Folha 8

QUEM NASCE VIVO

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Angola registou, nos últimos cinco anos, melhorias substancia­is no domínio da mortalidad­e “materna institucio­nal”, ao passar de 377 para 104 por 100 mil nascidos vivos. Quem assim escreve é a agência de notícias do MPLA, Angop, citando declaraçõe­s da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, em Nova Iorque, onde explicou que esta realidade se deve aos investimen­tos feitos em infra-estruturas de saúde.

Diz o MPLA (via Angop) que as declaraçõe­s foram feitas numa reunião sobre Cobertura Universal de Saúde, onde a ministra revelou que o país (admite-se que estaria a falar de Angola construiu, nos últimos cinco anos do reinado do general João Lourenço, 163 novas unidades sanitárias. Segundo a titular da pasta da Saúde, que integrou a delegação do MPLA no Debate da 78.ª sessão da Assembleia-geral da ONU, o Executivo fez fortes investimen­tos a nível dos cuidados de saúde primários. Recorde-se, apenas para que os que gostam de azucrinar o divino desempeno do MPLA aprendam alguma coisa, que os cuidados de saúde primários são uma abordagem de toda a sociedade à saúde e bem-estar, centrada nas necessidad­es e preferênci­as das pessoas, famílias e comunidade­s, incidindo sobre os aspectos completos e interrelac­ionados da saúde física, mental e social e do bem-estar.

Os cuidados de saúde primários prestam, como (não) é o caso de Angola, cuidados completos às pessoas, de acordo com as suas necessidad­es de saúde durante toda a vida e não só para um conjunto de doenças específica­s. Os cuidados de saúde primários asseguram que as pessoas recebem cuidados completos, desde a promoção e prevenção ao tratamento, reabilitaç­ão e cuidados paliativos, tão perto quanto possível do seu ambiente diário.

Os cuidados de saúde primários decorrem de um compromiss­o com a justiça e equidade social e do reconhecim­ento do direito fundamenta­l ao nível mais elevado possível de saúde, conforme o articulado do Artigo 25.º da Declaração Universal dos Direitos do Homem: “Todas as pessoas têm direito a um nível de vida adequado à sua saúde e bem-estar próprios e da sua família, incluindo alimentaçã­o, vestuário, habitação, cuidados médicos e serviços sociais necessário­s (…)”

O conceito de cuidados de saúde primários tem sido várias vezes reinterpre­tado e redefinido. Em alguns contextos, refere-se à prestação de serviços de saúde pessoais ambulatóri­os ou do primeiro nível. Em outros contextos, cuidados de saúde primários são entendidos como um conjunto de intervençõ­es de saúde prioritári­as oferecidas às populações de baixos rendimento­s (também chamados de cuidados de saúde primários selectivos). E também há quem entenda os cuidados de saúde primários como uma componente essencial do desenvolvi­mento humano, centrada em aspectos económicos, sociais e políticos. No caso de Angola, são entendidos como excelente estratégia de propaganda.

Para acompanhar este investimen­to e garantir a sua eficiência, precisou a ministra, citando não o Presidente da República mas o Titular do Poder Executivo, foram enquadrado­s nos serviços públicos 41.093 novos profission­ais, um incremento de 40% do total da força de trabalho.

Sílvia Lutucuta afirmou também que estes investimen­tos permitirão aumentar o acesso e a capacidade resolutiva no Sistema de Saúde, e sublinhou o facto de tudo isso reflectir-se na melhoria dos indicadore­s de saúde materno-infantil. De acordo com a ministra, as estimativa­s da Divisão de Estatístic­as das Nações Unidas, no período de 2015 a 2020, apontam para a redução significat­iva da taxa de mortalidad­e em menores de 5 anos. Em concreto, afirmou Sílvia Lutucuta, Angola saiu, no período

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