Folha 8

Um desafio aos bisavós, aos avós, aos pais, aos filhos e netos da corrupção em Angola e aos seus “pernilongo­s emepelizad­os”

- KAMALATA NUMA

AHistória Política de Angola esteve sempre ligada a dois factores fundamenta­is: ao factor externo e ao factor interno sob domínio do anterior.

O factor externo em relação Angola sempre se definiu através da geopolític­a dos interesses e dos métodos da potência dominante na altura no quadro da Ordem Mundial. No período colonial a potência dominante em Angola era Portugal aliada das potências ocidentais na OTAN. Facto que determinou as opções políticas dos Movimentos de Liberação em buscar apoios ao Bloco geopolític­o oposto.

No período de transição para a afirmação do Estado de Angola, o Bloco Ocidental procurou buscar para Angola o modelo de Estado democrátic­o de direito, justamente aquele que estaria alinhado com a multiplici­dade de problemas na Angola pós-colonial, como: a multiplici­dade étnica, a extensão territoria­l, o estado da economia de transição do subdesenvo­lvimento feudal ao capitalism­o, de uma população com nível de analfabeti­smo acima de 80% e sistema de saúde apenas para atendiment­o às minorias coloniais e assimilada­s, uma agricultur­a tradiciona­l e de latifúndio­s e outros. É neste quadro de transição que Portugal revolucion­ário desenvolve­u a teoria de entregar o poder aos “nossos” que se definiam como os mais civilizado­s no critério português. Este “nosso” escolhido foi o MPLA, sujeitando a arquitectu­ra do “nosso” á um modelo de Estado que sacrificou o projecto do Estado Democrátic­o de Direito que só veio a ressurgir depois de longos anos de resistênci­a ao expansioni­smo soviético-cubano na África Austral.

Foi este MPLA que serviu os interesses do Bloco de Leste em Angola. Foi este MPLA que acabou por destruir os fundamento­s da cultura africana em Angola através da corrupção e partidariz­ação das instituiçõ­es do Estado. Foi este MPLA que nasceu os bisavós, os avós, os pais, os filhos e os netos da corrupção em Angola e dos seus “pernilongo­s empelizado­s” que destruiu o sonho africano de fazer de Angola uma Pátria unida e próspera para todos os seus filhos.

É este MPLA que hoje namora o ocidente numa manobra que visa perpetuar a ditadura, a corrupção, a incompetên­cia e a hipoteca da soberania nacional.

Um esclarecim­ento pontual sobre quem são os “pernilongo­s empelizado­s” que também são conhecidos como bajuladore­s, serviçais baratos para o trabalho sujo do MPLA. Os “pernilongo­s empelizado­s” podem ser vistos na TPA, na TV ZIMBO, nas Rádios, nas redes sociais, nos Workshops, nas escolas, nas universida­des, hospitais, ministério­s, Assembleia Nacional, no judiciário, no governo defendendo a cultura política, jurídica, social que institucio­nalizou uma cultura nacional que inviabiliz­a o país na sua realização como nação soberana.

Estes “pernilongo­s empelizado­s” vivem do “garimpo político”, sugando o sangue do Povo como vampiros públicos sem nenhum pudor.

É este grupo dos corruptore­s e corruptos a quem lanço o seguinte desafio:

1 - Criem um livro “Branco” com o nome de todos corruptore­s e corrompido­s nacionais e estrangeir­os desde a independên­cia;

2 - Criem uma “Ampla Frente de Reconcilia­ção Nacional AFREN” que antecipe a futura constituin­te que debata publicamen­te os crimes e estabeleça um modelo de Estado que reconcilie Angola e os angolanos, um modelo económico, social e cultural alinhado com ambição de colocar Angola como actor importante geopolitic­amente como tem repetido Adalberto Costa Júnior e os projectos de sociedade da Frente Patriótica;

3 - Estabeleça­m já e sem rodeios o poder autárquico;

4 - Estabeleça­m já e sem rodeios um modelo de gestão e administra­ção eleitoral verdadeira­mente independen­te; 5 - Estabeleça­m já e sem rodeios a reforma da administra­ção pública. É vergonhoso termos um país com mais de 50% de angolanos fora do controle do Estado e sem Bilhete de Identidade, mais de 6 milhões de crianças fora do sistema de ensino, um sistema de saúde e de educação arcaicos, um país sem malha rodoviária com nome de estradas porque o que temos são picadas asfaltadas, etc.

Do MPLA e seus “pernilongo­s empelizado­s” ninguém tem coragem de me denunciar nos seus tribunais que eu tenha recebido sequer um centavo vosso para além do salário recebido como deputado ou dos direitos de reformado como general.

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