VÍTIMA DO GENOCÍDIO DE MAIO DE 1977
Acusação discriminatória e raivosa da juíza Luzia Sebastião ACUSADA POR MAGISTRATURA PARTIDOCRATA “A não-violência é a maior força à disposição da humanidade. É mais poderosa do que a mais potente arma de destruição concebida pelo engenho humano”
O instinto da violência, as violências, infelizmente, tem (têm) sido a opção a mão de semear, dos actores ditos revolucionários, substitutos do poder colonial, em todas as relações inter-humanas, desde 1975. Os milhões de autóctones, para desgraça, pese os olhos esbugalhados de alegria ao verem, depois de 500 anos, descer a “heróis do mar nobre povo”, não viram subir, no mesmo mastro, uma bandeira consensual, plural, imparcial, transversal aos sentires e gemeres dos povos e micro nações e distante de qualquer prurido ideológico. Pelo contrário, às vermelho, preto e amarela, cunhada em estrelas e roda dentada, simbolizam cores de clara e flagrante discriminação, rainha do nascimento institucional da partidocracia de Estado.
A maioria dos dirigentes e magistrados do MPLA tem aversão a instituições e pensamentos republicanos, daí trocarem, há 48 anos, seis por meia dúzia, na gestão danosa e dolosa, geradora de mais de 20 milhões de pretos pobres, subjugados a um controvertido racismo ideológico, injustiça, discriminação política e económico-social, sem precedentes. Nesta latitude, nem sempre importa o curso do rio mas as margens que o comprimem de tal monta que, mesmo hoje, século XXI: 2023, na geografia mental do regime, o bastão legal mantém o carimbo de arrogância, arruaceirismo e de justiça partidocrata, que persegue, prende, tortura e assassina o mensageiro, sem escrutínio da mensagem. As excepções são uma espécie rara, nas prateleiras psicomotoras de magistrados alfabetizados nos bancos dos tribunais populares revolucionários, que ensinam a espezinhar o direito e absolver a obtusa ideologia ditatorial. Hoje, orgulhosamente, na encruzilhada da vida, sonho em defender, com todas as energias, o mastro da liberdade, justiça, equidade e democracia, ainda que os ventos me sejam adversos.
Sou amante profundo da liberdade de imprensa e expressão e, por ela dou o corpo ao manifesto, ciente de não havendo consagração constitucional em Angola de pena de morte, eles, algozes, matam. Matam mesmo! Tenho ciência ser, a luta dos gestos mais sublimes da vida de um homem livre, quando o objecto final é alcançar o horizonte inalcançável do sonho de um colectivo. Estou na estrada, cruzando carreiros, becos, estradas, vales, montanhas, rios, mares e ares, desde 1977, no resgate da honra e memória de tantos e milhares de camaradas e canoas co sofredores, barbaramente, presos e espancados nas fedorentas masmorras do regime ou assassinados, por falsos profetas da revolução e da justiça, que hoje se escondem por entre a Bíblia e a Constituição, para branquear crimes contra a humanidade, imprescritíveis e insusceptíveis de amnistia. Publiquei no 16 de Junho de 2020, no Folha 8, uma denúncia de uma co sofredora de Maio de 1977, Maria Luísa Abrantes Milucha, em memória de Tilú e tantos outros. Fi-lo com e em consciência!
Na sequência de uma ligação feita pelo marido (familiar), secundada pela da alegada ofendida, Luzia Sebastião Gi, em legítimo refúgio, não sendo William Tonet e o Folha 8, parte da contenda, publicou no 25 de Julho de 2020, a versão desta (magistrada jubilada do Tribunal Constitucional). Cumprimento escrupuloso da Constituição e da Lei de Imprensa. Mas, ainda não tinha o vento feito a curva e já a raiva tinha atingido o máximo do absurdo, com uma queixa feita pela veneranda juíza conselheira jubilada, Luzia Sebastião, contra William Tonet. Um verdadeiro absurdo! A presunção foi eleita, paradoxal e corrosivamente, por quem tendo os pergaminhos da Constituição, nunca deveria andar em sentido contrário às suas normas.
Mas, finalmente, Luzia Sebastião fez um grande favor à memória de 80 mil assassinados ao levar a sua voz, através de William Tonet às barras do Tribunal do regime. Não será a difamação e injúria que estarão na pauta, mas o 27 de Maio de 1977 e todos os sobreviventes que poderão ouvir e ver cunhado, nos autos, muitos contornos da barbárie, protagonizado por Agostinho Neto, genocida maior que disse: “não vamos perder tempo com julgamentos”! e todos os seus seguidores Vou com muita paixão e tesão estar presente no banco dos réus da 7.ª Secção do Tribunal de Luanda, ver a cara de alguns algozes da maior barbárie sanguinolenta, depois das protagonizadas por Adolph Hitler, a tentarem uma duplicata contra uma vítima sobrevivente do 27 de Maio de 1977.