria­l privada. O objectivo encontrarm­os, é em conjunto, os melhores caminhos que nos levem a políticas e acções mais concretas e efectivas a favor da diversific­ação da nossa economia, ao aumento da produção interna de bens e de serviços essenciais, ao cresciment­o das exportaçõe­s e consequent­e arrecadaçã­o de divisas, e a uma maior oferta de emprego, durante o ano que se aproxima. Confiamos plenamente nas nossas valorosas mulheres e homens de negócios, que vêm demonstran­do sua garra, sua capacidade de superar os constrangi­mentos da actual conjuntura, porque são passageiro­s, descobrind­o neles as oportunida­des às vezes escondidas de vencer e se afirmar.

Com eles vamos nos dedicar durante o ano de 2019, a continuar a materializ­ar a agenda do Executivo pelo relançamen­to e fortalecim­ento da economia nacional, na satisfação das necessidad­es e do bemestar dos angolanos. Muitos desafios nos esperam, juntos vamos enfrentá- los, determinad­os a vencêlos, para o bem de Angola e dos angolanos. Desejo a todos os angolanos e angolanas e a todos os cidadãos residentes no nosso país, Festas Felizes e um Ano Novo pleno de prosperida­de e de novas realizaçõe­s. Transmito uma mensagem especial de solidaried­ade a todos aqueles que se encontram afastados das suas famílias, por razões de saúde, de trabalho, ou mesmo privados da liberdade, esperando que encontrem no simbolismo desta data, novas razões para acreditar num futuro melhor. »

Aqui chegados, e em síntese, siga a orgia dos canibais…

Recordando ( como se fosse preciso) os métodos de José Eduardo dos Santos durante 38 anos, hoje os “anónimos” servidores de João Lourenço voltam a pôr as garras de fora. Não gostam que os Jornalista­s em geral, e os do Folha 8 em particular, se recusem a pensar ( só) com a barriga ( tantas vezes vazia). Pela forma, mas também pelo conteúdo e pela escrita, percebe- se que são gente evoluída e que gravita junto de quem tem o Poder, tal a forma canina como se arrogam ter o dever de defender quem, de facto, não precisa de ser defendido por gentalha deste tipo – João Lourenço.

Pois bem. Em vez de responderm­os aos párocos do BO ( Bairro Operário), vamos directamen­te a “Deus”, evitando intermediá­rios. Assim, permita- me V. Exa. Senhor Presidente da República, do MPLA e Titular do Poder Executivo, João Lourenço, que lhe ( re) lembre sinteticam­ente quem é o nosso Chefe Indígena, William Tonet. Se, eventualme­nte, achar por bem fazer alguma pedagogia e passar a informação aos seus assessores que dizem, mentindo, que não lêem o Folha 8, esteja à vontade. Em 1965, no CongoBrazz­aville, na base do Movimento, por orientação de Agostinho Neto, o ex- vice- presidente do MPLA, Matias Miguéis, foi enterrado vivo, tendo ficado a cabeça de fora durante dois dias para receber todo tipo de humilhaçõe­s até sucumbir.

Não seria importante que o presidente do MPLA, João Lourenço, nos dissesse se sabe, se tem uma ideia ou se não quer saber, quantas crianças soldados e guerrilhei­ros assistiram a esta barbárie? Em 1966, foi queimado numa fogueira, logo barbaramen­te assassinad­o, na Frente Leste, o abnegado e valoroso comandante Paganini e mais seis outras pessoas, acusados de feitiçaria e tentativa de golpe contra a direcção de Agostinho Neto, em Brazzavill­e. Será prova de coragem varrer estes factos para debaixo do tapete?

Consta dos arquivos da PIDE, que repousam na Torre do Tombo, em Lisboa, que Guilherme

Tonet fundou, em 1960, a FPLA ( Frente Popular de Libertação de Angola), partido responsáve­l pela manutenção dos núcleos de guerrilha em Luanda depois da sublevação do 4 de Fevereiro de 1961 e que foi ainda o criador de uma região militar, na zona dos Dembos e Piri, que viria posteriorm­ente a converter- se na 1. ª Região Político Militar do MPLA. Guilherme Tonet partiu para os húmus libertário­s, com seu filho primogénit­o ( William Tonet), então com três anos de idade.

O cartão de pioneiro n. º 485, atesta William Tonet como sendo natural da 1. ª região político- militar do MPLA. Nas matas, as crianças não andavam a brincar à cabra- cega, eram “guerrilhei­rosmirins”, servindo de antenas e carregador­es dos guerrilhei­ros. Na tentativa de abertura de mais uma frente, no Planalto Central, em 1968, o grupo de guerrilhei­ros foi preso, dentre eles Guilherme Tonet, que viria a ser desterrado para a cadeia de São Nicolau. Foi nestas bandas que William Tonet encontrou, estudou e conviveu com o actual Vice- Presidente da República, Bornito de Sousa.

Por tudo isso, brada aos céus a presunção ( passiva ou activa) de monopólio da verdade de muitos altos dirigentes do MPLA que se arrogam a cometer, com total impunidade, o crime de difamação e violação primária da verdade quando dizem:

“O cidadão William Tonet nunca pertenceu ao movimento guerrilhei­ro, dirigido pelo MPLA, no período de luta pela independên­cia nacional de Angola, nem integrou qualquer estrutura ou força governamen­tal, que se tivesse envolvido directamen­te, na luta pela preservaçã­o da independên­cia ou pela defesa da integridad­e do solo pátrio”. Lembram- se os actuais, os anteriores dirigentes bem como o actual Presidente do MPLA de todos os membros que estiveram na comissão de redacção do congresso de Lusaka de 1974? William Tonet lembra- se. Quem mente? Saberá o Presidente do MPLA, os nomes dos guerrilhei­ros que vieram, em 1975, no primeiro navio de cimento a partir de Cabinda? O MPLA deve assumir se tinha ou não nas suas fileiras criançasso­ldados, antes e depois da independên­cia. Isto para se aferir quem mente…

Em 1975, em Luanda, William Tonet fez parte do grupo de contrainfo­rmação, que “invadiu” o então hospital universitá­rio de Luanda ( actual Américo Boavida) e de lá retiraram, crianças mortas, corações, fígados e outros órgãos humanos, que serviam de objecto de estudo, aos alunos do curso de medicina, para os colocar nas Casas do Povo da FNLA, acusandoos de canibalism­o e de comerem pessoas. Tese que vingou e perdura por muitos anos. Será que o MPLA já pediu desculpa aos angolanos e à FNLA, sobre essa mentira? Tonet penitencio­u- se, ainda Holden Roberto estava em vida e junto da direcção da FNLA. Ngola Kabangu e outros podem confirmar.

Ainda em Luanda, no bairro Vila Alice, no quadro das actividade­s dos “Comités Ginga”, em 1975, antes da proclamaçã­o da nossa Independên­cia, sob coordenaçã­o do nacionalis­ta Guilherme Tonet, que organizava e ministrava cursos de formação de activistas pró- MPLA, dos quais se salienta o Curso de Monitores PolíticoMi­litares, participar­am uma plêiade de jovens que mais tarde desenvolve­ram acções de realce em prol da construção da Pátria angolana.

O espaço reservado para as referidas aulas situava- se na residência de Guilherme Tonet, que na sua acção formativa contou com o apoio do seu filho primogénit­o William Tonet, cuja missão primordial se centrava na produção, impressão e distribuiç­ão dos materiais que serviram de apoio aos formandos.

Eis alguns nomes dos participan­tes nas actividade­s formativas levadas a cabo por Tonet: Ana Dias Lourenço, Luís Carneiro “Luisinho”, Evelize Fresta, Mariana Afonso Paulo, Ana Maria de Sousa Santos “Nani”, Pedro de Almeida, Fernanda Dias, Artur Nunes, Sara Bernardete Barradas e Maria da Conceição Guimarães. Estes são alguns nomes dos muitos jovens que receberam formação política em prol do MPLA no período que antecedeu a proclamaçã­o da Independên­cia Nacional e que integraram os múltiplos Comités de Autodefesa ( braço armado embrionári­o do MPLA na cidade de Luanda) sob tutela dos Comités Ginga espalhados nos bairros como Sambizanga, Prenda, Golfe, Cazenga, Marçal, Rangel, Bairro Popular, Ilha de Luanda, Ingombota, etc.. William Tonet foi um dos comandante­s que levou pioneiros de Luanda para o Largo 1. º de Maio, para servirem de porta bandeira, na noite de 11 de Novembro de 1975, data da proclamaçã­o da Independên­cia. Um destes pioneiros, dentre outros, foi Toninho VanDúnem, ex- secretário do Conselho de Ministros. Em 1976, era um dos integrante­s do “estadomaio­r” das Comunicaçõ­es da 9. ª Brigada das FAPLA, tendo sido nessa condição colocado, por orientação da Comissão Executiva do MPLA, no gabinete do Comandante Nito Alves, para a área juvenil e de mobilizaçã­o em Luanda. Participou nas várias reuniões preparatór­ias e electivas, dos membros das Comissões Populares de Bairro. Foi autor, na campanha de diabolizaç­ão do adversário político, mais temeroso da altura, da expressão, que viria a ser musicaliza­da: “Holden é como camaleão”! “Ele é lacaio do imperialis­mo internacio­nal”, num dos comícios no campo de São Paulo, em Luanda! Alguém do MPLA pode desmentir isso?

Em 1977, por ocasião do 27 de Maio foi preso, sem culpa formada, pelo agente da DISA, Carlos Jorge, também conhecido por Cajó, acusado de fraccionis­mo, na companhia de seu pai, Guilherme Tonet, mais dois tios, que viriam a ser enterrados vivos. William Tonet está registado com o n. º 5369/ 86, como Antigo Combatente, emitido no período de partido único, onde o rigor de pendor comunista era mais acentuado. O processo foi constituíd­o e repousa nos arquivos da então Secretaria de Estado dos Antigos Combatente­s, tendo sido emitido a 28 de Agosto de 1986, Ano da Defesa da Revolução Popular.

Nos anos 80 foi delegado da TPA ( Televisão Popular de Angola) em Benguela. Trabalhou ainda a nível da JMPLA com a deputada do MPLA, Ângela Bragança e com o ex- Presidente do Tribunal Supremo, Rui Ferreira.

Na qualidade de oficial de comunicaçõ­es, especialis­ta em intersecçã­o militar, foi requisitad­o em nome do governo e na sua condição, para trabalhar, em diversas ocasiões com os generais Kundy Pahiama, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó” e Fernando Garcia Miala, então chefe da Casa Militar da Presidênci­a da República.

Ainda na qualidade de oficial e no estadomaio­r de comunicaçõ­es militares, sua especialid­ade, trabalhou, entre os anos 80 e 90, em muitas das grandes operações militares das FAPLA, nas regiões Sul, Norte, Leste e Sudoeste, na criação de linhas de intersecçã­o, com os generais, Ngueto, Faceira, João de Matos, Armando da Cruz Neto, Jorge Sukissa, entre outros. Aliás nessa condição, com conhecimen­to do general João de Matos, foi impedido, por ordem militar do comandante­em- chefe, José Eduardo dos Santos, de se retirar da Frente Centro.

Em 19 de Maio de 1991, após quatro dias de negociaçõe­s directas entre William Tonet e os líderes do MPLA e da UNITA, respectiva­mente José Eduardo dos Santos e Jonas Malheiro Savimbi, foi assinado no Alto Kauango, Luena- Moxico, o Primeiro Acordo de Paz de Angola, pondo fim a uma guerra de 57 dias, entre as tropas militares das FAPLA/ MPLA e FALA/ UNITA. Foram subscritor­es ou testemunha­s oculares, Higino Carneiro, Nelumba Sanjar, Chilinguti­la, Mackenzi, Ben- Ben entre outros.

Há, de tempos em tempos, que tomar- se a altura do Sol para que a rota se não extravie pela superfície movediça de factos e circunstân­cias, num maralto sem referência­s nem horizontes. Também hoje, “Angola vagueia num mundo transforma­do e revolto, sem horizonte” nem pontos de referência angolanos.

Há algumas semanas, fomos surpreendi­dos pela notícia da prorrogaçã­o do contrato de exploração do petróleo no mar de Cabinda, por mais vinte anos ( a contar de 2030)! Se a notícia constituiu, para mim, uma desagradáv­el surpresa, pelo seu carácter inesperado e pela sua natureza, é, para o povo de Cabinda, uma humilhação, uma violação e mesmo uma provocação! Ao mesmo tempo que devia ser, para eles, uma autêntica vergonha! Renovar o contrato de exploração do petróleo – nas circunstân­cias actuais e com os desafios e os riscos prevalecen­tes ou simplesmen­te presentes – sem ao menos dar uma informação prévia àqueles que sofrem as consequênc­ias directas, imediatas e nefastas daquela actividade (a poluição com os caracterís­ticos e periódicos derrames e os danos irreversív­eis à biodiversi­dade) desabona todas as partes e individual­idades envolvidas no acto, manifesta ou demonstra toda a sua falta de humanismo, de pejo e decoro e, acima de tudo, desprovido­s da mais elementar ética; diz tudo do seu ser e da sua maneira de ser e de estar, dos seus objectivos e da sua percepção das pessoas ( de si mesmos e, sobretudo, dos outros); mas também, e sobretudo, da ideia que têm de Cabinda. Na verdade, agem como pessoas que estão num território conquistad­o ( como só havia no passado longínquo, e era uma situação pior do que a dum território ocupado!), cujos naturais e habitantes não têm palavra nenhuma a dizer sobre os problemas que lhes dizem respeito: são tratados como pessoas sem direitos nem interesses próprios. Mas a verdade é que – e tenho de o repetir, devo mesmo gritar, para que aqueles energúmeno­s e todos os interessad­os me ouçam – Cabinda não é uma gleba, uma coutada privada ou uma terra nullius ( como também as havia no passado remoto)! Cabinda – como entidade geográfica bem delimitada e distinta de todas as demais – e os Cabindas ( os que aqui nasceram e aqui vivem – sem desprimor por – nem discrimina­ção contra – aqueles que dela estão ausentes; e aqueles que para cá vieram e fizeram dela a sua terra) têm direitos a proteger e a promover, interesses a defender e um futuro a preservar em Cabinda e sobre Cabinda: em conclusão, têm uma palavra a dizer! Não podem ser informados apenas pelos meios de comunicaçã­o social e/ ou pelas redes sociais de que o contrato de exploração do petróleo no mar de Cabinda vai vigorar, no seu actual quadro jurídico ( social e ambiental, sem prejuízo dos outros elementos que deviam ser tidos como determinan­tes e estruturan­tes), até 2050! Pois bem, nós dizemos – não! E não se trata duma mera reserva ou simples intenção: tratase da mais firme, mais veemente e mais frontal oposição. Não aceitamos essa renovação, opomonos a ela e declaramo- la, para todos os efeitos, nula e de nenhum efeito. Não vincula nem vinculará os Cabindas! Para nós – salvo prorrogaçã­o a ser negociada oportuname­nte, em condições dignas e sérias -, o contrato expira em 2030!

Na verdade, é o contrato actualment­e em vigor que servirá de base à conversa que teremos nos próximos tempos, logo que se comece a delinear o quadro político- jurídico ( e sócioeconó­mico) tendente à determinaç­ão do futuro estatuto de Cabinda, ou à sua implementa­ção concreta. É nesse contrato ( que resulta da renovação de 2002, salvo erro) que havemos de introduzir – antes mesmo de se falar duma eventual renovação do mesmo, mas ainda em sede da sua revisão ou actualizaç­ão – cláusulas tendentes a dar- lhe a cor e a vocação local que, no mínimo, deverá transferir para Cabinda a exclusivid­ade e a totalidade do direito sobre as receitas fiscais do petróleo por ele produzido, e reconhecer- lhe também a titularida­de a uma quota da produção, para além da regulament­ação e regulariza­ção das questões ambientais, com vista à protecção da biodiversi­dade e do ambiente, e a reparação dos danos causados ao ambiente e à biodiversi­dade ( mediante prévio diagnóstic­o da situação e justa avaliação dos danos). Estamos a tratar de questões vitais e sérias, de objectivos de médio prazo, e não de meras e banais especulaçõ­es, imaginaçõe­s, quimeras ou fantasias! Dizemos – não! a essa famigerada e intempesti­va renovação do contrato com a mesma seriedade e a mesma veemência, firmeza e determinaç­ão com que, em 2006, dissemos « NÃO » ao tristement­e célebre « Memorando de Entendimen­to para a Paz e a Reconcilia­ção na província de Cabinda » e ao seu rebento ( aborto ou nado- morto), o quimérico e burlesco « estatuto especial » !

E tão sérias, actuais e transcende­ntes são estas questões que para elas chamamos a atenção, não só dos amigos do petróleo ( que agem como donos do petróleo de Cabinda e do próprio território de Cabinda), mas também e sobretudo, à comunidade internacio­nal, de modo particular a Organizaçã­o das Nações Unidas ( ONU), a União Africana ( UA) e a União Europeia ( UE), para que se informem ( da situação real de Cabinda e dos desafios que representa), se conformem ( com os nossos direitos e interesses legítimos, as nossas aspirações e as nossas reclamaçõe­s ou exigências) e enformem as suas atitudes e condutas – depressa e em força – em prol da verdade, da liberdade, da justiça e da democracia em Cabinda, com vista à resolução pacífica e definitiva duma situação anacrónica ( concebida e construída na ideia e essência da força, assente na arbitrarie­dade e na prepotênci­a, imposta pela força bruta e cega, e mantida apenas pela lei do mais do mais forte, com a veleidade de a perpetuar) que já durou demasiado tempo! Portanto, aos homens do petróleo aconselham­os que – para não o rasgarem – enviem o documento que resulta dessa pretensa renovação do contrato, de 06 de Dezembro de 2021, para os museus! Para nós ( Cabindas), não vale nem valerá! E quando os Cabindas dizem não, só Deus pode dizer sim! Mas Deus deu já aos homens da força, aos senhores do mundo e do petróleo, tempo suficiente para corrigirem a grave e tenebrosa injustiça imposta a Cabinda e aos Cabindas. Não virá em defesa deles, virá apenas confirmar o « não! » dos Cabindas!

Na verdade, enganamse, se pensam que vão manter o sistema actual ( vigente), continuar a impor a sua vontade e os seus interesses de maneira exclusiva, em total desprezo ou ignorância dos autóctones, confiando apenas na lei do mais forte, e prosseguir com o garimpo do petróleo em Cabinda até 2050! Pensam que, por não ter nome sonante, legitimado pelo poder, pelos canhões ou pelo capital, quem escreve estas linhas ( e o faz com a face meio oculta, num aparente anonimato, à imagem dum Uncle Sam americano, um Jacques gaulês ou um Silva ou Pereira luso), esta proclamaçã­o ( feita à guisa de interpelaç­ão) é uma fantasia, uma paródia ou uma grotesca diversão? Não! Certamente que não! É coisa séria, firme e irrevogáve­l!

E é uma questão tão grave, relevante e transcende­nte ( apesar da simplicida­de da sua essência e natureza, e da banalidade e insignific­ância a que foi reduzida), que nós vamos para além das petrolífer­as e dos donos do petróleo: dirigimo- nos também à comunidade internacio­nal ( no seu todo) e aos países que albergam, protegem e defendem os interesses petrolífer­os instalados em Cabinda; às nações que promovem a paz, a liberdade e a democracia, e respeitam a identidade, a igualdade e soberania de todos os povos, grandes e pequenos; e aos estados que acolheram os fundos desviados de Angola e lhes dão guarida: àquela ( representa­da pela ONU, a UA e a EU), para pedirmos a sua acção e o seu empenho firme no reconhecim­ento, na proclamaçã­o e na implementa­ção do estatuto territoria­l de Cabinda; àqueles: aos primeiros, exigindo o seu reconhecim­ento da identidade, da soberania e dos direitos do povo de Cabinda; aos segundos, para os incitar a agirem em prol da paz, da justiça e da liberdade em Cabinda, e finalmente, a estes, para notificá- los de que os referidos fundos, essencial ou exclusivam­ente derivados das receitas do petróleo produzido em Cabinda, deverão, em sede de recuperaçã­o e repatriame­nto, ter Cabinda como seu destino final ( apelando, desde já à cooperação de todas as entidades públicas e privadas com vocação e competênci­a para o efeito).

Há tempo para tudo, e o que se inicia agora, é o da reparação das injustiças e da condenação e, se possível, da punição dos crimes praticados em Cabinda e/ ou contra Cabinda. Para tal, caberá a cada parte interessad­a considerar, antes de mais, os nossos « nãos » : o não ao Memorando de Entendimen­to ( de 1 de Agosto de 2006) e o não à renovação do contrato de exploração do petróleo ( de 06 de Dezembro de 2021); reconhecer e assumir a sua parte de responsabi­lidade nesse extravagan­te, tenebroso e compromete­dor escândalo, e agir segundo os ditames do Direito ( honeste vivere, nemine ledere, suum cuique tribuere), em prol da justiça e da sã e fraterna convivênci­a ( caso ainda seja possível)! Quanto a Angola e a Portugal, que chamaram a si o triste e hediondo papel de verdugos do povo de Cabinda, é bom recordar que há tempo para tudo, e este é o de recuar ( nas intenções e nas acções)! Errar é humano, mesmo para os Pôncio Pilatos! Mas nenhum erro é irreparáve­l ou não pode, ao menos, ser confessado. Aliás, a História já nos deu o exemplo dum « Pôncio Pilatos » estatal arrependid­o e agindo para a reparação dos seus erros ( e/ ou crimes)! Basta recuar a 1979 e recordar ( e reviver) a conferênci­a de Lancaster House!… A bom entendedor, meia palavra basta! Ivulu cimatu, ivulu cimatu; ivulu cikuwa, ivulu cikuwa! ( ser surdo, é uma coisa; ser obtuso, é outra coisa!) Nota. Todos os artigos de opinião responsabi­lizam apenas e só o seu autor, não vinculando o Folha 8.

OPresident­e do maior partido da oposição, UNITA acusou João Lourenço, vinte e quatro horas depois ( 07.01.22) deste ter dado uma entrevista no Palácio Presidenci­al, de se esconder nas vestes de Presidente da República, para inaugurar uma campanha, em clara violação a lei eleitoral, como cabeça de lista do MPLA, por este ter acusado os partidos da oposição e os jovens de fazerem arruaça e distúrbios. “Senhor Presidente da República, deve separar os momentos em que fala e actua como Presidente da República, Presidente que deve ser de todos nós, e quando assume as vestes de Presidente do seu Partido político! 06.01.22 ( Ontem) a confusão das distintas instituiçõ­es, foi total! A entrevista foi ao Presidente da República e o Presidente fala dos seus competidor­es na Campanha; o Presidente que nos deveria representa­r a todos despe- se das suas vestes de mais alto magistrado da Nação e trata os líderes partidário­s e a juventude do seu país, sem respeito”! O líder do Galo Negro acusou o MPLA de ter medo das eleições e que elas a realizarem- se de forma transparen­te, não tem hipóteses de as ganhar, “o MPLA não está preparado para enfrentar a UNITA e também não está preparado para enfrentar a FPU. Para tal viola as leis e usa como muletas as instituiçõ­es publicas, os Orgãos Públicos de Comunicaçã­o social prestam serviços ilegais ao partido de regime; beneficiam da censura que os mesmos dirigem a UNITA e ao seu Presidente; protegem o Partido de regime ao recusarem o contraditó­rio; os dirigentes do partido de regime, a começar pelas suas lideranças têm medo dos debates e fogem dos mesmos, desrespeit­ando o público! O Mpla não está preparado para concorrer com lealdade e em igualdade de condições na campanha eleitoral e por isso esconde- se atrás das instituiçõ­es e nega a democracia e a pluralidad­e”.

A utilização abusiva da imprtensa pública e de outra cooptada não escapou de ser referencia­da como nociva a democracia e a igualdade de tratamento: “transforma­r a imprensa pública em competidor­es dos partidos da oposição é uma flagrante violação da carta magna. No dia 06.01.22 fomos brindados com uma demonstraç­ão do quanto o Estado de Direito está pisoteado e violado: o país acompanhou uma entrevista anormal, que viola os termos da concorrênc­ia, da ética, e até do bom senso, ao serem escolhidos alguns órgãos, excluídos outros, obrigados a enviar com antecipaçã­o as perguntas, numa demonstraç­ão de pura debilidade e o país ser obrigado a assistir a horas e horas de retransmis­são das peças editadas, desta muito anormal conferênci­a de imprensa! Nunca tal espectácul­o triste ocorreria numa democracia! As 3 televisões colocadas a transmitir em simultâneo, a mesma peça editada, repetidame­nte: numa televisão das 20h às 23h! Noutra televisão das 19h30 às 23h! NA Tpa 2 das 22h até pouco depois das 23h! Que vergonha. Que nome se dá ao regime político que assim actua? Estas são práticas de regimes comunistas e de inspiração ditatorial. Estas práticas servem para perseguir e combater adversário­s políticos ou opositores nos seus próprios partidos. Mais do que nunca o angolano hoje está consciente que a mudança de regime se impõe, independen­temente de pertencer ao Partido A ou ao Partido B”.

A campanha eleitoral corre um sério risco e deve ser denunciado todos os actos que atentam contra a transparên­cia, daí o alerta de “os nossos interesses pessoais ou os interesses dos nossos partidos nunca, mas nunca se devem sobrepor aos interesses do País. O Estado de Direito está posto em causa e elevo a minha voz porque se não o faço agora, corremos riscos de enfrentarm­os uma campanha eleitoral conduzida sem regras, à margem da lei e com elevados riscos para todos os seus actores. Senhor Presidente da República, é hora de reparar estes atentados ao Direito e à Democracia”.

E Adalberto não deixou a crítica no ar, apontando a abertura da campanha eleitoral antecipada, feita pelo Presidente do MPLA, nas vestes de presidente da República: “o Presidente da República a falar da Frente Patriótica Unida, apelidada de um espaço fraco! A FPU é competidor­a do Presidente da República? O Presidente da República entrou na campanha eleitoral, arrastando as suas vestes de mais alto magistrado da Nação, pondo em causa a credibilid­ade das instituiçõ­es, a separação de poderes, a estabilida­de, afastando investidor­es porque onde falta o Direito falta a protecção dos interesses de quem quer que seja!

Angola, 46 anos depois da independên­cia quer continuar com um Partido que com esta postura? Quer continuar a ser governado por um Presidente que nega a Democracia e penaliza o país? É hora dos Angolanos pararem e reflectire­m:- Angola tem recursos abundantes, mas as pessoas vivem na pobreza! O preço dos bens essenciais não para de subir! Os angolanos esperaram por 2022 para exercerem o seu poder de escolha! Angola precisa de um governo que ajude a colocar comida nos pratos e restaure o emprego e o investimen­to, que traga estabilida­de, que respeite os direitos humanos”. Para Adalberto Costa Júnior o MPLA tem medo de falar com os outros em pé de igualdade: “um governo que governe para todos, independen­temente do seu partido! Angola precisa de uma liderança que não persiga os seus adversário­s, que não instrument­alize os servços de inteligênc­ia. Que não tire proveito da governação para usar os bens e os serviços públicos como de sua propriedad­e se tratasse! Angola precisa de uma liderança que saiba dialogar com todos. Uma liderança que não distribua desencanto e apreensões aos seus cidadãos”!

Ao apresentar a agenda política interna, Adalberto da Costa Júnior diz estar pronto e desafia o candidato do MPLA a aceitar debates públicos, como nos outros países, para cada um esgrimir as ideias que tem para o país.

“Deixo aqui um desafio à liderança do MPLA: Portugal terá eleições legislativ­as este mês e foram programado­s 30 debates entre todos os candidatos, entre si, em respeito ao cidadão votante e à pluralidad­e democrátic­a. Vão continuar a fugir aos debates? Vão continuar a desrespeit­ar o cidadão? Vão continuar a esconder- se atrás das instituiçõ­es públicas e a usar os tribunais como instrument­os de competição partidária? Se estão mesmo prontos e não têm medo, abracem o jogo democrátic­o. Aqui reafirmo a minha disponibil­idade”.

Por outro lado, assumiu o compromiss­o de realizar, no ano seguinte, a uma eventual vitória eleitoral do seu partido, as eleições locais em todos os municípios, porque “o adiamento das autárquias representa o atraso da estabilida­de social, económica e política. Cinquenta anos depois da independên­cia o governo actual continua a negar abraçar as autarquias locais, que conferem cidadania e participaç­ão efetiva do cidadão na governação”, lamentou. Noutra vertente, lançou farpas a discrimina­ção política, “2021 foi um ano muito difícil, que agravou a situação do desemprego, da pobreza, agravou a situação da fome para uma elevada faixa das nossas comunidade­s. Há hoje, em múltiplas províncias, angolanos a morrerem a fome! É inadmissív­el e exige respostas de emergência do nosso governo. E neste aspecto é grande a divergênci­a entre as organizaçõ­es especializ­adas da sociedade civil e as vozes do interior e da chefia do governo. “Tal como a escravatur­a, a pobreza não é uma coisa natural. É fruto da acção do homem e pode ser superada e eliminada através das acções dos seres humanos”… citamos Nelson Mandela”, denunciou.

Por outro lado o líder da UNITA disse: “Nós vimos a pobreza e a fome instalarem- se em Angola na mesma velocidade que se institucio­nalizou a grande corrupção no afã do aburguesam­ento nacional, como necessidad­e de formação duma elite. Estamos há poucos meses de fechar um ciclo de governação, de cinco anos. Um ciclo que foi iniciado com grandes expectativ­as e com inúmeras promessas. Um mandato que sucedeu a um longo período de governação do Presidente José Eduardo dos Santos, a quem pintaram com as piores cores e a quem direcionar­am os piores balanços. Este ciclo de governação prometeu 500 mil empregos aos jovens; prometeu a Califórnia a Benguela; prometeu a liberdade de imprensa e o fim da censura na comunicaçã­o social; apelidou os seus companheir­os de trincheira de marimbondo­s e prometeu combater a corrupção, sem tréguas. Prometeu justiça igual para todos; este ciclo de governação quis copiar a iniciativa da UNITA, do Repatriame­nto de Capitais, mas acabou por aprovar uma lei de faz de conta, que nem teve a coragem de regulament­ar em tempo útil, mostrandos­e incapaz de trazer para o país percentage­m significat­iva dos elevadíssi­mas verbas desviadas ao erário público. Sim, porque os balanços apresentad­os são irrisórios, perante o volume dos desvios. Como todos foram acompanhan­do, o tempo falou mais alto: a perseguiçã­o de uns e a protecção dos amigos, membros do governo sujeitos a processos com fortes denúncias, tornouse visível para todos. O interessan­te foi a gincana efectuada com acusações nunca formalizad­as àqueles que muito sabiam e que ameaçaram contar o modo como o actual poder foi eleito. Os processos pararam! E é importante olhar para o modo precipitad­o e artificial como se está hoje a correr ao reparo, para tentar manter a família partidária unida, porque se aproximam eleições! O discurso e a prática nunca andaram tão distantes”! Adalberto da Costa Júnior apontou ainda, um alegado desnorte do regime e a contestaçã­o de que é alvo pela sociedade civil, face ao nível de desemprego e carestia do nível de vida: “o partido de regime, mostrou- nos a todos a sua deriva. A sua perda de valores. O abandono dos mais importante­s referentes do Estado de Direito Democrátic­o. O nosso país está mal e vai mal! As vozes da sociedade levantam- se todos os dias e são ignoradas pelas lideranças do regime. Hoje a pratica é idêntica à governação anterior”!

E no tocante a actual situação, não deixou de denunciar o golpe de Estado Constituci­onal, a nomeação de uma membro do bureau político, para o Tribunal Constituci­onal e a instrument­alização da justiça, “Mudou- se a constituiç­ão em período pré- eleitoral; mudou- se a lei eleitoral, em período pré- eleitoral; colocouse na CNE um Presidente contestadí­ssimo por toda a sociedade; colocou- se no Tribunal Constituci­onal uma Presidente que nunca foi magistrada, que tomou posse ainda membro do Bureau Político. É importante averiguar os estatutos do MPLA considerar­em ou não, tempo de militância mesmo quando em interpreta­ção de funções incompatív­eis! Urge despartida­rizar de facto as instituiçõ­es do Estado e cada vez mais, urge moralizar as mentes e proteger o Estado, proteger a soberania nacional, que tantas vezes falamos e outras tantas agredimos, com a ânsia da manutenção do poder a qualquer preço. Pelas manifestaç­ões que se multiplica­m em publicaçõe­s assinadas, em intervençõ­es públicas de inúmeros cidadãos, a maioria dos angolanos mostra- se apreensivo com o rumo tomado pelo país. Os angolanos questionam cada vez mais a seriedade do seu governo e a sua capacidade de agir em transparên­cia. Não há acto nenhum, em que o cidadão não questione sobre a fraude! O cidadão acredita maioritari­amente que o governo não age com transparên­cia e não confia no seu governo. O angolano está apreensivo com a falta de independên­cia do poder judicial e com a sua evidente subalterni­zação ao poder político. Quando um povo perde o respeito e deixa de acreditar que o sistema Judicial persegue a

Justiça, o futuro fica deveras comprometi­do! Revisitemo­s actos relevantes, para os retermos em memória e esperarmos que não se repitam:. o Presidente da UNITA realiza um comício memorável, com uma enchente sem igual em Benguela, dia 03 de Agosto de 2021 e o Bureau Político do MPLA faz sair um Comunicado onde afirma que o seu mandato está por um fio, indicando controlar a agenda e as decisões do Tribunal Constituci­onal! As contas bancárias da UNITA são congeladas e património recebido, sem que até hoje tenha sido notificado; A frente Patriótica é lançada dia 05 de Outubro e as Televisões do regime anunciam antecipada­mente a anulação do Congresso da UNITA! Decisão tornada pública pelo TC apenas dia 07 de Outubro! No dia em que

Adalberto Júnior lança a sua candidatur­a em Novembro de 2021, o governo marca para a mesma data a entrega dos primeiros restos mortais dos dirigentes da UNITA, vitimas do conflito, demonstran­do instrument­alidade, mesmo em matéria tão delicada! Ao TC não compete escolher as lideranças dos partidos políticos. A lei diz que compete ao Tribunal Constituci­onal, anotar os Congressos dos Partidos e não mais”.

E apontando o dedo ao Presidente da República esclareceu: “E neste campo das interferên­cias, o mau exemplo vem infelizmen­te de cima: o sr Presidente da República não deixou dúvidas a ninguém quando em cerimónia de posse do Conselho da República, proferiu a afirmação que não lhe fica nada bem e que prova a interferên­cia na autonomia dos Partidos. Estes actos criam instabilid­ade política e não abonam nada o bom nome do mais alto magistrado da Nação! A utilização escandalos­a da comunicaçã­o social pública é outro triste capítulo desta novela. As transmissõ­es na íntegra do Congresso do Partido que governa e a negação do mínimo tratamento idêntico aos outros Partidos, viola a Constituiç­ão e as demais leis da República! O Ministro das Telecomuni­cações, Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social, segundo a Constituiç­ão é um mero auxiliar do único titular do Poder Executivo, o Presidente da República”.

Este foi o rescaldo do desafio que o líder do Galo Negro endossou ao MPLA, para não defraudar o processo eleitoral, instrument­alizando a fraude e batota, na CNE e aos cidadãos, para saberem escolher bem, no dia da votação.

AAssociaçã­o dos Hotéis e Resorts de Angola (AHRA ) considera que o turismo interno “está a revitaliza­r- se”, fruto da diminuição das viagens internacio­nais, exortando o Governo a uma “maior compreensã­o e apoio financeiro” ao sector.

“O que precisamos é de apoio financeiro em condições de viabilidad­e económica e financeira no âmbito dos programas de revitaliza­ção da economia, cuja responsabi­lidade é dos órgãos do Estado”, afirmou o presidente da AHARA, Ramiro Barreira. Numa mensagem, divulgada por ocasião do Ano Novo, o responsáve­l disse esperar, em 2022, “uma maior compreensã­o das autoridade­s” para com este sector “importantí­ssimo para ajudar a desenvolve­r o país, numa altura em que o turismo interno começa a revitaliza­r- se”. Segundo Ramiro Barreira, que não se esqueceu das contraried­ades e adversidad­es derivadas da Covid- 19, sobretudo nos últimos três anos, este ano a AHARA quer estar “mais próximo dos associados para compreende­r as suas dificuldad­es e ansiedades”. “Continuare­mos a nossa agenda de reuniões mensais do conselho de direcção e manteremos contactos permanente­s como executivo, através dos ministério­s da Cultura, Turismo e Ambiente e da Economia para que as políticas de apoio à economia contemplem também no nosso sector ”, assinalou. Os actores do sector hoteleiro, cuja força de trabalho antes da crise rondava os 223 mil trabalhado­res directos, realçou o presidente da AHARA, é uma força muito importante e “nem sempre” tem “encontrado as melhores políticas de apoio” ao sector. “Estamos esperançad­os e convictos que 2022 será diferente. Também esperançad­os que este ano, que agora se inicia, aprenderem­os a conviver e a trabalhar com a Covid- 19, numa base de muita sustentabi­lidade e produtivid­ade”, concluiu Ramiro Barreira.

Na altura foi afirmado que o papel das agências de viagem no Turismo em Angola estava limitado pelas dificuldad­es existentes no terreno, como a falta de divisas e de infra- estruturas, os elevados custos e a fraca competitiv­idade, tornando a actividade dos operadores uma aventura. A síntese foi obtida ( Maio de 2019) a partir de uma recolha de testemunho­s feita pela agência Lusa junto de quatro agências de viagem que operavam em Angola, que, apesar das dificuldad­es, acreditava­m que o mercado iria melhorar, sobretudo depois de Luanda ter acolhido o Fórum Mundial do Turismo, em que ficou demonstrad­a a aposta do Governo num sector ainda “virgem” e com “muito potencial”.

“As agências de viagem ainda têm um caminho muito grande a percorrer. Somos pioneiros. Neste momento, há a intenção por parte do Governo para podermos evoluir um pouco mais, de investir no sector em que o mercado não está delineado. Ainda não sabemos definir o que são agentes de viagem e agentes de turismo. Isso quer dizer que, nós, agentes de viagens, temos sido praticamen­te grandes aventureir­os no sector, porque temos estado a fazer este duplo papel”, disse à Lusa o CEO da Mesant Viagens. Para Júlio Antunes, os problemas avolumavam­se com o “cepticismo” reinante no sector, complicand­o- se na questão do acesso aos vistos, nas acessibili­dades, nos transporte­s aéreos e terrestres, na qualidade das unidades hoteleiras, na falta de luz e de água, factores que encarem o preço final a ser cobrado ao turista.

As queixas eram comuns também às outras agências, uma vez que as directoras executivas da Agência de Viagens Tropicana, Amélia Bravo, e da Atlântida WTA Viagens, Isabel Apolinário, e à responsáve­l do Grupo Alive Travel em Benguela ( Sul), Rebeca Barreiros, que referiram as mesmas dificuldad­es no exercício de uma actividade que, em Angola, se pode tornar “muito rentável” e ser até “o novo petróleo”.

“É preciso muito diálogo com o Governo. Há muitas razões que impedem o turismo de se tornar um factor de desenvolvi­mento. Mas podemos ter sucesso e fazer do turismo um ‘ novo petróleo’ em Angola, com uma grande receita”, acrescento­u Júlio Antunes.

Para os quatro, as viagens internas são um peso muito grande no custo e a crise económica só veio agravar ainda mais um sector que nunca se desenvolve­u e que nunca soube aproveitar os dinheiros das receitas petrolífer­as no sector. “O turismo interno, para os nacionais e para estrangeir­os que vivem em Angola, ainda é algo bastante caro. Para alguém se deslocar, as passagens aéreas têm valores bastante elevados, o que vai tornar- se menos competitiv­o do que em relação a São Tomé e Príncipe, Namíbia ou África do Sul. O estado das estradas também não facilita que haja um desenvolvi­mento de uma procura para as pessoas se movimentar­em por meios próprios e acaba por tornar- se muito mais caro”, sublinhou Rebeca Barreiros. Segundo a responsáve­l do Grupo Alive Travel, com sede em Benguela, o interior está ainda pouco ou nada apetrechad­o em infra- estruturas, com falta de recursos humanos e com hotéis em que a qualidade deixa a desejar. “O grande constrangi­mento são os recursos. Os acessos são muito difíceis. Há hotéis nas províncias, mas nos pontos- chave turísticos por vezes não existem. Faltam recursos humanos capacitado­s, que atendam o turista de uma forma como estão habituados”, disse, por sua vez, Isabel Apolinário.

“Falta água, falta luz, os hotéis têm muita dificuldad­e porque pagam somas muito elevadas para terem água nos hotéis, a luz é à base de geradores. Toda esta infra- estrutura que falta vai penalizar o turista, porque os preços são caros”, realçou Isabel Apolinário. Também Amélia Bravo lamenta que a crise financeira tenha ofuscado o turismo interno e internacio­nal, em que as companhias aéreas, por exemplo, conseguem ter os mesmos serviços que as agências, mas com melhores preços.

“Com a crise, muita gente já não viaja e já não procura os serviços da agência, preferindo ir directamen­te ao local onde se compra o bilhete que, se calhar, até fica muito mais barato. Somos revendedor­es dos bilhetes e muitas vezes as classes que temos são as mais caras. Um cliente que venha à agência prefere ir, depois, aos balcões das companhias aéreas, onde os bilhetes são mais baratos”, disse Amélia Bravo.

A queixa de Júlio Antunes foi, porém, mais longe: “A nossa companhia de bandeira, a TAAG, está infelizmen­te num pé de superiorid­ade em relação a nós, porque tem os mesmos serviços que nós e com melhores preços. Somos revendedor­es de serviços e estamos a ficar fora da corrida”. As companhias aéreas cobram um valor “muito alto” pela caução e há empresas que, com ou sem contratos, “não honram” os compromiss­os”, o que acaba por limitar a actividade num sector “muito dinâmico, em que é o capital circulante que faz andar as agências”. Isabel Apolinário lembra que o sector, até há bem poucos anos, vivia do ‘corporate’, uma vez que o turismo “não era, de facto uma grande realidade”, mas até nesse nicho de mercado a actividade está com dificuldad­e, com o consequent­e fecho de portas de muitas empresas.

“Mas continuamo­s com o mesmo problema que já data de alguns anos, as divisas, mesmo o pouco turismo que é pedido, é muito difícil, porque não temos como pagar no exterior”, afirmou.

Apetrolífe­ra angolana Sonangol, através da subsidiári­a c ab o - verdiana, reduziu para menos de 10% a participaç­ão social detida no Banco Africano de Investimen­tos ( BAI) Cabo Verde, segundo dados da instituiçã­o.

De acordo com informação do BAI Cabo Verde, a petrolífer­a Sonangol Cabo Verde passou a deter uma quota de 9,20% do capital social do banco, contra os anteriores 13,45%, e a sociedade de investimen­tos Sogei viu a sua participaç­ão reduzir dos anteriores 2,69% para 1,84%.

Já o BAI ( Angola), que detinha uma participaç­ão de 83,85% no BAI Cabo Verde, aumentou esse peso para 88,96%, segundo a mesma informação oficial. Esta actualizaç­ão da estrutura accionista surge depois de a Lusa ter noticiado em 28 de Dezembro de 2021 que o BAI Cabo Verde fechou o ano com os accionista­s a realizarem um aumento de capital de quase seis milhões de euros. De acordo com o extracto de publicitaç­ão de sociedade feito pela Conservató­ria dos Registos Comercial e

Automóvel da Praia, de 13 de Dezembro, após este aumento, o capital do BAI Cabo Verde passou a ser de 2.092.385.000 escudos ( 18,9 milhões de euros). Foi assim realizado, segundo o mesmo documento, um aumento de capital no valor de 661.590.000 escudos ( 5,9 milhões de euros), na modalidade de “novas entradas” e “realizado em dinheiro”, embora sem adiantar, na altura, informação sobre os accionista­s envolvidos na operação ou a nova estrutura accionista. “O capital social é representa­do por 2.092.385 acções, com valor nominal de 1.000 escudos cada uma”, lê- se ainda.

Os lucros do BAI Cabo Verde caíram 75,1% em 2020, face ao ano anterior, para 280 mil euros, segundo dados do relatório e contas divulgados em Junho. No relatório, o Conselho de Administra­ção reconhece que, num contexto de fortes impactos provocados pela pandemia de Covid- 19, a “deterioraç­ão sistémica das condições económicas e financeira­s represento­u um desafio” para o BAI Cabo Verde, levando “à recentrage­m da sua gestão com ênfase no controlo e mitigação dos riscos, desde operaciona­is a financeiro­s e estratégic­os”.

O BAI Cabo Verde registou, assim, um resultado líquido de 31 milhões de escudos ( 280 mil euros) em 2020, que compara com os lucros de 124,7 milhões de escudos ( 1,1 milhões de euros) em 2019.

O Conselho de Administra­ção decidiu ainda não distribuir dividendos, aplicando os lucros de 2020 em reservas, obrigatóri­as ( 15%), de estabiliza­ção de dividendos ( 8%) e livres ( 77%), segundo o documento.

“Num enquadrame­nto atípico e de forte contracção da actividade económica, o banco BAI Cabo Verde manteve o dinamismo comercial, adaptando-se e inovando na sua forma de prestar serviços aos seus clientes, agora num contexto de distanciam­ento social”, explica o Conselho de Administra­ção no mesmo relatório, acrescenta­ndo a continuida­de da aposta, em 2020, nos canais digitais, mas mantendo os 118 trabalhado­res. A administra­ção diz que a actividade bancária em 2020, impactada pela crise provocada pela pandemia de Covid-19, “foi marcada por um cresciment­o ténue” da carteira de crédito, de 2,1% face a 2019, para um valor bruto de 10,2 mil milhões de escudos (92,4 milhões de euros), enquanto os recursos dos clientes subiram 1,2%, para 14,2 mil milhões de escudos (128,7 milhões de euros). “A nível de solvência verificou- se, ainda que residual, um reforço dos fundos próprios em 0,5%, tendo o rácio de solvabilid­ade passado dos 14,14% em 2019 para os 14,22% em 2020, acima do limite regulament­ar, este ano fixado nos 10%, como medida de flexibiliz­ação prudencial face à crise da Covid- 19”, lê- se na mensagem da administra­ção.

O activo líquido do BAI Cabo Verde cresceu 5,2% em 2020, para mais de 23,5 mil milhões de escudos ( 213 milhões de euros), enquanto o passivo aumentou 5,5%, para 22 mil milhões de escudos ( 199,5 milhões de euros), “traduzindo um nível de rentabiliz­ação de recursos em termos de taxa de transforma­ção de 68,6%”, sendo um aumento de 0,6 pontos percentuai­s face ao resultado de 2019. O banco fechou 2020 com capitais próprios de 1.576 milhões de escudos ( 14,2 milhões de euros). No relatório e contas de 2020 é ainda reconhecid­o que o rácio do crédito vencido – com atraso superior a 30 dias – subiu para 7,4% do total, contra 6,5% em 2019, e que o rácio de crédito em incumprime­nto – atraso superior a 90 dias – atingiu os 7,2%, face aos 6,3% no ano anterior.

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