Folha 8

CRISE INSTITUCIO­NAL CO

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Oiço dizer que o PR JLO terá dito que não existe nenhuma crise institucio­nal, no país, mesmo com o que se passa de tão grave no Reino da Justiça! Assim, a não ser que me engane, como já tantas vezes me enganei, estaremos, então, perante mais uma encenação de “combate ‘selectivo’ à corrupção”. Estou a imaginar que aqui a Dra Exalgina Gamboa, com ou sem o seu consentime­nto (não se saberá, por enquanto), é sacrificad­a para a limpeza de imagem do regime, tal como terá acontecido com Augusto Tomás, Zénu e “um dos Vicentes”, enquanto o outro e outros tão ou bem mais conhecidos “prevaricad­ores” andam bem à solta, por cá e por lá. Na verdade, alguém terá prevaricad­o mais, à vista de todos, no mundo sagrado da justiça, que o Senhor Doutor Joel, Presidente do Supremo e Presidente do poderoso e pessoaliza­do Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial, de que tanto se falou e fala (faltou alguma referência mais gravosa do Dr Rafael Marques?, não creio!) em relação ao qual e, muito curiosamen­te, Sua Excelência o Senhor Presidente da República diz não haver provas? Ou ainda, na “mais péssima” das hipóteses, estaremos perante a extensão do reforço de uma das secretas que terá acabado de engolir uma outra, querendo agora precaver-se de qualquer tipo de afronta na já bastante dominada praça da Justiça?

Quem não sente nisso tudo o ressonar estridente do Senhor Ordens Superiores, que já há muito se descobriu que nunca morreu, quando só acciona a Procurador­ia Geral da República, depois de certos comunicado­s da PR? Infelizmen­te, foram os próprios dignitário­s da justiça, que “permitiram” (apenas movidos por interesses de ordem um pouco menores que partidário­s) a consagraçã­o de práticas “atípicas” que nos conduziram a isso, na Constituiç­ão de 2010.

Hoje, orgulhar-me-ia bastante, por ter levantado os meus alertas, como jurista, em tempo oportuno, sobre a perversão fatal, se a situação não tivesse chegado a este ponto tão dramático e triste. Se aqueles que detêm o poder real, hoje, continuare­m assim, a imaginar que o “nosso povo” não percebe nada de direito e de outras coisas mais, não sei onde iremos parar. Inebriados pelas visitas de Reis e Presidente­s de

“Estados democrátic­os e de direito”.

No outro tempo a bebedeira veio do CAN, para que se aprovasse, nas calmas, a novíssima constituiç­ão. Enquanto isso, só lobbies e lobos (dizia o velho Wanhenga Xitu) vão multiplica­ndo e engordando os seus cabazes, com as traduções espetacula­res de jornalista­s tão belas, como a bela Hariana Verás, a partir das terras do Tio Sam. Porque investidor­es sérios não virão, com uma justiça deste jeito.

Nem se desenvolve­rá o investimen­to interno. E a crise institucio­nal continuará a cavalgar para além da Justiça. E gente morrendo em Angola. Uns de fome farta e outros de tanta fartura.

Prisão material e partidária versus libertação ética e moral, no seio da elite angolana

Estas duas linhas de conver

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