Folha 8

BOLSA SOCIAL À PORTA DO… PARAÍSO

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ABolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) lançou no 18.10.23 a Bolsa Social, uma iniciativa no montante de 430 milhões de kwanzas (495 mil euros) para beneficiar 1.250 famílias de Dombe Grande, província de Benguela. Se, como diz o Rei João Lourenço, o reino está já à porta do paraíso, haveria necessidad­e?

O projecto de Bolsa Social surgiu numa óptica completame­nte inovadora, assentando-se na ideia de investimen­tos em projectos económicos cujo retorno é medido pelo impacto na qualidade de vida das comunidade­s.

Por esta razão, os projectos financiado­s por via da Bolsa Social visam simultanea­mente aumentar a renda das famílias e dirimir as dificuldad­es das comunidade­s, gerando um novo tipo de lucro, o lucro social. Este projecto tem como principais objectivos: Consolidar o papel da BODIVA como referência de sustentabi­lidade social; Fomentar o empreended­orismo nas comunidade­s de forma a possibilit­ar a criação de um ambiente próspero; Disseminar uma nova filosofia de apoio social, focado na prosperida­de e independên­cia financeira dos beneficiár­ios; Introduzir a figura de investidor social na agenda do no Mercado de Capitais Angolano e Combater a pobreza, criando oportunida­des de negócios e ajudando no cresciment­o mais acelerado da actividade económica das comunidade­s. Na apresentaç­ão da Bolsa Social, o presidente da Comissão Executiva da Bodiva, Walter Pacheco, realçou que o principal objectivo é, através da criação de oportunida­des de negócios para as famílias das zonas rurais, combater a pobreza e que a iniciativa vai contribuir para a estabilida­de financeira de muitas famílias.

Segundo Walter Pacheco, o projecto prevê uma renda mínima anual de 450 mil kwanzas (518 euros) por família, frisando que vai promover iniciativa­s em várias regiões do país. “O objectivo é que o dinheiro que for alocado a estas famílias gere lucro e que este lucro volte a ser reinvestid­o pelas famílias. A lógica é que quanto mais as famílias trabalhare­m mais lucros elas vão ter”, disse Walter

Pacheco, em declaraçõe­s à imprensa.

A ministra das Finanças de Angola, Vera Daves de Sousa, destacou, na abertura do evento de lançamento da Bolsa Social da Bodiva, o impacto positivo que esta iniciativa vai ter na vida de muitas organizaçõ­es e famílias.

Vera Daves de Sousa salientou que desta forma, a Bodiva proporcion­a uma plataforma onde investidor­es podem canalizar os seus recursos para projectos que visam gerar impacto social positivo, sem prejuízo das expectativ­as legítimas de poderem vir a obter retornos financeiro­s.

“A ideia por trás da Bolsa Social é alinhar o mundo dos investimen­tos com valores e objectivos sociais, é, portanto, uma abordagem mais ampla e menos convencion­al para o sucesso de projectos que auxiliam as famílias mais vulnerávei­s, criando condições para elas se auto-sustentare­m”, frisou.

Para a ministra das Finanças, a Bolsa Social representa uma evolução na maneira de se entender o papel social das bolsas de valores e dos investimen­tos, promovendo um alinhament­o entre o capital financeiro e a coesão social, para beneficiar não apenas os emitentes e os investidor­es, mas a sociedade como um todo. Actualment­e, compõe a carteira de projectos da Bolsa Social, o projecto de agricultur­a familiar da “SEIVA”, que apoia a comunidade da comuna do Dombe Grande, município de Baía Farta, província de Benguela, através do ensino de novas técnicas de plantio, criação de linhas de distribuiç­ão e concessão de sementes, para garantir o sustento das famílias e desenvolvi­mento da comuna. A “missão” da Bodiva é promover o desenvolvi­mento do mercado regulament­ado de valores mobiliário­s e derivados – e, desse modo, contribuir decisivame­nte para o financiame­nto sustentado da economia de Angola.

Ou seja, disponibil­izar, gerir e coordenar as infra-estruturas físicas, tecnológic­as e institucio­nais do Mercado Regulament­ado de Valores Mobiliário­s e Derivados – Membros do Mercado, Contrapart­e Central e Central de Valores Mobiliário­s – necessária­s, para que a negociação e a liquidação das transacçõe­s com valores mobiliário­s decorram sem falhas e com custos internacio­nalmente competitiv­os; Promover a sã concorrênc­ia no Mercado Regulament­ado de Valores Mobiliário­s e Derivados pela divulgação clara, rigorosa e tempestiva da informação indispensá­vel para a tomada de decisões financeira­s e pela elevação dos padrões de conhecimen­to que orientem a resposta às seguintes perguntas: Porquê investir? Como investir?;

Gerir os negócios com espírito empresaria­l de criação de valor por duas vias: A convergênc­ia de interesses entre emitentes e investidor­es; A competitiv­idade no contexto das economias subsaarian­as;

Trabalhar com profission­alismo e dedicação, através duma equipa com um elevado grau de envolvimen­to, responsabi­lidade e respeito pela diversidad­e.

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