CONSTRUTORA AMEAÇA
ACo n s t r u t o r a angolana ESI - Engineering Serv ices International, segundo o Club k, ameaça desalojar os moradores bancários do Condomínio Oásis, localizado no Distrito Urbano do Kamama, sob alegação de falta de pagamento por parte do Banco de Comércio e Indústria ( BCI), a entidade contratante.
Com um total de 19 moradias, de várias tipologias: T2; T3; T4, o Condomínio Oásis, foi construído para acolher funcionários seniores do BCI, vendido ao preço de banana, cerca de 28 milhões de dólares, financiados pelo Estado, o que significa ter sido de borla, ao grupo Carrinhos, com fortes relações de amizade, ao Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço. Será que agora, os novos proprietários do banco, vão assumir este passivo ou derixarão os trabalhadores a sua sorte neste diferendo? A entrega das casas ocorreu em 2008 e, passados estes anos, só agora, os moradores foram confrontados com a existência de um litígio entre o BCI e a construtora que reclama por um pagamento de uma dívida orçada em 9 milhões de dólares.
Os trabalhadores/ moradores tomaram igualmente conhecimento por parte do Tribunal Cível e Administrativo que os imóveis nunca integraram a esfera jurídica definitiva do BCI, por este não ter liquidado o montante do contrato, quanto aos mesmos, o que se realizaria, com o cumprimento integral. Assim não sendo, a área do condomínio e todas as benfeitorias, incluindo os imóveis, são pertença do investidor/ construtor: ESI - Engineering Services International, que detém o direito de superfície. A empresa exige do BCI, o pagamento da dívida caso contrário, irá intentar uma providência cautelar, junto do tribunal, visando a restituição de posse e, com isso, desalojar os funcionários do banco a quem foram atribuídas as casas, no sistema de descontos bancários.
As redes sociais foram tomadas por um imenso alvoroço depois que vazou para o espaço público um comunicado interno da secção dos Recursos Humanos da Clínica Sagrada Esperança do Soyo através da qual proibia “expressamente” todos os funcionários de falar línguas nacionais dentro da instituição”. De acordo com a CSE Medis Soyo diz que doravante o funcionário que falar qualquer língua nacional – não se sabe se só nos corredores ou se mesmo até nos arredores – incorrerá em “procedimentos disciplinares”. No comunicado, a CSE diz que o emprego de línguas nacionais só é permitido em circunstâncias em que o paciente tenha dificuldades de falar a língua portuguesa.
Um dia após o comunicado que atropela violentamente o direito do cidadão de se exprimir em qualquer língua nacional, a direcção geral da clínica, uma unidade do Grupo Endiama, demarcouse completamente da decisão da sua área dos Recursos Humanos. Em comunicado, a Clínica Sagrada Esperança do Soyo diz que o comunicado interno da secção dos Recursos Humanos “lesa os princípios constitucionais” e que “não é seu apanágio violar a carta magna”. Em consequência pediu desculpas à população e prometeu disciplinares autores da decisão.
“Diante referido incidente que consideramos grave, penitenciamo- nos e esperamos um perdão de quem sempre procura os nossos cuidados de saúde”. A população de Soyo exprime- se maioritariamente em língua nacional kikongo. Se proibidos de falar a sua do medidas contra os inusitada língua materna, a maior parte dos funcionários locais da Clínica Sagrada Esperança do Soyo por certo que não saberia comunicar- se nem entre si e nem com os pacientes. Quando confrontado com a proibição do uso do kikongo na Clínica Sagrada Esperança do Soyo, Matadi Daniel ( na foto), o mais conhecido nefrologista do país, ameaçou levar a instituição a tribunal. Nascido e crescido em Luanda, o nefrologista é bacongo de “fabrico” e nunca se “desvinculou” das suas origens. Na mesma semana em que a direcção geral da
Clínica Sagrada Esperança do Soyo se penitenciou junto da população local por uma “brincadeira sem graça”, o Comando Provincial da Polícia do
Cuanza Norte se ufanava de haver contido à bala uma manifestação de trabalhadores angolanos da hidroeléctrica Caculo Cabaça por melhores salários.
Em comunicado do dia 26 de Maio, o Departamento de Comunicação Institucional e Imprensa do CPP do Cuanza Norte assegurou que “foi reposta a ordem no local”. A reposição da ordem na barragem de Caculo
Cabaça custou a vida a dois trabalhadores angolanos e ferimentos a outros oito. Insatisfeito com o saldo da reposição da “ordem”, a Polícia promete abrir “um inquérito com a envolvência dos órgãos de investigação, para averiguação dos factos e consequente responsabilização criminal dos implicados”. Está óbvio que a “responsabilização criminal” recairá sobre os mortos, feridos bem como a todos os trabalhadores angolanos “insatisfeitos”, que ousaram reclamar dos empregadores chineses o cumprimentos dos pontos do seu caderno reivindicativo. Quase sem excepção, todas as empresas chinesas que trabalham em Angola são acusadas de maltratar os seus empregados angolanos. As próprias televisões públicas já denunciaram inúmeros casos de escravatura praticados por chineses em Angola. Não obstante o comportamento ge ra lmen te discriminatório dos empregadores chineses em Angola, a Polícia do Cuanza Norte alega que investiu mortalmente contra dois angolanos para proteger “a integridade física dos cidadãos chineses”.
Como é usual nos seus comunicados, também desta vez a Polícia não se penetencia perante as vítimas dos seus excessos, os angolanos na sua generalidade. O comunicado da direcção geral da CSE do Soyo mostra o que todos sabemos: gente fina é outra coisa.
os primeiros anos do seu consulado presidencial, José Eduardo dos Santos teve a sua saúde aos cuidados de um médico cirurgião angolano, Fernando Octávio, formado na Suíça e que integrou a equipa médica do falecido Presidente António Agostinho Neto, de quem era ligado desde o tempo do exílio. Com a saída de Fernando Octávio, o responsável pela equipa médica de JES, passou a ser um médico cubano Ricardo Octávio Mazón “Dr Masson”, que seria mais tarde substituído por um “adjunto” Yamba Garcia, um cirurgião, nascido no Uíge. Inicialmente Eduardo dos Santos fazia a sua revisão médica na cidade de Nice, França e depois mudou- se para o Rio de Janeiro, Hospital Bom Samaritano. Em 2006, transpiraram para fora, informações delicadas acerca de preparativos de uma tomografia em que JES reagiu mal ao contraste de iodo, no Brasil, tendo desmaiado.
Conta- se que os médicos brasileiros tiveram dificuldades de o reanimar. Por coincidência um angolano João Afonso, que estava a fazer uma especialidade em cuidados intensivos neste mesmo hospital, terá feito parte como interno de especialidade da equipa e ajudou a reanimar o Presidente. JES ficou- lhe grato mas nunca mais recorreu aos brasileiros para revisão médica. Virou- se para a clínica “Teknon Medical Center”, em Barcelona.
Logo a seguir, A Presidência da República, requisitou ao Hospital Militar de Luanda, um médico intensistiva para chefiar a equipa médica do antigo PR. A direcção do Hospital enviou dois nomes, para substituição de Yamba Garcia: José Afonso e João Afonso. A escolha estava determinada e recaiu sobre o médico militar formado na Bielorrússia. O mesmo que havia ajudado a salvar JES no Brasil: João Abraão da Conceição Afonso. JES nunca mais ficou distante deste médico. Em 2014, promoveu- o a brigadeiro e, dois meses antes de deixar o poder, o então Presidente, nomeou- o administrador não executivo da Clínica Multiperfil, cargo que ocupou apenas por dois anos depois de exonerado por João Lourenço. Nos últimos três anos, o brigadeiro João Afonso, transferiu- se para Barcelona acompanhando de perto o estado de saúde do homem que ajudou a reanimar do desmaio de há 16 anos, no Brasil.