Rescaldo da proposta de destituição do PR
No passado, 14.10.23, o deputado Jú de Almeida Martins, secretário para os Assuntos Políticos e Eleitorais do MPLA, decretou como morta, seguida de incineração, a proposta de iniciativa de destituição do Presidente dá República, um expediente constitucional que o Grupo Parlamentar da UNITA accionou para punir, com a “pena máxima”, o incumbente do cargo, João Lourenço, a quem imputa atentados contra a Constituição da República, malversação de recursos públicos e outras graves irregularidades. Os fundamentos para a pretendida defenestração do Presidente da República estão desenvolvidos num robusto documento que a UNITA fez chegar à Carolina Cerqueira, presidente da Assembleia Nacional, no dia 12 de Outubro. Naquele 14, com o voto de seus 121 deputados, a que se juntaram os dois do Partido Humanista Angolano, seu “pneu de socorro”, o MPLA, qual anêmona-domar, cerrou fileiras em torno do líder e com isso diz ter decretado a morte súbita da inédita iniciativa da UNITA, segundo relato de Graça Campos. Falando a jornalistas no final de uma sessão plenária da Assembleia Nacional tumultuada, Jú Martins disse, triunfante, que a proposta de destituição do Presidente da República já era assunto encerrado. Mas, naquele mesmo 14.10, Adalberto Costa Júnior deixou claro que a UNITA não aceitaria morrer na praia, e com isso quis dizer que o seu partido continuaria a morder os calcanhares de João Lourenço. Já a meio da semana em curso, o presidente do Grupo Parlamentar da UNITA disse que a sua bancada não reconhece o resultado da votação e que, se necessário, baterá as portas do Tribunal Constitucional para anular os efeitos da decisão daquela plenária da Assembleia Nacional.