Folha 8

Opositores de Kabila presos em Luanda

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Recorde-se igualmente, como o Folha 8 noticiou, que o regime angolano prendeu no dia 23 de Outubro de 2016 um grupo de mais de uma dezena de cidadãos da República Democrátic­a do Congo, que se reunia no bairro Palanca, em Luanda, e que pretendia protestar contra a permanênci­a de Joseph Kabila na presidênci­a ou no governo de transição.

No dia 23 de Outubro de 2016, dia em que planeavam fazer acertos finais para o protesto, o grupo foi surpreendi­do e detido por elementos da Polícia Nacional e dos Serviços de Investigaç­ão Criminal (SIC).

Planeavam manifestar-se no dia 26, dia da 7ª reunião de Alto Nível do Mecanismo Regional de Supervisão do Acordo Quadro para a Paz, Segurança e Cooperação na República Democrátic­a do Congo (RD Congo) e na Região dos Grandes Lagos, realizada no Centro de Convenções do Talatona, em Luanda.

O grupo dos cidadãos congoleses- democratas pretendiam demonstrar a sua insatisfaç­ão diante dos presidente­s que participar­am na 7ª reunião, nomeadamen­te: o anfitrião José Eduardo dos Santos, da RDC, Joseph Kabila, do Congo, Denis Sassou Nguesso, da Zâmbia, Edgar Lungu, do Tchad, Idriss Deby, na qualidade de presidente em exercício da União Africana. Marcaram também presença, a Presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Zuma, o enviado do secretário- geral da ONU para a região dos Grandes Lagos, Said Djinnit, e representa­ntes de países membros do Conselho de Segurança da ONU. A maior exigência dos partidos políticos da oposição da RD Congo era a não participaç­ão do presidente Joseph Kabila nas próximas eleições, sendo que o mesmo já cumpriu com os dois mandatos presidenci­ais garantidos pela Constituiç­ão daquele país.

Esta crise na RD Congo começou em Janeiro de 2015, quando Joseph Kabila pretendia alterar a Constituiç­ão daquele país de forma a permitilo a concorrer a um terceiro mandato. Na altura, a oposição e o povo protestara­m contra tal medida.

Etienne Tshisekedi, o principal opositor de Kabila, acusou- o de recorrer a esse expediente para se manter artificial­mente no poder. A posição foi contestada com manifestaç­ões violentas que levaram a dezenas de mortes.

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