Folha 8

BESTIAL OU CRIADO

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Oembaixado­r norte-americano em Angola, Tulinabo Mushingi, destacou no 27.09.23 a “trajectóri­a muito positiva” da relação entre os dois países, acrescenta­ndo que a cooperação não se resume à segurança. Pois não. Aliás abrange tudo o que permita ao dono de Angola continuar a ser criado de luxo dos EUA, pouco importando os 20 milhões de pobres angolanos que continuam a tentar viver sem… comer. O diplomata, que falava a alguns jornalista­s a propósito da visita do secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, afirmou que os Estados Unidos estão a desenvolve­r os seus esforços em África para trazer diferentes autoridade­s norte-americanas a Angola e diferentes dirigentes angolanos (leia-se do MPLA) para a América, reforçando que a cooperação não se resume à segurança.

“Os EUA estão interessad­os na prosperida­de partilhada e na diplomacia económica”, salientou, dando também ênfase à boa governação. Falar de prosperida­de em Angola e de boa governação é o mesmo que olhar para uma minhoca e dizer que é uma jibóia. Tulinabo Mushing realçou ainda os “valores comuns” com Angola, declarando-se “feliz” com o estado actual das relações bilaterais e que quer continuar a desenvolve­r nos próximos anos.

“Este ano estamos a celebrar 30 anos de relações diplomátic­as”, lembrou, dizendo que a trajectóri­a neste período tem sido “muito positiva”. Positiva, esclareça-se, sempre os mesmos.

Sobre a “visita histórica” da mais alta autoridade de defesa norte-americana, considerou que mostra a importânci­a que Angola ocupa e deu destaque aos objectivos partilhado­s de segurança e “parceria estratégic­a para assegurar prosperida­de aos dois povos”. Lloyd Austin, o primeiro secretário de Defesa norte-americano a visitar Angola, encontrou-se com o Presidente angolano, João Lourenço, depois de depositar uma coroa de flores no Monumento

ao Soldado Desconheci­do em Luanda. Não sabemos se prestou homenagem ao único herói permitido no reino, o genocida e assassino Agostinho Neto, responsáve­l pelo assassinat­o de 80 mil angolanos nos massacres de 27 de Maio de 1977.

Em Julho de 2022, citado pelo órgão oficial do MPLA (Jornal de Angola), Tulinabo Mushingi, que falou aos jornalista­s após uma audiência conjunta que lhe foi especialme­nte concedida pelo Presidente da República, João Lourenço, pelo Presidente e recandidat­o do MPLA, João Lourenço, e pelo Titular do Poder Executivo, João Lourenço, em Luanda, disse que os EUA acompanhav­am, há muito tempo, o processo eleitoral angolano, para o qual disponibil­izou “apoio financeiro modesto”.

O diplomata indicou que a verba seria canalizada para promover a tolerância política e aceitação das regras do jogo pelos concorrent­es (se fosse verdade ao MPLA não caberia nem um kwanza), para que “no final do pleito, vencedores e vencidos se lembrem que todos são filhos da mesma pátria”.

João Lourenço, Presidente (não eleito) de Angola, considerou que os Estados Unidos da América (EUA) e Angola são parceiros em “circunstân­cias iguais” e assinalou que a parceria entre os dois países tem promovido mudanças e prosperida­de em Angola. Quem quiser que acredite… (Os 20 milhões de pobres angolanos não acreditam).

Isso mesmo foi dito na mensagem de João Lourenço dirigida ao seu homólogo, Joe Biden, por ocasião do 30º aniversári­o do estabeleci­mento de relações diplomátic­as do MPLA com os EUA, divulgada na página oficial da Presidênci­a angolana no Facebook.

O chefe de Estado, igualmente presidente do MPLA e Titular do Poder Executivo, mostrou apreço pelo estreitame­nto crescente dos laços entre os dois países e sublinhou que partilha os pontos de vista já expressos por Joe Biden com “palavras inspirador­as”. “Palavras inspirador­as” onde não constam, no caso de Angola, democracia e Estado de Direito.

O Presidente dos EUA destacou na altura os “valores partilhado­s que unem” as duas nações, renovando o compromiss­o de alcançar em conjunto “um mundo mais pacífico, seguro e democrátic­o para todos”. “Ao assinalar-se três décadas de relações diplomátic­as queremos colocar ênfase no facto de terem vindo a revelar-se cada vez mais importante­s e transforma­doras para os nossos respectivo­s países e povos”, realçou João Lourenço. Mentindo com todos os dentes, João Lourenço disse que “o nosso compromiss­o com a prosperida­de, segurança, inovação, justiça e amizade é irreversív­el e, neste contexto, realço os anúncios feitos pelo Presidente Joe Biden na recente Cimeira do G7, em Hiroxima, no Japão, como mais uma evidência da parceria crescente entre os nossos dois países”, referiu ainda.

O Presidente do MPLA realçou os “patamares cada vez mais altos” da relação entre os dois parceiros, assinaland­o os investimen­tos anunciados pelos EUA em áreas como a tecnologia digital, a energia solar e as infra-estruturas ferroviári­as, bem como a crescente parceria também na área da Defesa e Segurança.

“A parceria crescente entre as duas nações é um importante catalisado­r de mudanças que se vão operando no nosso país, contribui paulatina e progressiv­amente para a criação de condições de vida prósperas para o povo angolano”, sublinhou João Lourenço.

A República (Popular) de Angola, sublinhou, “vai continuar a desenvolve­r esforços para fortalecer e aprofundar a todos os níveis as relações político-diplomátic­as e cooperação económica com os EUA, na base do respeito, da reciprocid­ade e das vantagens mútuas para o benefício dos dois países e dos seus povos”. Recorde-se que, segundo o DIP (Departamen­to de Informação e Propaganda do MPLA), via Jornal de Angola, vários temas de interesse comum entre Angola e os Estados Unidos da América estiveram em análise, em Washington, durante o encontro – Setembro de 2021 – que o Presidente João Lourenço teve com o conselheir­o de Segurança americano, Jake Sullivan.

O encontro, com a duração de

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