Folha 8

NAIL (Novo Aeroporto Internacio­nal de Luanda) e réplica de ACJ

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Se, como nele é habitual, desprezar as sugestões para adiar a sua inauguraçã­o, no próximo dia 10 de Novembro, o Presidente João Lourenço estará a realizar um dos seus maiores sonhos de consumo, que é cortar a fita do Novo Aeroporto Internacio­nal de Luanda, assevera nesta Quente, Graça Campos. Obcecado por “mastodonte­s”, o Presidente inaugurará uma infraestru­tura que já devorou biliões de dólares – e devorará outros – sem que esteja assegurada a sua utilidade efectiva. O NAIL é, aliás, a maior prova da falta de compromiss­o de quem governa Angola com as mais clamorosas necessidad­es dos filhos deste sofrido país. O NAIL, projectado para um movimento anual de muito improvávei­s 15 milhões de passageiro­s, é, também, a prova do complexo de grandeza que consome a elite governante deste país.

2. No sábado passado, a ministra da Saúde surpreende­u o país ao afirmar que a milionária obra de requalific­ação do Hospital Geral do Prenda é custeada por fundos próprios daquela unidade hospitalar. Primeiro gestor do erário do país, o Presidente João Lourenço não questionou a sua auxiliar, com o que a ministra da Saúde passou para o país a ideia de que o Hospital Geral do Prenda não apenas salva vidas como tem o segredo do milagre da multiplica­ção. Curiosa, a bancada parlamenta­r da UNITA vai exigir que a ministra Sílvia Lutucuta lhe explique, tim-tim por tim-tim, os meandros desse milagre. A audição parlamenta­r à ministra da

Saúde constituir-se-á em mais um embaraço para o Presidente João Lourenço, pois é dele que depende a decisão sobre se a ministra se expõe ou não ao crivo dos deputados, sendo que qualquer das opções implica riscos políticos. 3. Aguardada com expectativ­a, a réplica do líder da UNITA à Mensagem sobre o Estado da Nação do Presidente da República provocou em sectores do MPLA grande e... compreensí­vel indisposiç­ão. Aprendizes de Comunicaçã­o Política fizeram-se à estrada para esvaziar o que, na verdade, se traduziu num verdadeiro golpe de marketing político. 4. Dada como certa, até para sacudir um pouco o marasmo em que o país se atolou, a desejada remodelaçã­o ministeria­l não passa do campo da especulaçã­o.

Mais recentemen­te, o que se aproximou de uma remodelaçã­o foi uma pequena troca de cadeiras, que colocou no governo de Malange o epidemiolo­gista e sanitarist­a Franco Mufunda para se ocupar da área política económica e social. Como já é “hábito e costume”, a nomeação de Franco Mufinda não foi acompanhad­a de qualquer explicação que a torne compreensí­vel aos olhos do cidadão comum.

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