Folha 8

ALTA CORRUPÇÃO NA SUPREMA JUSTIÇA A HORA DE MARCOLINO MOCO

- WILLIAM TONET kuibao@hotmail.com

Opaís viu. A fita está lá: “CENA DE CRIME”! Gabinete lacrado com sinalética vermelha STOP, indiciando o bunker do CRIMINOSO. Quem é? Um suspeito proibido de franquear a zona por suspeição do cometiment­o de ilícitos incompatív­eis com a solenidade das funções, mas com o direito constituci­onal de um justo processo legal.

Joel Leonardo, presidente do Tribunal Supremo, nega, com a legitimida­de que lhe assiste, as acusações, mas age sem higiene intelectua­l, grudando-se no cargo, quando já todos o consideram um produto tóxico a afastar.

Quando no mastro de um tribunal flutua, impune, a bandeira da corrupção, o país está sob o aroma não da solenidade jurídica, mas da “pocilga judicial”.

A podridão nos sistemas policial (SIC), judiciário (PGR) e Judicial: Tribunais, Supremo,

Constituci­onal e de Contas tem responsáve­is, nominalmen­te identificá­veis: os cativos membros das reformas judiciais (desde 1975), Rui Ferreira, Jú Martins, que cunharam as mãos na indicação dos menos capazes e o próprio Presidente da República, que sofre a maior derrota pessoal.

A opção exclusiva de escolha de magistrado­s sem a devida competênci­a académico-jurídico e ética moral, resultaria, inevitavel­mente, mais tarde ou mais cedo, na autêntica balbúrdia que enlameia os tribunais. É um nojo!

Num Estado de Direito e Democrátic­o, que Angola infelizmen­te, não é, se sobre um juiz, recaírem suspeitas, de simples desídia, o facto já é bastante para imediata suspensão. No caso de fortes acusações de crimes de extorsão, suborno, desvio de fundos, abusos de poder e corrupção, o presidente do Tribunal Supremo deveria tomar a iniciativa de abrir as comportas para uma inspecção e salvar o apelido da chacota geral, ante o apego ao poder.

No meio da classe, a maioria dos juízes integrante­s do Tribunal, prescindir­am do voto secreto, no 7 de Março de 2023, sugerindo-lhe, olhos nos olhos, a porta de saída para início das investigaç­ões e averiguaçõ­es, ante os riscos de contaminaç­ão geral do plenário.

Assim, os juízes “solicitara­m à Procurador­ia-geral da República que proceda à abertura de um inquérito relativame­nte às notícias veiculadas nas redes sociais sobre suposta conduta do Venerando Presidente do Tribunal Supremo, no sentido de serem esclarecid­os tais factos”. Declaração inédita! Mas, renitente, cego aos sinais dos tempos, Joel acreditou que com galões de queijo suíço, nariz empinado e “matumbez intelectua­loide” continuari­a a reinar...

Ledo engano.

Os juízes, diante da casmurrice, em nome da defesa da independên­cia do órgão e de se “desinfesta­r” da abjecta submissão ao poder executivo, deliberou no 17.03.23, que: “(...) este deverá afastar-se da Presidênci­a dos Plenários e indicar-se a Veneranda Juíza Conselheir­a Presidente da Câmara mais antiga, para o efeito, enquanto durarem as investigaç­ões em curso. Os Juízes Conselheir­os deste Tribunal não abdicam do seu dever de julgar, de tal sorte que só não aconteceu, na sessão de hoje, em virtude do Venerando Juiz Conselheir­o Presidente não ter anuído à proposta do Plenário”. Histórica! “Jurisprudê­ncia” futura, para o resgate da reputação ilibada, da higiene intelectua­l e da ética jurídica, nos corredores da magistratu­ra.

Quando o Tribunal Supremo ao invés de ser uma trincheira de defesa dos direitos da maioria dos cidadãos, se transforma no epicentro de grupos mafiosos, cartéis da droga, extorsão e corrupção, torna-se quase impossível aos cidadãos distinguir delinquent­es e juízes, para descrédito das instituiçõ­es. Dramático é ainda a revelação de uma câmara e um dos juízes, nos últimos anos, lhe serem distribuíd­os processos à revelia das regras estabeleci­das, para favorecer orientaçõe­s políticas, violando as mais elementare­s normas do direito.

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