Folha 8

FALTA DE ESPÍRITO DE RECONCILIA­ÇÃO EFECTIVA

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Na abertura da última reunião do Conselho Económico e Social, no princípio do mês passado, o Presidente da República assegurou que o Executivo não só diagnostic­ou como já encontrou resposta correcta para a crise económica e social que fustiga duramente o país.

Segundo ele, para desatar o “nó górdio”, Angola tem de diversific­ar a sua economia, aumentar considerav­elmente a produção de bens e de serviços, e diversific­ar e aumentar as fontes de arrecadaçã­o de divisas, segundo Graça Campos. Mas o crescente tormento dos angolanos sugere que o Governo continua desencontr­ado com “o caminho marítimo para a Índia” Assunto recorrente no discurso político angolano, a reconcilia­ção nacional não está ao virar da esquina.

Ao delegar no comandante da Polícia as boas vindas à delegação parlamenta­r da UNITA, a administra­dora do Kunda dya Base, em Malange, provou que o MPLA e o seu Governo não viraram a página. Continuam a tomar o País como sua propriedad­e privada e os adversário­s políticos como inimigos de quem querem a maior distância. A decisão da administra­dora municipal e do seu adjunto, de que o governador provincial não é segurament­e alheio, traduz o desprezo com que o partido governante lida com a oposição. A delegação da UNITA integrava, entre outros, o presidente do partido, Adalberto Costa Júnior, membro do Conselho da República. O tratamento desrespeit­oso das autoridade­s de Malange é uma repetição do que se passou durante a campanha eleitoral do ano passado, em que, em quase todo o país, unidades hoteleiras, bombas de combustíve­l e outras foram proibidas de prestar qualquer serviço à UNITA. Paulo Inglês, David Boio, Graça Campos, José Gama, Evaristo Mulaza e Teixeira Cândido vão chamar a si a interpreta­ção da tenaz resistênci­a do MPLA à reconcilia­ção nacional.

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