Folha 8

JEAN CLAUDE NZITA, PORTA- VOZ DE UMA DAS VÁRIAS FLEC- FAC

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Em comunicado divulgado dia 24.05, Jean Claude Nzita, porta- voz de uma das várias FLECFAC, manifesta um claro apoio ao MPLA no caso de Cabinda. Em período eleitoral, o ataque ao líder da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, revela que esta FLEC está mais interessad­a na lagosta do exílio dourado do que no pirão de quem sobrevive na colónia do MPLA. “A direcção política da FLEC- FAC lamenta o posicionam­ento irrealista do líder político angolano Adalberto da Costa Júnior quando no seu anúncio disse que poderia conceder uma autonomia a Cabinda”, afirma Jean Claude Nzita. Ou seja, para quem tem três boas refeições por dia é mais importante acusar quem se propõe fornecer pão todos os dias do que enfrentar os que querem, desde 1975, que os cabindas aprendam a viver sem comer. “Presentean­do Cabinda com uma ilusória autonomia Adalberto da Costa Júnior reforça o seu lugar ao lado de outros políticos angolanos que controlam ditatorial­mente o país desde 1975 e que consideram Cabinda como uma inegociáve­l colónia angolana”, afirma Jean Claude Nzita. Ou seja, entre ser uma região autónoma ou uma colónia, esta FLEC- FAC prefere que Cabinda continue a ser uma colónia. É uma opção que, se vista com mais atenção, mostra que a própria sobrevivên­cia desta FLEC- FAC depende de Cabinda continuar a ser uma colónia.

Diz Jean Claude Nzita, quase parecendo subscritor de um comunicado escrito pelo Departamen­to de

Informação e Propaganda do MPLA, que “os cabindas não mendigam por um estatuto político a ser demagogica­mente presentead­o como uma esmola de políticos angolanos numa busca desesperad­a de votos num território que recusa a ocupação por Angola”. “Os cabindas exigem o direito de decidirem sobre o futuro político de Cabinda e o seu direito à autodeterm­inação através de um referendo que contemple a Independên­cia. A direcção- política FLEC- FAC compromete- se a respeitar escrupulos­amente o resultado do referendo e exige aos políticos angolanos que tenham a coragem de dar um passo para um referendo em Cabinda e deste modo obterem o que realmente anseiam os Cabindas”, afirma o porta- voz Jean Claude Nzita.

Em que é que o estatuto de autonomia é impeditivo de a situação evoluir para a independên­cia, através de um referendo? Quem garante a esta FLEC que o referendo seria inequívoco a favor da independên­cia? Nesse eventual referendo, certamente teriam de constar pelo menos três perguntas: Independên­cia? Autonomia? Ou província de Angola?

Ou será que Jean Claude Nzita e a sua FLEC- FAC sabem o resultado ( tal como o MPLA sabe em relações às próximas eleições de… Agosto) do referendo mesmo antes de ele se realizar? É uma pena que estes supostos dirigentes cabindas se esqueçam que o peixe morre pala boca e os homens morrem pela língua…

Jean Claude Nzita diz ainda que “os cabindas não querem ser instrument­alizados pelos partidos angolanos e seus líderes que em período eleitoral disparam promessas vãs já repetidas no passado e nunca cumpridas. Por este motivo, e devido ao desprezo crónico de Angola por Cabinda, os cabindas não devem votar em eleições angolanas que apenas servem para legitimar a repressão e colonizaçã­o de Cabinda por Angola”.

É uma opção. Se não votarem estão a votar no MPLA e até mesmo a autonomia sugerida pela UNITA continuará a ser uma miragem. E continuand­o tudo na mesma, permitindo que ( entre as lagostas ao jantar) os dirigentes da FLEC continuem a sua faustosa “luta” pela independên­cia… deles. “A direcção- política FLECFAC pergunta a Adalberto da Costa Júnior, assim como a qualquer político do MPLA ou de outro partido angolano, porque é que nunca reagem nem se manifestam quando ocorrem prisões arbitrária­s em Cabinda, quando as FAA executam friamente refugiados cabindeses nos Congos, quando são proibidas e reprimidas reuniões ou manifestaç­ões pela paz em Cabinda?”, pergunta Jean Claude Nzita, mentindo e tapando o Sol com uma peneira. O comunicado prossegue e afirma que “a direcção política da FLEC- FAC apela à população de Cabinda a permanecer vigilante contra a demagogia, falsas promessas, corrupção e instrument­alização dos partidos políticos angolanos que apenas pretendem recolher votos para prolongar a agonia do povo de Cabinda”, e termina dizendo que “votar nas eleições angolanas é contribuir no genocídio da identidade de Cabinda, amordaçar a nossa liberdade, insultar os nossos antepassad­os, hipotecar a nossa história e vender o nosso direito à autodeterm­inação”.

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