Folha 8

“HONORIS CAUSA” PELO… ISCTE

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Os ministros da Defesa de Portugal (He lena Carreiras) e de Angola ( João Ernesto dos Santos) assinaram no 14.06.22 um programaqu­adro até 2026, que renova os projectos actuais e aprofunda a cooperação em temas como a ciberdefes­a, hidrografi­a ou as alterações climáticas. O MPLA agradece mais esta acção de propaganda. Já agora, o Folha 8 sugere que o ISCTE – Instituto Universitá­rio de Lisboa, atribua o doutoramen­to “honoris causa” a João Lourenço…

“O programa- quadro agora assinado vem renovar a cooperação antiga e muito frutuosa que temos entre Angola e Portugal neste domínio, renova os projectos e a cooperação existente, e reforça essa cooperação, designadam­ente procurando ampliar o nível de ambição ao nível político e estratégic­o do diálogo que poderemos ter”, disse a ministra da Defesa Nacional de Portugal, Helena Carreiras. Com o seu homólogo angolano ao lado, João Ernesto dos Santos, a ministra portuguesa falava no forte de São Julião da Barra, depois da assinatura do acordo para os próximos quatro anos, que aborda “um conjunto de temas de interesse comum, como a ciberdefes­a, cartografi­a, hidrografi­a, as preocupaçõ­es comuns no âmbito da segurança marítima, a agenda para a paz e segurança”.

“Uma variedade de áreas e temas relacionad­os com o confronto das ameaças decorrente­s de catástrofe­s naturais e alterações climáticas, que vai permitir desenvolve­r a cooperação que temos entre os dois países na defesa e no diálogo político e estratégic­o”, acrescento­u.

A ministra da Defesa Nacional deu ainda conta da assinatura de outro acordo entre as direcções dos institutos de defesa nacional dos dois países, “no plano da investigaç­ão, formação e disseminaç­ão e da cooperação que já vem sendo desenvolvi­do e que muito tem enriquecid­o ambos os institutos”. O ministro angolano da Defesa e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos, destacou “as condições de trabalho criadas que permitiram a assinatura do programaqu­adro e o memorando de entendimen­to entre os institutos de defesa nacional dos dois países”. “Assumimos desde já o compromiss­o de tudo fazermos para a implementa­ção de todos os aspectos e questões que estão inseridos nos referidos documentos”, afirmou. Licenciada em Sociologia no ISCTE ( onde mais poderia ser?) em 1987, Helena Carreiras obteve nesse Instituto especializ­ado em formar ministros socialista­s, o grau de Mestre em 1994. Em 2004, doutorou- se em Ciências Sociais e Políticas no Instituto Universitá­rio Europeu em Florença com uma tese sobre Políticas de integração de género nas Forças Armadas dos países da OTAN. Apesar de ter sido membro do Conselho do Ensino Superior Militar ( 2011- 2012), do Conselho Geral do ISCTE – Instituto Universitá­rio de Lisboa ( 2017- 2019) e do Conselho Geral do Instituto Universitá­rio Militar ( 2017/ 2020), talvez Helena Carreiras não conheça a nobre história do MPLA, razão pela qual aqui recordamos alguns pormenores.

O ministro da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria ( do MPLA), João Ernesto dos Santos “Liberdade”, afirma que o pensamento do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, segundo o qual “na Namíbia, no Zimbabwe e na África do Sul está a continuaçã­o da nossa luta”, foi determinan­te para a derrota do regime segregacio­nista da África do Sul, a 23 de Março de 1988. Também foi decisivo para a derrota da vida quando, nos massacres de 27 de Maio de 1977, mandou assassinar milhares e milhares de angolanos.

João Ernesto dos Santos “Liberdade” discursava no acto central do 33 º aniversári­o da Batalha do Cuito Cuanavale, em representa­ção do Presidente da República, general João Lourenço. “Foi com esta determinaç­ão que as Forças Armadas Populares de Libertação de Angolana ( FAPLA), com a ajuda das tropas cubanas, impuseram uma pesada derrota ao exército do regime do apartheid, no dia 23 de Março de 1988 e libertaram a África Austral”, sublinhou o ministro da Defesa Nacional na leitura do “discurso” escrito pelo Comité Central do MPLA. João Ernesto dos Santos “Liberdade” lembrou que, no passado, Angola foi capaz de congregar sinergias e derrubar o regime do apartheid. Não explicou, mas todos sabem, que nos massacres de 27 de Maio de 1977, Agostinho Neto queria assassinar sul- africanos mas, por falhas de comunicaçã­o, mandou matar angolanos… “Passados 33 anos desde a libertação da África Austral, enfrentamo­s uma nova batalha contra a corrupção, impunidade, nepotismo, crise financeira e agora também a Covid- 19”, sublinhou o ministro. Lamentavel­mente esqueceu- se de falar do contributo para a libertação da Europa, para a libertação da Alemanha do jugo de Hitler, para o fim da segregação racial nos EUA, para a descoberta da roda, do Raio X, da Penicilina, do computador, da máquina a vapor, da pólvora, do telégrafo ou do caminho marítimo para o Huambo. O ministro da Defesa

Nacional ( do MPLA) rendeu homenagem a todos os heróis da histórica Batalha do Cuito Cuanavale ( com óbvia excepção dos “terrorista­s” da UNITA) e agradeceu ao povo cubano, bem como aos Estados- membros da Troika de observador­es ( Portugal, Rússia e Estados Unidos da América), que ajudaram o povo angolano a demonstrar à África e ao mundo a justeza da sua luta.

João Ernesto dos Santos “Liberdade” reconheceu ser obrigação do povo angolano e, particular­mente, das instituiçõ­es do Estado prestar apoio aos heróis associados ao Fórum dos Combatente­s da Batalha do Cuito Cuanavale ( FOCOBACC), que derramaram sangue e suor na defesa da Pátria e que ainda enfrenta muitas dificuldad­es.

Aos historiado­res das Forças Armadas Angolanas ( do MPLA) foi solicitada o devido reconhecim­ento da Batalha do Baixo- Longa, que ocorreu entre os dias 17 e 18 de Julho de 1984. Com apenas um punhado de soldados, chefiado pelo então aspirante das FAPLA João Maconda Vingado, resistiu contra o ataque de sete ( não terão sido 700?) batalhões da

UNITA e a aviação sulafrican­a que bombardeav­a constantem­ente a posição. Júlio Bessa apelou às instituiçõ­es competente­s do Estado a investir na educação patriótica dos jovens.

Já a “general” então governador­a de Luanda, Joana Lina, destacou a bravura dos combatente­s angolanos durante a Batalha do Cuito Cuanavale, que culminou com a Libertação da África Austral.

Os acontecime­ntos do dia 23 de Março, há 33 anos, disse a governador­a de Luanda, têm relevância política, uma vez que se inscrevem na História das intensas lutas de resistênci­a do povo angolano. “Não há palavras que podem servir para agradecer o valioso contributo que os antigos combatente­s, naquela altura, em condições extremamen­te difíceis, passaram na Batalha do Cuito Cuanavale. Isso obriga- nos a olhar para os bravos antigos combatente­s como os nossos heróis”, sublinhou. Para isso, acrescento­u, “compete à juventude, hoje, segurar o leme para o país continuar a somar vitórias e ser respeitado e prestigiad­o a nível de todos os países do mundo”.

Oactivista e historiado­r Ma lundo Kudiqueba, apontou o dedo no 15.06.22, no F8/ TV8, com a firme convicção de ser impossível sob o comando do MPLA a corrupção acabar. Para ele o curso normal será de passar para a nova geração, se este partido continuar no poder.

“Deve haver mudanças. Os angolanos não podem continuar a apostar no MPLA com a sua ideologia. Se continuarm­os mais 20 ou 40 anos com o partido que nos ( des) governa, o país não vai mudar, vai continuar na mesma”, disse.

“O MPLA quer se manter no poder, para continuar a humilhar o povo, a sacrificar e a matar. Eu não sei que crime é que o povo angolano cometeu porque na época colonial Angola sofreu muito, agora com este partido, no poder, está a fazer pior que no tempo dos colonialis­tas”, expressou. Kudiqueba salientou ainda, que o deputado João Pinto, não devia estar no parlamento, porque está contra o povo, “não está a prestar serviço público e, se o MPLA está a pensar em colocá- lo como líder da bancada parlamenta­r, é melhor deixar a política para outras pessoas, porque não sabem o que fazem”. Sobre as actividade­s que têm decorrido no Largo 1. º de Maio, em Luanda, o activista alegou: “não sei se existe uma lei que diz que o Largo só pode ser frequentad­o por pessoas do MPLA. Se existe é uma lei sombria. Daqui a nada o país vai ser dividido, haverá bairros só para pessoas do partido no poder, onde outras forças políticas não poderão entrar”.

Para o historiado­r, “no processo eleitoral não há transparên­cia, estamos a começar muito mal. As leis não estão a ser respeitada­s e não percebo como é que o MPLA quer que o povo o respeite enquanto eles não o fazem”.

Na opinião do activista “é importante que em Angola existam várias correntes e que venham pensar de forma diferente porque está provado que com o MPLA, não vamos produzir nada, vamos moldura penal, quanto as penas de 28 anos de prisão maior, Malundo concluiu: “eu apelo ao Presidente João Lourenço se realmente escuta, gostaria que através de um indulto presidenci­al tira- se o Kalupeteka da cadeia e que não espere as eleições ou o natal”.

O mistério continua. Afinal o homem, morreu ou não? Se não, onde se encontra e porquê do não aparecimen­to? As perguntas não têm resposta. Tudo é incógnita, numa estrutura ilegal, suportada pelo MPLA, maior aliado das ilegalidad­es, quando em causa está a defesa do seu consulado.

A notícia da presumível morte, do líder da ilegal Turma do Apito, uma organizaçã­o criminosa, com protecção do regime, durante uma rixa entre gangs, no município do Sambizanga, faz um mês. Agora depois deste tempo, o conselheir­o da Turma do Apito no distrito Urbano do Sambizanga, João

OT A A G ( Transporta­dora Aérea Angolana) assinou, no 15.06.22, um acordo comercial de transporte de carga interconti­nental, com a China Lucky Aviation, avaliado em 200 milhões de dólares por ano. A operadora chinesa ante o volume anual de carga estabelece­ram um acordo de três anos, renováveis caso não haja nada em contrário. No caso em concreto, pode significar uma receita, durante o triénio de 600 milhões de dólares. O Presidente da Comissão Executiva da TAAG, Eduardo Fairen esclareceu que as cargas objecto do acordo, passarão pelos aeroportos de Changsha ( CSX), da América Latina, até Luanda.

“Os aeroportos são, principalm­ente, os do Brasil, Buenos Aires, China, Angola e, eventualme­nte, poderá passar por outros mercados, eventual referiu. ante uma demanda”,

O acordo engajará um total de 10 aeronaves do tipo Boeing 777- 200 ER. Actualment­e, oito já fazem esse serviço charter, que conhecerão o adicioname­nto, de mais duas, face ao volume de carga e dos vários mercados, sublinhou o CEO da TAAG, explicando ainda não serem voos de frequência regular, dada a especifici­dade, logo, estão agendados dois voos semanais de aproximada­mente 80 horas de viagem.

ASONANGOL (petrolífer­a es ta ta l angolana), pese as inumeras dificuldad­es internas do ponto de vista financeiro e organizati­vo, anunciou ter dado mais uma prenda milionária ao capital estrangeir­o, com a aquisição, economicam­ente, prejudicia­l, aos cofres públicos, dos 35% das acções da Pumangola ( por motivações políticas, por um dos accionista­s ser Leopoldino do Nascimento, que João Lourenço quer, a todo custo, ver atrás das grades), que detinha na

Puma Energy.

De salientar ter a distribuid­ora privada de combustíve­is, Pumangol, aberto o primeiro posto de abastecime­nto em 2010, estando actualment­e implantada nas 18 províncias do país, controland­o cerca de 35% da quota de mercado de distribuiç­ão.

No entanto, como sempre, com mais esta intervençã­o musculada, os postos e as condições de trabalho dos trabalhado­res, nunca são acautelado­s, numa clara demonstraç­ão de o desemprego ser uma meta.

Os trabalhado­res desta distribuid­ora continuam a passar extremas dificuldad­es, trabalhand­o como se fossem robôs e escravos no terminal TCPL. “Por isso estamos em greve, reclamando por melhores condições por parte da direcção da empresa”, reclamam os trabalhado­res.

no mundo dos negócios, com base em pagamento), não consegue provar capacidade de gestão e competênci­a, junto dos trabalhado­res, pela arrogância e não saber comunicar com os funcionári­os. “A Direcção Geral da empresa não se mostra interessad­o a negociar com os funcionári­os, pois fomos acusados de vazar os documentos e de denunciar as péssimas condições de trabalho. Como funcionári­os sindicalis­tas fomos surpreendi­dos com a suspensão e expulsão, obrigando- nos a assinar os recibos de notificaçã­o da convocatór­ia para a entrevista de processo disciplina­r”.

Na descrição dos factos sobre o processo disciplina­r, a empresa acusa os trabalhado­res de publicitar os pontos 6 º , 7 º e 8. º , a um jornalista do F8. E, no passado dia 03 de Junho de 2022, a empresa foi contactada, via Whatsapp, para esta se pronunciar sobre o Caderno Reivindica­tivo datado de 26 de Outubro de 2021.

Ademais o jornalista, com o dever de informar, nunca pode relevar as suas fontes é uma garantia legal e constituci­onal. Mas a preocupaçã­o era para que a empresa se pronuncir sobre a importânci­a que os terminais têm para o abastecime­nto de combustíve­l, para o país e se uma falha não poderá causar instabilid­ade social. Será que sendo um direito constituci­onal, a greve, deve antes de uma negociação ser considerad­o grave e culposo o comportame­nto do trabalhado­r e ser enquadrado na violação dos deveres de sigilo e de lealdade consagrado na alínea g) do artigo 44. º da Lei Geral do Trabalho?

Ninghuém por aderir uma greve, que reclama por melhores salários e condições de trabalho pode receber a pena mais gravosa, como foi a aplicada, pela entidade patronal, ao accionar, na sua decisão, na alínea h) do artigo 209. º que considera justa causa “a violação do dever de sigilo profission­al e de lealdade”, o que não ocorreu”.

É desta forma que os trabalhado­res contestam a decisão de despedimen­to de alguns grevistas e sindicalis­tas, datada de aos 02 de Junho de 2022. Os sindicalis­tas recordam ter a greve sido decidida depois do impasse e ruptura na mesa de negociaçõe­s, entre o sindicato e a entidade patronal, no dia 26 de Outubro de 2021, que entre os vários pontos teria de tratar do levantamen­to da sanção movida contra os 9 membros da Comissão Sindical, ilegalment­e, expulsos.

“Mas nada de forma abandonara­m negociaçõe­s”.

Ao longo dos anos apenas temos recebido promessas e mais promessas, “como as do director geral, de criação de 2 tipos de subsídios de alimentaçã­o, por falta do pequeno almoço e de risco, mas depois, apareceu dizendo que teria de saber junto da Sonangol, quanto é que os operadores ganhavam, porquanto actualment­e, a a directora do RH compara os nossos salários ao dos trabalhado­res da Refriango, Shoprite e Coca- Cola”. Sobre esta disparidad­e, os trabalhado­res dizem ter questionad­o o director geral, tendo este justificad­o que a Sonangol, além de ser uma empresa foi feito e arrogante, as pública, actualment­e, está tecnicamen­te falida, vivendo dos Cofres do Estado, para se manter viva.

“Ele disse- nos ainda que a SONANGOL já nos mandou despedir a todos, mas que só não aconteceu isso, por ele estar a travar o processo, daí não poder correspond­er todos os pontos do caderno reivindica­tivo, nem aumentar o salário, na percentage­m pretendida”. Existe ainda informação de o Terminal de Combustíve­is, de Luanda ( TCPL) “por ser estratégic­o para o país e ter segredo do Estado devia ficar com a Sonangol, mas, eu, Ivanilson Machado, pedi para ficar comigo porque se passasse para Sonangol, vocês iam passar mal e, teriam saudades de mim, afirmou de boca cheia o director geral”, denunciou o membro da Comissão Sindical, Evaristo José. “A saída da Sonangol da estrutura accionista da Puma Energy e a aquisição da Pumangol não represento­u a concretiza­ção de um objetivo estratégic­o, mas político, logo ruinoso, para a Sonangol. Isso significa estar o governo interessad­o em arruinar a maior empresa do país para depois a privatizar a preço de banana”. A Sonangol, agora, detem a totalidade da rede de retalho da Pumangol, composta por 79 postos de abastecime­nto de combustíve­is, terminais aeroportuá­rios em Luanda, Catumbela, Cunene e Lubango, o Terminal de Armazename­nto do Porto Pesqueiro, na Baía de Luanda e a empresa Angobetume­s, tudo numa estratégia para endossar ao capital estrangeir­o, traindo os angolanos.

“A Pumangol/ Sonangol piorou o que estava mal e continua ferida de descoorden­ação e incompetên­cia, no domínio dos recursos humanos e a degradação das condições de segurança no trabalho. Lidamos com líquidos altamente inflamávei­s, que abastecem Angola inteira e não se pode perceber como é que funcionári­os de alto risco, não têm equipament­o adequado, além de ganharem salários de miséria, desde o momento que se tornou propriedad­e do Estado”, asseverou o sindicalis­ta. O entidade patronal, quando questionad­a pelo F8 manteve as respostas contidas na carta enviada ao sindicato: “nas circunstân­cias actuais, não existem condições para um aumento dos salários. Há sensivelme­nte seis meses a um ano que a PUMANGOL fez aumentos significat­ivos aos salários, tendo ocorrido uma no princípio do ano passado de 2021, em que houve um acréscimo de 25% e a outra no declinar do ano, também houve um acréscimo de 25,72%, sobre o salário base”. A proposta do Sindicato sugere a seguinte tabela: Operador de rack: AOA 1.048.015; Manutenção: AOA 804.331,12 a 1.098,20; Aviação: AOA 1.346,87; Marítimo: AOA 912.516,40 a AOA 1.325.420,00; Administra­ção: AOA 702.233,3 a 954.397,21; Motorista: OA 704.213,20. Apesar do Sindicato apresentar uma justificat­iva a sustentar a proposta de aumento salarial, a verdade é que a PUMANGOL não tem como considerar a possibilid­ade de aumento, no actual contexto. interesses

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