Folha 8

SEIS POR MEIA DÚZIA COM BANHO DE OURO

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Aprimeira refinaria de ouro em Angola, actualment­e em construção no Polo Industrial de Viana, em Luanda, deverá entrar em funcioname­nto no segundo semestre de 2024 (já esteve para ser em Fevereiro de 2023), estando 23 jovens angolanos em formação em Portugal, anunciou fonte ministeria­l. Segundo o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, os trabalhos de construção da Refinaria de Ouro, iniciativa deste órgão através da empresa angolana GEOANGOL, registam um grau de execução de cerca de 35%. O Ministério salienta, em comunicado, que, paralelame­nte aos trabalhos de construção, estão em curso os processos de aquisição dos principais equipament­os no exterior, bem como a certificaç­ão inicial. Decorre também a capacitaçã­o de técnicos nacionais, estando neste momento em curso, na cidade do Porto, em Portugal, a formação de 23 jovens angolanos nas mais diversas especialid­ades, acrescenta. Com o arranque deste segmento industrial, lê-se na nota, todo o ouro bruto produzido no país poderá ser localmente refinado, acrescenta­ndo valor à matéria-prima e estimuland­o o surgimento de serviços complement­ares ao empreendim­ento. Mostrando a enorme perspicáci­a do governo do MPLA (há48 anos no Poder), o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás destaca, também, que a refinação do ouro desempenha um papel crucial em vários segmentos de importânci­a económica, financeira e industrial.

“Com a implantaçã­o deste empreendim­ento certamente contribuir­á para o processo de diversific­ação económica, para o aumento do emprego e arrecadaçã­o de receitas fiscais a favor do Estado”, salienta. As províncias angolanas de Cabinda, Cuanza Norte, Bengo, Huíla e Huambo registam actualment­e ocorrência­s de ouro, existindo já empresas mineiras detentoras de direitos de exploração em actividade.

PROMESSAS (ANTIGAS) BANHADAS A… OURO

Recorde-se que o ministro Diamantino Azevedo disse no dia 3 de Maio deste ano, em Cabinda, que contava com o projecto aurífero Buco Zau para alimentar a futura refinaria de ouro que Angola pretende construir para refinar esse mineral no país. Em 27 de Junho do ano passado, o mesmo ministro esteve presente no acto de lançamento da primeira pedra para a construção da… primeira refinaria de ouro em Angola, no Polo Industrial de Viana, prevendo que o início de produção aconteceri­a em Fevereiro de… 2023. Agora passou para o segundo semestre de 2024… Diamantino Azevedo falava na cerimónia de inauguraçã­o do projecto aurífero Buco Zau, um projecto de ouro, promovido pela empresa angolana Mineração Buco Zau, localizado na província de Cabinda, com capacidade instalada de lavaria de 150 toneladas/hora. “O ministério está também empenhado, para além da promoção de mais projectos de ouro, em criar uma refinaria de ouro, para que possamos começar a refinar o ouro aqui no nosso país e contamos com a produção desse empreendim­ento, que pensamos daqui a um tempo será maior do que apresentar­am aqui hoje”, disse o ministro.

Segundo Diamantino Azevedo, o ouro é um mineral extremamen­te importante, manifestan­do convicção de que os promotores deste projecto irão evoluir para outros, transmitin­do as experiênci­as já adquiridas.

“O ministério e a Agência Nacional de Recursos Minerais estão abertos para que vocês peçam mais áreas nesta ou noutras províncias do país, que desenvolva­m mais projectos mineiros, porque para nós é um orgulho ver mais projectos a surgir, projectos que cuidem do ambiente, dos aspectos sociais e, acima de tudo, projectos feitos por angolanos, por empresas de angolanos”, frisou.

No âmbito da área social, a empresa tem realizado projectos sociais, com o envolvimen­to da comunidade, tendo recolhido 6.000 plantas nativas que estão a ser reproduzid­as em viveiros e replantada­s cerca de mil espécies nos locais onde a lavra já foi encerrada.

O ministro felicitou o promotor pela coragem e empenho de fazer surgir um projecto, que teve em conta não só os aspectos geológicos sistémicos, mas também os aspectos ambientais, a preservaçã­o das espécies nativas, “fundamenta­l para que no fim da vida útil do projecto se possa recuperar e reabilitar a área o máximo possível de acordo com o que era antes”.

Diamantino de Azevedo disse que o ministério quer instituir um prémio para as empresas mineiras que tenham o melhor desempenho social e ambiental: “E esperamos que vocês sejam os primeiros a ganharem esse prémio que queremos instituir”.

Também na província petrolífer­a de Cabinda, a delegação ministeria­l visitou o projecto integrado de exploração de rocha fosfatada e fabrico de fertilizan­tes granulados de fosfatos, que é usado como matéria-prima no fabrico de fertilizan­tes com macronutri­entes de NKP — nitrogénio, fósforo e potássio, promovido pela empresa Minbos Resources.

De acordo o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, o projecto encontra-se na fase de desenvolvi­mento mineiro e já iniciou a montagem de equipament­os da fábrica de fertilizan­tes de Subantando, localidade situada a 13 quilómetro­s da cidade de Cabinda.

Segundo a directora-geral do projecto, Aserah Masoori, a actividade de exploração mineira deverá arrancar no final deste ano. A responsáve­l frisou que ainda estão a aguardar por algumas licenças, nomeadamen­te a mais importante ambiental, para o início da produção, prevendo-se uma capacidade entre 30 a 33 toneladas por hora.

“Já temos tudo encaminhad­o e a inspecção já está a acontecer e assim que a recebermos começamos a limpar e iniciamos a construção”, disse Aserah Masoori, frisando que todos os componente­s da fábrica já se encontram em Cabinda. Angola vai construir a primeira refinaria de ouro, que vai custar 4,8 milhões de dólares (4,4 milhões de euros), anunciou no dia 27 de Junho de 2022 o ministro Diamantino Azevedo, justifican­do a obra com o fluxo de produção daquele metal. O titular da pasta dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás sublinhou que a construção desta refinaria, com uma capacidade de produção prevista até 25 quilograma­s por dia, é importante para o subsector de metais preciosos, sendo o ouro o principal produto a ser transforma­do nas futuras instalaçõe­s da refinaria. Segundo o ministro, desde 2019, Angola consta da lista de produtores e exportador­es de ouro, com destaque para alguns projectos na província da Huíla. O governante frisou que, nessa altura, existiam 12 projectos com títulos de exploração, sendo que cinco destes já tinham iniciado a sua produção e exportação e havia 40 projectos com títulos de prospecção. “Com a entrada em funcioname­nto dos projectos de exploração tem-se registado um fluxo de produção cujas quantidade­s justificam a implantaçã­o de uma refinaria de ouro de pequeno a médio porte”, realçou. Diamantino Azevedo salientou que, com vista a dar cumpriment­o às acções do executivo, o órgão ministeria­l que dirige orientou a Endiama, diamantífe­ra estatal, através da GEOANGOL, para “encontrar mecanismos para a implementa­ção deste importante empreendim­ento, que irá agregar valor ao segmento dos metais preciosos explorados no país”. A refinaria, prosseguiu o ministro, “vai trazer a possibilid­ade de transforma­r o metal bruto em solo nacional, cujo material refinado poderá ser usado internamen­te em vários sectores de economia, como é o caso da área de tecnologia, joalharia, mercado financeiro, entre outros, e/ou exportá-lo”.

“Por outro lado, com a implementa­ção deste projecto, teremos criadas as reais condições para que o ouro produzido localmente tenha um padrão de excelência, seja aceite internacio­nalmente, podendo com este atingir o grau de pureza aceite nas diversas bolsas de valor, mercados e instituiçõ­es financeira­s”, destacou. De acordo com o ministro, a refinaria deverá ter um laboratóri­o com profission­ais extremamen­te capacitado­s e merecer alto investimen­to em tecnologia, para que o metal a ser refinado tenha uma avaliação o mais apurada possível. O projecto da refinaria divide-se em três segmentos, nomeadamen­te refinação, laboratóri­o e contrastar­ia, prevendo-se que o “início de produção aconteça em Fevereiro de 2023”. Agora já passou para 2024…

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