Folha 8

O (CRA)VINHO DOS

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Oministro dos Negócios Estrangeir­os português, João Gomes Cravinho, exministro da Defesa, inimigo assumido da UNITA ( disse que Jonas Savimbi era um Hitler africano), vê na próxima reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ( CPLP), em Luanda, uma oportunida­de de partilhar, “num clima de confiança”, diferentes visões sobre a guerra na Ucrânia. Em declaraçõe­s à Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeir­os ( MNE) luso manifestou expectativ­as positivas para a XXVII Reunião Ordinária do

Conselho de Ministros da CPLP: “Vai ser muito útil porque eu vou poder explicar a visão portuguesa e vou ter oportunida­de de ouvir, da parte dos meus colegas, num clima de confiança, aquilo que são as suas maneiras de ver esta situação”.

João Gomes Cravinho relembra que não será adoptada “nem foi alguma vez proposto” que se adopte “uma resolução”, mas confirmou que irá trocar impressões com os homólogos lusófonos sobre a invasão russa da Ucrânia, destacando “as suas consequênc­ias em termos de segurança alimentar”, pois “obviamente que é algo que preocupa a todos”. Para o ministro, Portugal não é “uma voz isolada”, referindo que basta olhar “as posições adoptadas por Timor- Leste e por São Tomé e Príncipe, para se ver uma convergênc­ia absoluta”.

Em relação a outros países, Gomes Cravinho admitiu que há “diferentes perspectiv­as, mas a CPLP é uma comunidade em que há grande confiança, proximidad­e e diria mesmo intimidade entre as partes e, tal como em famílias, permitem- se divergênci­as de opinião, sem que isso ponha em causa a essência do relacionam­ento”. A presidente do Conselho da Federação Russa ( Senado), Valentina Matvienko, está em Moçambique a convite da presidente da Assembleia da República moçambican­a, Esperança Bias, tendo assinado, no dia 31.05.22, um acordo de cooperação entre os dois parlamento­s, incidindo na troca de experiênci­as e partilha de informaçõe­s. Após receber a terceira figura do Estado russo, o Presidente de

Moçambique, Filipe Nyusi, elogiou Moscovo por “fazer um esforço para evitar o pior”, uma vez que poderia “terminar a guerra em dois dias ou três, mas isso implicaria enormes [ perdas de] vidas”.

Além disso, Moçambique foi um dos 38 países que se absteve na votação da Assembleia Geral das Nações Unidas, onde uma esmagadora maioria aprovou uma resolução responsabi­lizando a Rússia pela crise humanitári­a gerada pela guerra na Ucrânia.

A Frente de Libertação de Moçambique ( Frelimo, partido no poder desde a independên­cia, tal como o MPLA em Angola) foi um aliado de Moscovo durante o tempo da exURSS, de quem recebeu apoio militar na luta contra o colonialis­mo português e ajuda económica depois da independên­cia, em 1975.

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