(DE LUXO) DOS EUA?
mais de uma hora, diz o DIP, foi considerado “excelente” pela então embaixadora dos Estados Unidos em Angola, Nina Maria Fite, que lamentou a impossibilidade de Joe Biden estar presente devido a compromissos inadiáveis.
“Foi uma reunião excelente. Eles tiveram uma discussão muito ampla sobre vários temas de interesse mútuo”, sublinhou a diplomata, que destacou o papel-chave de Jake Sullivan na Administração do Presidente Joe Biden. Aliás, é de crer que Jake Sullivan é, na verdade, tão ou mais importante do que Joe Biden. Se assim não fosse, presume-se, João Lourenço não aceitaria tirar uma fotografia com um funcionário… menor.
Por ser uma pessoa muito importante (muito, muito, disse o MPLA) na Casa Branca, acrescentou Nina Maria Fite, isso significa também uma grande vantagem para Angola e para o Presidente João Lourenço ter este tipo de discussão. Segundo Nina Fite, o encontro foi enquadrado na cooperação estratégica entre os dois países, que mostra, cada vez mais, como os EUA e Angola têm esta “cooperação profunda”.
Os Estados Unidos têm destacado o papel de liderança do MPLA na pacificação da Região dos Grandes Lagos, bem como no fim da escravatura. Na qualidade de presidente da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, Angola já organizou três mini-cimeiras sobre a situação de paz e segurança na República Centro-africana.
Em 2019, Angola foi um dos facilitadores, juntamente com a República Democrática do Congo (RDC), do Memorando de Entendimento, assinado em Luanda, entre o Ruanda e o Uganda. O encontro com o conselheiro de Segurança dos Estados Unidos marcou na altura o início da agenda oficial do Presidente João Lourenço em Washington. O Chefe de Estado angolano, não nominalmente eleito (coisa menor para os EUA), foi homenageado pela Fundação Internacional para a Conservação do Ambiente (ICCF), pelo seu envolvimento em iniciativas de defesa do ambiente.
Presume-se que João Lourenço, na versão Presidente do MPLA, terá dado como exemplo o êxito conseguido no vegetarianismo dos jacarés angolanos que, depois de 2017, só mantiveram a opção carnívora quando tinham fome.
Em declarações à imprensa, no final da visita que então efectuou ao Museu Nacional de História e Cultura Afro-americana, que na altura assinalava o 5º aniversário, o Chefe de Estado disse ter sido tocado, profundamente, pelo que viu. “O que vimos é algo bastante emocionante, porque isto é parte da nossa História comum, dos africanos e os da diáspora”, sublinhou. “Todo o sofrimento por que os nossos irmãos passaram ao longo dos séculos, desde o tempo do esclavagismo, toca profundamente o nosso coração e, por esta razão, temos de estabelecer uma ligação mais próxima entre os países africanos e a nossa diáspora africana, parte da qual está nos Estados Unidos”, reforçou. Provavelmente João Lourenço poderia emocionar-se de igual modo se visitasse as valas comuns onde foram enterrados os milhares de angolanos que o seu herói nacional, Agostinho Neto, mandou assassinar nos massacres de 27 de Maio de 1977. Ou não? Questionado se a aproximação passaria pelo retorno desta diáspora, o Chefe de Estado, que esteve acompanhado da Primeira-dama, Ana Dias Lourenço, colocou de parte a ideia de um regresso definitivo, mas sim a manutenção de uma ligação com as origens que, provavelmente, remontam ao tempo do primeiro militante do MPLA, Diogo Cão. “Neste domínio dei um passo concreto, acabei de convidar a família Tucker a visitar Angola para partilharem a sua experiência com o Arquivo Nacional de Angola, com as universidades e com as nossas comunidades. Isso vai acontecer proximamente. Hoje é esta família, amanhã pode ser outra, de forma que possam manter a ligação com as suas origens, que é o continente africano”, concluiu.
A família Tucker é descendente dos primeiros escravos que foram levados para os Estados Unidos, originários de Angola, em 1619. É claro que, por uma questão de identidade, o MPLA continua a aumentar o número de escravos internos (20 milhões de pobres), garantindo assim que o seu ADN não será adulterado por uma qualquer opção democrática.
O Museu Nacional de História e Cultura Afro-americana é um edifício imponente, situado nas proximidades da Casa Branca, construído para a conservação do legado dos afro-descendentes nos EUA. Nos vários compartimentos, narra o percurso dos escravos trazidos para América, o papel de alguns soberanos africanos, incluindo a Rainha Ginga Mbande, cujo retrato é exposto, em grande plano, na entrada de uma das galerias. “O museu narra a história dos afro-americanos, desde a chegada dos primeiros escravos, às colónias americanas, independência americana e o paradoxo da liberdade, participação dos escravos na construção da Casa Branca e Capitólio, surgimento do movimento abolicionista, luta pelas liberdades civis, bem como a ascensão de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos e muito mais”, escreveu o enviado do DIP/MPLA (Jornal de Angola).