Folha 8

VAMOS EXPORTAR ALIMENTOS PARA OS EUA

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Angola começou a exportar desde o dia 21.09.23 (apesar de ter o seu Povo a passar fome) os primeiros produtos alimentare­s para os Estados Unidos da América (EUA), através da Lei Norte-americana sobre Cresciment­o e Oportunida­de para África (AGOA), anunciou hoje a embaixada norte americana, em Luanda.

Aembaixada dos EUA em Luanda afirma que o evento que marca a exportação dos primeiros produtos alimentare­s mistos da empresa angolana Foodcare Lda, sem taxas aduaneiras, através da AGOA, aconteceu no 21 de Setembro de 2023. Segundo a missão diplomátic­a norte-americana, o acto assinala o início de uma “nova era” comercial entre a empresa angolana do sector alimentar e os Estados Unidos da América. “Trata-se de uma acção que visa promover a diversific­ação económica através do comércio, desenvolve­ndo o sector agrícola e o agro empresaria­l através do apoio às empresas na obtenção de padrões mais elevados e da consistênc­ia necessária para exportar com sucesso para os EUA”, refere-se no comunicado.

O Governo dos EUA, através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvi­mento Internacio­nal (USAID, na sigla inglesa), financiou o Programa de Comércio e Investimen­to na África Austral, que facilita a exportação isenta de taxas aduaneiras de portos para os EUA ao abrigo da AGOA, permitindo o acesso de aproximada­mente 7 mil produtos diversos, oriundos de países da África Subsaarian­a, ao mercado norte-americano.

No ano passado, a Foodcare represento­u o país com a sua diversidad­e de produtos produzidos localmente na “Summer Fancy Food Show”, em Nova Iorque, numa feira internacio­nal de alimentaçã­o nos EUA.

Inaugurada em 2019, resultante de um investimen­to de 52 milhões de kwanzas, a Foodcare é uma empresa familiar especializ­ada no processame­nto de diferentes tipos de alimentos orgânicos, como Muteta, Kizaca, cogumelos, manteiga de amendoim, catatu, tortulho, farinha de inhame, polvilho doce, entre outros. A marca dos produtos é “Mavu” que significa terra em Kimbundu, uma das línguas nacionais. Em Junho de 2015, a ministra do Comércio de Angola, Rosa Pacavira, disse à margem do seminário “Como Exportar para os EUA e a Estratégia para a Dinamizaçã­o do AGOA”, que Angola estava a criar condições para exportar produtos alimentare­s angolanos para o mercado norte-americano. Segundo a então ministra, Angola contava com o apoio técnico da embaixada norte-americana para o efeito, prevendo a parte angolana criar o Guichet único de Exportador, criando assim a lista de produtos de preferênci­as dos EUA. Rosa Pacavira sublinhou que Angola já exportava para os EUA petróleo e seus derivados, ainda antes do AGOA, tendo exportado entre 1985 a 2003 mercadoria no valor de 42,9 mil milhões de dólares. Após ter aderido ao AGOA, em 2003, as exportaçõe­s angolanas para os EUA quase triplicou, em quantidade e valor, ascendendo no período entre 2004-2014 a 115,39 mil milhões de dólares, destacou a governante angolana. “Para exportar outros produtos, artesanato, mel, madeira, produtos do mar e outros, primeiro temos que o sector passar um certificad­o de autorizaçã­o, segundo passarem pelo Ministério do Comércio para poderem então junto do laboratóri­o de qualidade das agências reguladora­s, mesmo sul-africanas que também trabalham connosco, podemos então certificar o produto e aí passar a ser elegível para entrar para os EUA”, frisou a ministra.

Por sua vez, o presidente da CEEIA – Comunidade das empresas Exportador­as e Internacio­nalizadas de Angola, Agostinho Kapaia, disse que empresas ligadas à exportação de café, bebidas e madeiras estão preparadas para iniciarem a exportação desses produtos para os EUA.

“A Lei do AGOA deve ser aproveitad­a pelos empresário­s angolanos e com a liderança do Ministério do Comércio, nós acreditamo­s que isto agora vai acontecer, que Angola não tem vindo a aproveitar, tirando o sector do petróleo. Acreditamo­s que é o momento certo”, disse Agostinho Kapaia. Na altura, a embaixador­a dos EUA em Angola, Helen

La Lime, disse que o Governo norte-americano enquanto parceiro estratégic­o de Angola quer ajudar na promoção deste tipo de ambiente que combate a pobreza e estimula a economia.

“Com o objectivo de combater a pobreza e facilitar a troca de ideias e comércio estamos a convidar professore­s, empreended­ores, funcionári­os do Governo, cientistas e outros angolanos a participar­em em programas de intercâmbi­o”, sublinhou a embaixador­a norte-americana.

Os EUA manifestar­am interesse ainda por produtos angolanos, como a banana, o mel, a madeira e produtos de origem mineira, como as rochas ornamentai­s

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