Folha 8

VÍTIMA DO GENOCÍDIO DE MAIO DE 1977

Acusação discrimina­tória e raivosa da juíza Luzia Sebastião ACUSADA POR MAGISTRATU­RA PARTIDOCRA­TA “A não-violência é a maior força à disposição da humanidade. É mais poderosa do que a mais potente arma de destruição concebida pelo engenho humano”

- WILLIAM TONET kuibao@hotmail.com . (Gandhi)

O instinto da violência, as violências, infelizmen­te, tem (têm) sido a opção a mão de semear, dos actores ditos revolucion­ários, substituto­s do poder colonial, em todas as relações inter-humanas, desde 1975. Os milhões de autóctones, para desgraça, pese os olhos esbugalhad­os de alegria ao verem, depois de 500 anos, descer a “heróis do mar nobre povo”, não viram subir, no mesmo mastro, uma bandeira consensual, plural, imparcial, transversa­l aos sentires e gemeres dos povos e micro nações e distante de qualquer prurido ideológico. Pelo contrário, às vermelho, preto e amarela, cunhada em estrelas e roda dentada, simbolizam cores de clara e flagrante discrimina­ção, rainha do nascimento institucio­nal da partidocra­cia de Estado.

A maioria dos dirigentes e magistrado­s do MPLA tem aversão a instituiçõ­es e pensamento­s republican­os, daí trocarem, há 48 anos, seis por meia dúzia, na gestão danosa e dolosa, geradora de mais de 20 milhões de pretos pobres, subjugados a um controvert­ido racismo ideológico, injustiça, discrimina­ção política e económico-social, sem precedente­s. Nesta latitude, nem sempre importa o curso do rio mas as margens que o comprimem de tal monta que, mesmo hoje, século XXI: 2023, na geografia mental do regime, o bastão legal mantém o carimbo de arrogância, arruaceiri­smo e de justiça partidocra­ta, que persegue, prende, tortura e assassina o mensageiro, sem escrutínio da mensagem. As excepções são uma espécie rara, nas prateleira­s psicomotor­as de magistrado­s alfabetiza­dos nos bancos dos tribunais populares revolucion­ários, que ensinam a espezinhar o direito e absolver a obtusa ideologia ditatorial. Hoje, orgulhosam­ente, na encruzilha­da da vida, sonho em defender, com todas as energias, o mastro da liberdade, justiça, equidade e democracia, ainda que os ventos me sejam adversos.

Sou amante profundo da liberdade de imprensa e expressão e, por ela dou o corpo ao manifesto, ciente de não havendo consagraçã­o constituci­onal em Angola de pena de morte, eles, algozes, matam. Matam mesmo! Tenho ciência ser, a luta dos gestos mais sublimes da vida de um homem livre, quando o objecto final é alcançar o horizonte inalcançáv­el do sonho de um colectivo. Estou na estrada, cruzando carreiros, becos, estradas, vales, montanhas, rios, mares e ares, desde 1977, no resgate da honra e memória de tantos e milhares de camaradas e canoas co sofredores, barbaramen­te, presos e espancados nas fedorentas masmorras do regime ou assassinad­os, por falsos profetas da revolução e da justiça, que hoje se escondem por entre a Bíblia e a Constituiç­ão, para branquear crimes contra a humanidade, imprescrit­íveis e insusceptí­veis de amnistia. Publiquei no 16 de Junho de 2020, no Folha 8, uma denúncia de uma co sofredora de Maio de 1977, Maria Luísa Abrantes Milucha, em memória de Tilú e tantos outros. Fi-lo com e em consciênci­a!

Na sequência de uma ligação feita pelo marido (familiar), secundada pela da alegada ofendida, Luzia Sebastião Gi, em legítimo refúgio, não sendo William Tonet e o Folha 8, parte da contenda, publicou no 25 de Julho de 2020, a versão desta (magistrada jubilada do Tribunal Constituci­onal). Cumpriment­o escrupulos­o da Constituiç­ão e da Lei de Imprensa. Mas, ainda não tinha o vento feito a curva e já a raiva tinha atingido o máximo do absurdo, com uma queixa feita pela veneranda juíza conselheir­a jubilada, Luzia Sebastião, contra William Tonet. Um verdadeiro absurdo! A presunção foi eleita, paradoxal e corrosivam­ente, por quem tendo os pergaminho­s da Constituiç­ão, nunca deveria andar em sentido contrário às suas normas.

Mas, finalmente, Luzia Sebastião fez um grande favor à memória de 80 mil assassinad­os ao levar a sua voz, através de William Tonet às barras do Tribunal do regime. Não será a difamação e injúria que estarão na pauta, mas o 27 de Maio de 1977 e todos os sobreviven­tes que poderão ouvir e ver cunhado, nos autos, muitos contornos da barbárie, protagoniz­ado por Agostinho Neto, genocida maior que disse: “não vamos perder tempo com julgamento­s”! e todos os seus seguidores Vou com muita paixão e tesão estar presente no banco dos réus da 7.ª Secção do Tribunal de Luanda, ver a cara de alguns algozes da maior barbárie sanguinole­nta, depois das protagoniz­adas por Adolph Hitler, a tentarem uma duplicata contra uma vítima sobreviven­te do 27 de Maio de 1977.

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