Angola é Luanda. O resto? Bem, o resto é só paisagem
Recorde- se que AHRA lamentou em Setembro de 2019 a falência de muitas unidades hoteleiras do país, originada pela “brutal redução das taxas de ocupação”, apontando, no entanto, uma “considerável subida” nas taxas de Luanda. Como nos tempos coloniais, Angola continua a ser Luanda e o resto paisagem.
“Trouxemos também para o debate as causas que têm levado a termos maior constrangimento neste momento e que provoca uma brutal, para não dizermos dramática, baixa de taxas de ocupação e que tem estado a levar à falência muitas das nossas unidades hoteleiras”, afirmou na altura o presidente da AHRA, Ramiro Barreira. Falando em Luanda ( onde mais poderia ser?), na abertura do 1 º Congresso Nacional de Hotelaria, Ramiro Barreira disse que a situação levava a que o sector registasse “muito desemprego”, defendendo a necessidade de “crédito, principalmente, na reactivação do sector hoteleiro”.
“Pedimos também que continuemos de mãos dadas com o executivo para encontrarmos as melhores plataformas que visem, a breve trecho, pôr Angola no caminho certo do desenvolvimento e do crescimento económico”, adiantou.
Para o líder associativo, apesar do contexto difícil, os operadores do sector sentiam “alguma retoma da economia angolana” com reflexos na “melhoria considerável” das taxas de ocupação, sobretudo em Luanda, que nos últimos tempos passaram de “quase 25% para 30% e há hotéis que atingem os 60%”. Reconheceu também que o estado caótico de muitas vias rodoviárias ( quem diria, não é?) constitui um grande “handicap” para o crescimento do sector hoteleiro, situação que converge para que as taxas de ocupação nas unidades hoteleiras do país sejam baixas. “Compreendemos que há algum esforço na melhoria de algumas vias e esperamos que até ao final do ano possamos ter estradas em condições”, notou.
Segundo Ramiro Barreira, “é falsa” a questão segundo a qual a qualidade dos serviços hoteleiros do país deixa a desejar e que os preços sejam exagerados, porque os “casos isolados e já identificados”, não se podem sobrepor a qualidade que muitos hotéis, resorts e albergarias apresentam. A qualidade dos serviços hoteleiros do país, energia e águas como factores indispensáveis para o desenvolvimento da hotelaria e turismo, o financiamento ao sector, higiene e segurança alimentar foram alguns dos temas em discussão no congresso.