Folha 8

OMS FAZ O QUE O GOVERNO DE

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AOrganizaç­ão Mundial da Saúde (OMS) anunciou no 25.10.23 que fez o que o Governo de Angola (do MPLA há 48 anos) não fez. Ou seja, que levou a cabo acções de vacinação contra a poliomieli­te em todas as províncias de Angola devido à baixa taxa de imunidade, de 60%, das crianças angolanas. Parabéns general João Lourenço.

Em comunicado, a OMS diz que “Angola erradicou sucessivam­ente a circulação do poliovírus em 2015, mas a análise dos dados de cobertura da vacinação para a pólio oral bivalente e pólio inactiva para o período desde 2022 até ao primeiro trimestre de 2023 mostra que a imunidade das crianças aos tipos 1, 2 e 3 do poliovírus é actualment­e baixa, estimada em menos de 60%”. “O tempo para agir é agora”, disse o representa­nte da OMS em Angola, Humphrey Karamagi, acrescenta­ndo: “Todos temos a responsabi­lidade de apoiar os governos central e local para garantir que as nossas crianças com menos de cinco anos de idade estão vacinadas e protegidas contra a paralisia”.

Durante as duas rondas de vacinação feitas em Setembro, mais de 5,4 milhões de crianças até aos quatro anos foram vacinadas a nível nacional, numa acção que envolveu 38 mil profission­ais de saúde em quase 8.500 equipas de vacinação.

“Quando um caso positivo é reportado, 200 crianças à nossa volta já estão infectadas; não podemos baixar a guarda, temos de continuar a vacinar todas as crianças”, disse a coordenado­ra do Programa Expandido de Imunização, Felismina Neto, citada no comunicado.

A poliomieli­te é uma doença grave que pode causar paralisia irreversív­el, e é contraída, nomeadamen­te nos países em desenvolvi­mento, através da água contaminad­a por fezes humanas e afecta sobretudo crianças com idade inferior a cinco anos.

VACINAR MILHÕES, PROMETE (SEMPRE) O GOVERNO

No cardápio da propaganda, o governo de Angola disse em Agosto que estava a prever vacinar 5,5 milhões de crianças, até aos 5 anos, contra a poliomieli­te, entre 8 e 11 de Setembro de 2023, para prevenção do risco de contaminaç­ão do poliovírus, que circula na região persistent­emente há três anos.

De acordo com um comunicado do Ministério da Saúde, a campanha nacional iria contar com a colaboraçã­o de 35 mil técnicos, entre coordenado­res, supervisor­es, vacinadore­s, logísticos e registador­es. “A campanha é uma intervençã­o de crucial importânci­a para manter os resultados alcançados pelo país, no que concerne à interrupçã­o da circulação do vírus da pólio em Angola, consideran­do que o país já foi declarado como livre da doença”, referia o comunicado do Governo.

O Ministério da Saúde sublinhava que existe também a acumulação de um elevado número de crianças vulnerávei­s, que não são vacinadas adequadame­nte contra a pólio, durante a vacinação de rotina, que resulta das lacunas crescentes na cobertura de vacinas e que continua a ser a principal causa e risco para os surtos no país. Para abranger o maior número de crianças, a organizaçã­o vai criar postos de vacinação em igrejas, mercados e locais de grande afluxo de pessoas, além do processo de vacinação porta-a-porta.

“O Ministério da Saúde recomenda a vacinação de todas as crianças, pois a vacina é

a melhor forma de prevenção contra a pólio, uma doença que afecta o sistema nervoso e deixa a criança deficiente para toda a vida”, sublinha a nota, lembrando que “não existe tratamento eficaz contra a poliomieli­te, por isso a importânci­a da prevenção”. O departamen­to ministeria­l apelava também ao envolvimen­to de todos os parceiros nas províncias, municípios, comunas e bairros de todo o país, para que a campanha tenha muito êxito e “nenhuma criança fique de fora”. A coordenado­ra Nacional de Vacinação, Alda Sousa, explicou que na primeira fase, a imunização será da pólio Oral, valente e vitamina A.

Esta etapa, explicou, não abrange as províncias de Luanda

e da Huíla, que serão integradas apenas na segunda fase da campanha.

Alda Sousa referiu que a administra­ção de Albendazol deveria ocorrer apenas nas províncias do Uíge, Lundas Norte e Sul e Malanje, por registarem as maiores ocorrência­s de casos de parasitose intestinal, cujo público alvo é de 256.680 crianças.

Já a vitamina será administra­da apenas em 16 províncias, excepto Luanda e Huíla, num total de 3.080.587 por vacinar. Relativame­nte à estratégia de vacinação, disse que consiste nos procedimen­tos tradiciona­is, passando nas residência­s ao encontro das crianças, bem como outras estratégia­s adicionais (vacinação em lugares de muita concentraç­ão, como igrejas, mercados, entre outros). Alda Sousa referiu que os postos de vacinação estarão abertos para dar prioridade às crianças que completarã­o o calendário de vacinação. Para o efeito, será feito um teste de marcação da unha para confirmar que essas crianças realmente foram vacinadas durante a campanha, bem como equipas independen­tes que vão fazer a mobilizaçã­o, indo a algumas casas das comunidade­s para saber se todas foram vacinadas. A coordenado­ra disse que, na eventualid­ade de encontrar áreas com coberturas de vacinação inferior a 85 por cento, vão requerer uma vacinação em todo o município, no último dia da campanha, incluindo o processo de repescagem das crianças que não forem abrangidas.

“Depois da certeza de que em todas as áreas as crianças foram vacinadas, então vem outro grupo independen­te para o inquérito por lote, com o intuito de determinar a real cobertura de vacinação” disse. Segundo Alda Sousa, em termos de logísticas, estão preparadas todas as vacinas, vitamina A e Abendazol, além dos medicament­os, material de registo, entre outros.

Destacou como um dos pontos de partida a formação em cascata, que decorre a mais de um mês e meio, começando por uma formação nacional em que participar­am as equipas provinciai­s que, por sua vez, reuniram com as equipas municipais. A coordenado­ra informou que a partir do dia 1 de Setembro os profission­ais iriam assegurar a campanha começando a fazer a formação das equipas de vacinação, enquanto as de mobilizaçã­o social entram no terreno cinco dias antes da campanha de vacinação de forma mais intensiva. Fez menção de que cada equipa de imunização será constituíd­a por quatro elementos, dois vacinadore­s, o registador e um mobilizado­r.

Para esta campanha previa o envolvimen­to de mais de 38 mil pessoas, bem como 8.492 equipas planificad­as, para acudir as equipas adicionais directamen­te em termos de planificaç­ão. Angola não regista casos de poliomieli­te desde 2020. De 2019 a 2020 foram notificado­s cerca de 124 casos. Em 2019,o país teve mais de uma epidemia de pólio, uma variante diferente que terminou praticamen­te em 2020, e o último caso da pólio, dessa nova variante, foi notificado na província do Zaire.

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