A PASSAGEM DE ANO QUE NÃO VIROU A PÁGINA
Enós, teríamos aproveitado a Passagem de Ano para virarmos a página ou continuamos com a postura política que caracterizou o estado das relações entre o poder e a oposição durante 2021? Sabemos todos quais são os efeitos da acção do cilindro compressor porque foi a situação que o país viveu durante todo o ano findo, com resultados muito aquém do desejado.
Então este ano devíamos fazer um esforço, em nome do interesse nacional, no sentido oposto, empreendendo o caminho do diálogo franco e construtivo independentemente das estratégias decorrentes das nossas disputas pelo poder.
Neste início do ano de eleições é útil e mesmo necessário que a classe política do nosso país envie aos angolanos mensagens que vão no sentido de distender o clima politico, mais do que um acirrar de posições na procura da “pole position” com vista ao “Grand Prix” previsto para Agosto do corrente ano.
A crítica situação económica e social vigente aconselha que tenhamos todos um único foco: PENSAR ANGOLA NAS SUAS MÚLTIPLAS DIMENSÕES com vista a encontrarmos as melhores soluções na resolução dos problemas ligados à existência material da população. Tenhamos em linha de conta que estamos a iniciar o ano “confortados” com a chamada “Reserva
Estratégica Alimentar” num valor global de 200 milhões de dollars americanos como ideiaforça para resolver o crónico problema da escassez de alimentos e a subsequente alta dos preços. Para o efeito, o país acabou de importar farinhas de milho, mandioca, trigo e massango para além de açucar, óleo alimentar, feijão, arroz, peixe seco, frango e sal iodizado. A pergunta que se impõe hoje é saber qual é a sustentabilidade desse programa para o período a seguir às eleições? O país vai continuar a importar ou a partir de Setembro voltamos ao ao “status quo ante”?
Para quando o lançamento definitivo e sustentável do tão propalado programa de diversificação da nossa economia para que possamos atingir o patamar altamente responsável da SEGURANÇA ALIMENTAR que se enquadra no âmbito da Soberania nacional, já que esta depende também e em grande medida da capacidade que os países têm de se autossuprirem em alimentos. Aproveitemos a subida do preço do petróleo para estruturarmos e consolidarmos um novo modelo económico assente no trabalho produtivo e não para o regresso à cultura da importação.