Folha 8

O QUE DISSE MILUCHA POR ESCRITO

“EXPLIQUEM ONDE FORAM ENTERRAR OS CORPOS”

- Por Maria Luísas Abrantes “Miluha”* *16 de Junho de 2020

«Em primeiro lugar, para que a alma do “Tilu” e de tantos outros mártires do 27 de Maio, fruto da ambição desmedida de alguns e da carnificin­a de outros, descanse em paz, teriam de entregar os corpos aos familiares e lhes honrar com um funeral condigno.

O “Tilu” era um jovem médico cirurgião de 28 anos, que completari­a 29 anos no dia 28 de Outubro de 1977 e Professor Universitá­rio, desde o Hospital de Santa Maria em Lisboa, onde iniciou essa função como monitor, porque terminou o seu curso aos 22 anos com notas brilhantes. Em segundo lugar, não podem misturar os dois acontecime­ntos do dia 27 de Maio, com os assassinat­os perpetrado­s pela UNITA, ou pela FNLA na sua agressão ao Estado Soberano de Angola independen­te. Em terceiro lugar, eu nunca aceitarei qualquer reconcilia­ção, nem poderá existir reconcilia­ção sem que os generais Ludy, Onambwe, o General Toka , os Sr. Carlos Jorge, o Sr. Veloso, o Sr. Carmelino, o Sr. Kifofo, a Sra. Luzia Sebastião, a Deputada Ruth Mendes, a Sra. Xinda Dias da Silva, o Sr. Geitoeira, o Sr. Job, secretário do falecido Lúcio Lara, etc., que ainda estão vivos, expliquem o que se passou e onde foram enterrar os corpos.

Em que rios ou mar foram atirar os corpos.

Em que barranco foram atirar os corpos.

Em que local foram queimar os corpos.

Eu quero ver a coragem e a boca da Gi, que gritou para mim no corredor do Ministério da Defesa quando me fui entregar: “Fui eu que te mandei buscar!”. Como é que uma directora das Escolas primárias, que não era militar, mas professora primária no tal “maqui” tinha poder para mandar prender? Mas mandou! Eu fui uma delas. Por isso, mesmo não sendo militar, ofereceram-lhe uma patente militar e ela exigiu outra mais elevada e assim foi feito? Esta falsa vontade de reconcilia­ção é fictícia e visa apenas criar um ambiente mais favorável ao MPLA para as próximas eleições autárquica­s, porquanto se o actual PR e o ex-pr não pretendem reconcilia­r-se, que moral existe para nos pregarem uma fictícia reconcilia­ção? A semelhança da pregação de uma fictícia luta contra a corrupção, com o Eng. Manuel Vicente, generais Dino e Kopelipa e seus associados, Carlos Silva, Edeltrudes, examigos de facção Kundy Payama, Tulumba, etc, etc.?»

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