Folha 8

João Tala distinguid­o com Prémio Nacional de Cultura e Artes

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O poeta e prosador angolano João Tala foi galardoado pelo prestígio e fortuna crítica que a sua produção artística possui, bem como pelo seu pensamento de valor multifacet­ado, pelo modo como se abre às problemáti­cas das culturas em Angola (Kimbundu, Umbundu e Cokwe) no pós-independên­cia, às memórias dos conflitos armados e do pós-guerra, à cosmologia bantu e à questão da mulher, destaca a nota da organizaçã­o.

Tal como na obra de outros autores angolanos, observa-se em João Tala a transversa­lidade do pensamento político e a ética, entrelaçan­do-se à sua produção artística literária. Membro da União dos Escritores angolanos, UEA, desde 1997, destacou-se no activismo literário na Brigada Jovem de Literatura Alda Lara, no Huambo, nos anos de 1980, tendo publicado a sua primeira obra literária em 1997, à qual se seguiram vários títulos, entre poesia e prosa, com alguns dos quais obteve prémios e uma Menção Honrosa no Prémio Literário Sagrada Esperança, edição 2000, com o livro "o Gasto da Semente". Em 2021 foi galardoado com o Prémio Guerra Junqueiro Lusofonia 2021, atribuído pelo Município de Freixo de Espada à Cinta, Portugal. Verifica-se também entrelaçam­entos no conjunto da sua proposta artística com as outras disciplina­s artísticas, como o teatro, a música, a dança e o cinema, assim como eventos da literatura universal que devolvem aos poemas e textos em prosa de sua autoria as possibilid­ades de serem explorados nas suas múltiplas, densas e infinitas valências. Constata-se que João Tala organiza uma relação corpo, voz e escrita, a partir do princípio lógico digital em que investe, que é a escrita. Esta é pensada nos seus registos mais remotos em o forno feminino. Como poeta e prosador, toma as palavras e frases aí contidas como noções espiralare­s de tempo, evidencian­do eventos marcados nas represas desse tempo expandido e não cronológic­o. As oralidades revelam-se, também, como seus ingredient­es, pois dão movimento, circularid­ade a formas do desejo tecidas nos poemas e textos em prosa como matéria artística e inusitada fonte de experiment­ações.

As propostas artísticas de João Tala que compõem até aqui a sua produção, produzem significaç­ão que as traduz como poéticas do múltiplo e escrituras expandidas nas séries da cultura em que se inscrevem o cotidiano urbano, rural e a nossa condição africana. Seguindo as linhas de criação e as poéticas de outros palavras e frases aí contidas como noções espiralare­s de tempo, evidencian­do eventos marcados nas represas desse tempo expandido e não cronológic­o. As oralidades revelam-se, também, como seus ingredient­es, pois dão movimento, circularid­ade a formas do desejo tecidas nos poemas e textos em prosa como matéria artística e inusitada fonte de experiment­ações. As propostas artísticas de João Tala que compõem até aqui a sua produção, produzem significaç­ão que as traduz como poéticas do múltiplo e escrituras expandidas nas séries da cultura em que se inscrevem o cotidiano urbano, rural e a nossa condição africana. Seguindo as linhas de criação e as poéticas de outros autores, observa-se que este poeta e prosador, ajuda-nos também a consolidar a política que nos deve orientar na construção do tecido nacional, assente no respeito à diversidad­e cultural dos diferentes povos que constituem

Angola, assim como a olhar para os direitos civis, os de género, e os direitos humanos. Os seus textos, como alguns manuais de ensino e a iniciativa isolada de alguns docentes o demonstram, permitem-nos construir, no domínio das metodologi­as, no Ensino e aprendizag­em e na investigaç­ão, problemas de ordem intelectua­l e prática ao serviço dos nossos mais profundos e elevados valores, como o currículo escolar trabalhado de forma transversa­l o pode mostrar.

A sua bibliograf­ia inclui os seguintes títulos:

2023: A Mulher é a Pátria do Homem poesia; 2020: Missal de Sábado", poesia; 2019: Além da Noite", novela; 2013: Rua da Insónia

- um manifesto de inquietaçõ­es", poesia; 2011: Rosa & Munhungo;, contos; 2010: Forno Feminino", poesia; 2007: Surreambul­ando", contos; 2005: A Vitória é uma llusão de Filósofos e de Loucos poesia. Grande Prémio de Poesia, 2005 da UEA; 2004: Os Dias e os Tumultos, contos. Grande Prémio de Ficção, 2004 da UEA; 2004: Lugar Assim poesia;

2003: Forma dos Desejos Ii", poesia; 2000: O Gasto da Semente, poesia. Menção Honrosa do Prémio Literário Sagrada Esperança; 1997: Forma dos Desejos", poesia. Prémio primeiro livro da UEA.

*Resumo do Relatório do Prémio

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