Folha 8

ANGOLA NÃO TEM POLÍTICA DE OR

Formado em Cidades e Desenvolvi­mento Regional, Raimundo Capitão, afirmou, na seman clara, apesar da lei deste domínio ser promulgada desde 2004. A declaração foi feita dur anfiteatro da instituiçã­o, entre os dias 25 e 26 de Outubro, sob o lema Território,

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Agastado com a indiferenç­a de quem administra o país, o orador realçou que países ordenados tendem a ser organizado­s, recordando que não conhece país desenvolvi­do que ignorou o domínio do ordenament­o do território, por esta razão, lamentou o facto da nação angolana ainda se debater muitos com problemas dessa natureza.

Em consequênc­ia disso, fez saber que ordenament­o do território não é o mesmo que plano de urbanizaçã­o, portanto, não confundir com casas ou terrenos de loteamento­s. É sobretudo uma actividade exclusiva do Estado.

“A nossa administra­ção pública não compreende essa questão, pensa que se trata de casas e terras. A título de exemplo é o debate que foi promovido na Assembleia Nacional sobre ordenament­o do território, proposto pela UNITA, como um dos atentos ao debate, desapontei-me muito quando se falava de casas, mais casas para se abordar a temática. Logo, compreendi que poucos têm domínio da matéria”, rematou.

Para o académico, deve haver um compromiss­o político resultando na criação de um departamen­to ministeria­l conforme houve em 2017, e, para já, deixar-se de confundir planeament­o regional com Arquitectu­ra, Geografia e ciências afins, ciências auxiliares num universo em que ordenament­o do território seria a mãe de todas elas.

Na onda dos descontent­amentos, justificou a ignorância e falta acção do executivo à escassez de quadros no país que faz com que se amálgama questões do domínio do ordenament­o às do plano de urbanizaçã­o. Raimundo Capitão, no seu tempo, falava sobre Constrangi­mentos do Domínio de ordenament­o do território em

Angola, possíveis soluções.

SOBRE A DIVISÃO ADMINISTRA­TIVA

Por outro ângulo, comunicólo­go José Paulo tomou um trecho do discurso à nação do Presidente da República, João Lourenço, proferido no dia 16. 10. 2023, para reflectir sobre quais motivações o Estado levou a cabo para a divisão do Cuando-cubando e Moxico. Taxou que as razões devem-se a extensão territoria­l do que densidade populacion­al.

Ao propósito do governo de aproximar o cidadão à administra­ção e vice-versa, o académico mostra-se céptico, uma vez que a divisão não ocorrerá por razões demográfic­as. E, conforme o censo de 2014, as províncias com maiores densidades populacion­ais no país são Luanda, Huíla, Huambo,

Benguela e Bié. Recordou que o executivo extinguiu alguns ministério­s para poupar dinheiro, no entanto, “como podemos em tempo crise económica criar novas províncias? Não bastariam mais municípios do que nomear novos governos?”, ponderou.

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